Antoine Hennion: música, mediação e amadores

Autores

  • Paula Guerra
  • Marcílio Dantas Brandão
  • Alix Didier Sarrouy

DOI:

https://doi.org/10.51359/2317-5427.2019.243762

Palavras-chave:

música, mediação, amadores, Antoine Hennion

Resumo

Tendo por base uma perspectiva crítica em relação às origens e funções da música, o recentrar do debate na interação entre os produtos musicais e os atores sociais tem vindo a ser explorado pela sociologia. Neste artigo, relevamos o posicionamento de Antoine Hennion, que defende que o ato de interpretação musical e o significado da música são inseparáveis do consumo de textos pelos públicos; trata-se, então, de dar ênfase interpretativa a um processo que é também subjetivo, onde os públicos surgem como agentes reflexivos e criativos. Esta linha de abordagem defendida por Hennion vai ser sustentada numa entrevista que o próprio autor concedeu no passado ano de 2015 quando da sua visita a Portugal, em atividades junto à Universidade do Porto. Retomamos esta entrevista como ponto de partida para este texto que busca apresentar uma síntese das contribuições do autor à compreensão da importância dos amadores e da mediação no processo musical.

Biografia do Autor

Paula Guerra

Doutora em Sociologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), professora no Departamento de Sociologia da FLUP e Investigadora Integrada no Instituto de Sociologia da mesma universidade (IS-UP).

Marcílio Dantas Brandão

Bacharel em Ciências Sociais (UFC), mestre e doutor em Ciências Sociais (EHESS), doutor em Sociologia (UFPE). Pós-doutorando e professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece).

Alix Didier Sarrouy

Investigador Integrado à Universidade Nova de Lisboa, doutor em sociologia pela Universidade do Minho (Portugal) e pela Université Paris 3 – Sorbonne Nouvelle (França).

Referências

BOLTANSKI, Luc. 2004. As classes sociais e o corpo. São Paulo: Paz e Terra.

BOURDIEU, Pierre. 2003. O Amor pela arte. 2ª edição. São Paulo: Zouk.

BOURDIEU, Pierre. 2010. A distinção. Lisboa: Edições 70.

CHAUBET, François. 2014. Faire l'histoire des sciences sociales: le cas de la sociologie française. Histoire@Politique, vol. 22, n. º 1, pp. 251-268.

DeNORA, Tia. 2000. Music in everyday life. Cambridge: Cambridge University Press.

DEWEY, John. 1980 [1925]. Experiência e natureza. São Paulo: Abril.

GUERRA, Paula. 2013. A instável leveza do rock. Porto: Edições Afrontamento.

GUERRA, Paula; SILVA, Augusto Santos. 2014. Music and more than music: The approach to diference and identity in the Portuguese Punk. European Journal of Cultural Studies, vol. 18(2), p. 201-223.

HENNION, Antoine. 1981. Les Professionnels du disque: Une Sociologie des variétés. Paris: Métailié.

HENNION, Antoine. 1990. The production of success: An antimusicology of the pop song, 1983. In: FRITH, S., GOODWIN, A. (eds.). On Record: Rock, Pop and the Written Word. London, New York: Routledge, p. 185-206.

HENNION, Antoine. 1993. La passion musicale. Une sociologie de la médiation. Paris: Édition Métailié.

HENNION, Antoine. 1997. Baroque and rock: music, mediators and musical taste. Poetics, vol. 24, pp. 415-435.

HENNION, Antoine. 1999. Music industry and music lovers, beyond Benjamin: the return of the amateur. Soundscapes: Online Journal on Media Culture [em linha]. Vol. 2, pp. 1 - 7. Disponível em: www.icce.rug.nl/~soundscapes/DATABASES/MIE/Part2_chapter06.shtml. Acesso em: 22 set. 2019.

HENNION, Antoine. 2005. Musiques, présentez-vous! Une comparaison entre le rap et la techno. French Cultural Studies. Vol. 16, p. 121-134.

HENNION, Antoine, TEIL, Genevieve. 2003. Les protocoles du goût. Une pragmatique de l’amateur, Paris: CSI / DEP – Ministère de la Culture.

HENNION, Antoine, VIDAL-NAQUET. 2015. “Enfermer Maman!” Épreuves et arrangements: le care comme éthique de situation. Sciences Sociales et Santé. Vol. 33, pp. 65-90.

HOEVEN, Arno van der; JANSSEN, Susanne; DRIESSEN, Simone. 2016. Articulations of Identity and Distinction: The Meanings of Language in Dutch Popular Music. Popular Music and Society, vol. 39, n.º 1, p. 43-58.

KARPIK, Lucien. 1989. L'économie de la qualité. Revue Française de Sociologie, XXX, 2, p. 187-210.

KARPIK, Lucien. 2007. L’économie des singularités. Paris: Gallimard.

LOOSELEY, David. 2006. Antoine Hennion and the sociology of music. International Journal of Cultural Policy, vol. 12, n. º 3, p. 341-354.

MCDONALD, David. 2013. My Voice is My Weapon: Music, nationalism, and the poetics of Palestinian resistance. Durham e Londres: Duke University Press.

MARTIN, Peter J. 1995. Sounds and society: themes in the sociology of music.Manchester: Manchester University Press.

POGREBINSCHI, Thamy. 2005. Pragmatismo: teoria social e política. Rio de Janeiro: Editora Relume Dumará

RAZZO, Francisco de Assis. 2012. Consciência e experiência no empirismo radical de William James. Revista Eletrônica de Filosofia. Philosophy Eletronic Journal, Vol. 9, nº. 1, pp. 65-72.

ROY, William G.; TIMOTHY. J. Dowd. 2010. What Is Sociological About Music? Annual Review of Sociology, 36, p. 183-203.

Downloads

Publicado

19-12-2019