Teoria e políticas de reconhecimento

Aproximações e afastamentos entre Fraser, Honneth, Taylor e Safatle

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2317-5427.2022.254936

Palavras-chave:

Reconhecimento, Políticas identitárias, Políticas de reconhecimento, Teoria do reconhecimento

Resumo

As teorias do reconhecimento vêm sendo intensamente debatidas nas últimas décadas a partir da análise de que as lutas de classe não confrontavam formas de discriminação por raça, gênero, etnia e orientação sexual. Axel Honneth e Charles Taylor são pensadores importantes nessa discussão. Tal movimento é acompanhado de preocupações e debates sobre seus efeitos. Vladimir Safatle e Nancy Fraser compreendem que o deslocamento do debate da questão redistributiva para a centrada nas identidades pari passu com a emergência do neoliberalismo não é acidental e desvia o foco da questão econômica ao deslocar a política para a órbita das pautas culturais, resultando em retrocessos sociais sem a necessária resistência. Tais autores buscam, assim, uma teoria de reconhecimento que não secundarize a questão redistributiva. Este trabalho teórico de análise teve por objetivo compreender as aproximações e os afastamentos entre os paradigmas de Honneth, Taylor, Fraser e Safatle. Tal movimento resultou numa síntese envolvendo distribuição e reconhecimento de forma dialética.

Biografia do Autor

Adriana Ribeiro de Macedo, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro. Pesquisadora do Laboratório Interdisciplinar de Extensão e Pesquisa Social (LIEPS/IFRJ) e do Núcleo de Estudos do Movimento Humano (NEMOH/UFRJ). Graduada em Ciências Sociais (Unirio). Mestre e Doutora em Engenharia Biomédica (COPPE/UFRJ).

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Publicado

15-09-2023

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Artigos