O projeto modernizador e os conflitos em torno da água nos territórios tradicionais e indígenas no Nordeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.51359/2238-6211.2022.251202Palavras-chave:
água, modernização, território, conflitos.Resumo
Desde tempos remotos, a humanidade busca promover a gestão da água para atender as diversas necessidades e interesses. Neste sentido, surge no Brasil, especialmente no início do século XX, ações governamentais voltadas à “Modernização na gestão hídrica” pautada na construção de grandes reservatórios e hidrelétricas, visando represar as águas fluviais com o intuito de promover os usos múltiplos das águas, a saber: abastecimento público, geração de energia, controle de enchentes, e atividades agropecuárias e industriais. Todavia, as grandes obras hidráulicas geraram grandes impactos sociais, econômicos e ambientais. Diante disso, o presente trabalho objetivou discutir sobre a construção de barragens/hidrelétrica e seus conflitos correlacionados às comunidades tradicionais e indígenas. Para tanto, foram realizadas – em espaços de pesquisas localizados nos Estados do Ceará, Pernambuco e Paraíba - estudos documentais, pesquisas de campo e entrevistas com comunidades que enfrentam problemas em função da promoção de grandes obras hidráulicas. Com os estudos, pode-se denotar divergência de interesses e necessidades, além da existência de conflitos socioculturais relacionados à desterritorialização, e aos impactos econômicos e ambientais advindos da construção de grandes represas d’água.
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