Uma "ótica nova" sobre as relações raciais no Brasil: contribuições de Florestan Fernandes e Abdias Nascimento

Autores

  • Aristeu Portela Júnior UFRPE

DOI:

https://doi.org/10.51359/2317-5427.2020.249320

Palavras-chave:

Abdias Nascimento, democracia racial, Florestan Fernandes, racismo

Resumo

Este ensaio busca analisar, no pensamento de Florestan Fernandes e Abdias Nascimento, aspectos centrais de uma “ótica nova” sobre relações raciais no Brasil, que ganhava força na década de 1980 e se tornou fundamental para o modo como entendemos criticamente, hoje, a questão racial na sociedade brasileira. A partir da discussão multidimensional dos dois autores sobre a “democracia racial”, delineamos um panorama sobre as especificidades da questão racial no Brasil e os dilemas envolvidos em sua problematização e enfrentamento.

Referências

ALBERTI, Verena; PEREIRA, AmílcarAraújo. 2006. A defesa das cotas como estratégia política do movimento negro contemporâneo. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, n. 37, p. 143-166.

ALMADA, Sandra. 2009. Abdias Nascimento. São Paulo: Selo Negro.

BASTIDE, Roger; FERNANDES, Florestan. 2008. Brancos e negros em São Paulo.4ª ed.São Paulo: Global.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. 2004. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.Brasília: MEC, SECADI.

COSTA, Sérgio. 2001. A mestiçagem e seus contrários: etnicidade e nacionalidade no Brasil contemporâneo. Tempo Social, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 143-158.

FERNANDES, Florestan. 2008a.A integração do negro na sociedade de classes. O legado da “raça branca”. 5ª ed. São Paulo: Globo.

FERNANDES, Florestan. 2008b. A integração do negro na sociedade de classes. No limiar de uma nova era.5ª ed. São Paulo: Globo.

FERNANDES, Florestan. 2010. 25 anos depois: o negro na era atual. In: Circuito fechado: quatro ensaios sobre o “poder institucional”. São Paulo: Globo. p. 97-134.

FERNANDES, Florestan.2014.Florestan Fernandes na Constituinte: leituras para a reforma política. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo; Expressão Popular.

FERNANDES, Florestan. 2016. Prefácio à Edição Brasileira. In: NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro:processo de um racismo mascarado. São Paulo: Perspectivas, p. 17-21.

FERNANDES, Florestan. 2017a. O 13 de maio. In: FERNANDES, Florestan. Significado do protesto negro.São Paulo: Expressão Popular; Editora da Fundação Perseu Abramo,p. 49-54.

FERNANDES, Florestan. 2017b. O centenário da antiabolição. In: FERNANDES, Florestan. Significado do protesto negro.São Paulo: Expressão Popular; Editora da Fundação Perseu Abramo,p. 103-110.

FERNANDES, Florestan. 2017c. Prefácio. In: FERNANDES, Florestan. Significado do protesto negro.São Paulo: Expressão Popular; Editora da Fundação Perseu Abramo,p. 21-27.

FERNANDES, Florestan. 2017d. Um mito revelador. In: FERNANDES, Florestan. Significado do protesto negro.São Paulo: Expressão Popular; Editora da Fundação Perseu Abramo,p. 29-36.

FERNANDES, Florestan. 2017e. Consciência negra e transformação da realidade. In: FERNANDES, Florestan. Significado do protesto negro.São Paulo: Expressão Popular; Editora da Fundação Perseu Abramo,p.147-160.

GUIMARÃES, Antonio Sérgio. 2012.Classes, raças e democracia. São Paulo: Editora 34.

GUIMARÃES, Antonio Sérgio. 2019. A democracia racial revisitada. Afro-Ásia, Centro de Estudos Afro-Orientais (UFBA), n. 90, p. 9-44.

JACCOUD, Luciana. (Org.). 2009. A construção de uma política de promoção da igualdade racial: uma análise dos últimos 20 anos. Brasília: Ipea.

MAIO, Marcos Chor. 1999. O projeto Unesco e a agenda das ciências sociais no Brasil dos anos 40 e 50. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 14, n. 41, p. 141-158.

MUNANGA, Kabengele. 2019. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica Editora.

NASCIMENTO, Abdias. 2016. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. São Paulo: Perspectivas.

NASCIMENTO, Abdias.2019.O Quilombismo: documentos de uma militância pan-africanista. São Paulo: Editora Perspectiva; Rio de Janeiro: Ipeafro.

PEREIRA, AmilcarAraújo. 2013. O mundo negro: relações raciais e a constituição do movimento negro contemporâneo no Brasil. Rio de Janeiro: Pallas: FAPERJ.

PORTELA JR., Aristeu. 2014. Raça, classe e a negação do conflito. Olhares Sociais, Recôncavo da Bahia, v. 3, p. 25-45.

PORTELA JR..2018.Ações afirmativas com recorte racial no ensino superior e disputas de identidade nacional no Brasil. Tese (Doutorado em Sociologia) –Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2018.

PORTELA JR., Aristeu; SOARES, Eliane Veras.2015.Dilema racial, nação e “brasilidade”. In: CEPEDA, Vera Alves; MAZUCATO, Thiago (Org.). Florestan Fernandes, 20 anos depois –um exercício de memória. São Carlos: Ideias, Intelectuais e Instituições, p. 159-176.

SCHWARCZ, Lilia Moritz.1993.O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. 2007. Raça sempre deu o que falar. In: FERNANDES, Florestan. O negro no mundo dos brancos. São Paulo: Global,p. 11-24.

SOARES, Eliane Veras. 1997. Florestan Fernandes: O militante solitário. São Paulo: Cortez.

SOARES, Eliane Veras; BRAGA, MariaLúcia deSantana; COSTA, DiogoValença. 2002. O dilema racial brasileiro: de Roger Bastidea Florestan Fernandes ou da explicação teórica à proposição política. Sociedade e Cultura, Goiânia, v. 5, n. 1, p. 35-52.

TELLES, Edward. 2003. Racismo à brasileira:uma nova perspectiva sociológica. Rio de Janeiro: Relume Dumará; Fundação Ford.

Downloads

Publicado

14-01-2021