As mulheres entre a folia, o trabalho e a cidade: a ocupação do espaço público por trabalhadoras do carnaval de rua carioca
DOI:
https://doi.org/10.51359/2317-5427.2024.261873Palabras clave:
carnaval de rua, feminismo , direito à cidade, trabalho, Rio de JaneiroResumen
Atualmente, diversas mulheres têm utilizado o carnaval de rua carioca como espaço de organização sociopolítica, em um processo de reflexão que articula cidade, trabalho, carnaval e gênero. É cada vez mais comum encontrar mulheres trabalhando no carnaval, em condições precarizadas de informalidade e hiperflexibilização, assim como a introdução de pautas feministas ao carnaval de rua, com campanhas antiassédio e criação de blocos femininos e feministas. Para analisar essa conjuntura e suas complexidades, este artigo busca discutir, as formas de atuação laboral e política das trabalhadoras no carnaval de rua carioca contemporâneo. Para tal, a metodologia se baseia na análise de entrevistas semiestruturadas realizadas pela autora com trabalhadoras da festa de rua e em revisão bibliográfica a partir de teorias de gênero, articuladas à raça e classe, em conjunto com estudos sobre o espaço urbano e sociologia do trabalho. O resultados demonstram que as movimentações sociopolíticas dessas trabalhadoras aproximaram mais mulheres da política por meio do carnaval de rua, em uma dinâmica feminina e feminista de ocupação do espaço público.
Citas
ALVES, Lívia. Entrevista concedida à autora. 28 jan. 2021. 01 arquivo de vídeo .mp4, 56 min. 45 seg.
ANTONACI, Giovanna. Entrevista concedida à autora. 08 fev. 2021. 01 arquivo de vídeo .mp4, 54 min. 14 seg.
ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 1999.
BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1987.
BAMBIRRA, Vânia. O capitalismo dependente latino-americano. 4ª ed. Florianópolis: Insular, 2019.
BATTACHARYA, Tithi. O que é a teoria da reprodução social? In: Revista Outubro, ed. 32, v. 1, 2019. Disponível em: http://outubrorevista.com.br/wp-content/uploads/2019/09/04_Bhattacharya.pdf.
BECKER, Howard S. Mundos da Arte e Actividades Coletivas. In: Mundos da Arte. Lisboa: Livros Horizonte, 2010.
CAMELÔS: panorama das condições de trabalho de homens e mulheres no centro do Rio de Janeiro. IPPUR/UFRJ (coord.), MUCA (coord.), jan. 2019. Disponível em: https://www.observatoriodasmetropoles.net.br/wp-content/uploads/2019/02/Relat%C3%B3rio-Camel%C3%B4s-na-%C3%A1rea-central-jan-2019.pdf
COURI, Cristina. Entrevista concedida à autora. 28 jan. 2021. 01 arquivo .mp4, 53 min. 18 seg.
DAMATTA, Roberto. Carnaval, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. 6ª ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
FERREIRA, Ana Clara Vega M. V.. Carnaval, mulheres e produção cultural: papéis sociais de gênero nos blocos de rua da cidade do Rio de Janeiro. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Produção Cultural) - UFF, IACS, Niterói, 2021.
FERREIRA, Ana Clara Vega M. V.. “A cidade não pára, a cidade só cresce”: articulações entre cidade, gênero, trabalho e festa por trabalhadoras do carnaval de rua carioca contemporâneo. Dissertação (Mestrado em Cultura e Territorialidades) - UFF, IACS, Niterói, 2023.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Tradução: coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2017.
FRYDBERG, Marina Bay; FERREIRA, Ana Clara Vega M. V.; DIAS, Emily Cardoso. O Direito à Cidade no Carnaval dos Blocos de Rua: Apropriações, Ressignificações e Espaço de Luta Política. In: Anais do X Seminário Internacional de Políticas Culturais, Fundação Casa de Rui Barbosa. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, p. 355-367, 2019.
FRYDBERG, Marina Bay; FERREIRA, Ana Clara Vega M. V.; DIAS, Emily Cardoso. “Ocupamos as ruas com estandartes, confetes e serpentinas mostrando que o Rio é nosso”: O carnaval dos blocos de rua como espaço de luta política pelo direito à cidade. In: Ponto Urbe [Online], v. 27, p. 1-11, 2020. Disponível em: https://journals.openedition.org/pontourbe/9327.
GOMES, Alinny. In: #24 Papo na Laje: Dignidade no Trabalho: Construção Coletiva. Youtube, 21 abr. 2022. Disponível em: https://youtu.be/oInT2NU9b_4. Acesso em: 1 mai. 2022.
GONÇALVES, Renata de Sá. Os ranchos pedem passagem. Rio de Janeiro: UFRJ/IFCS/PPGSA, 2003.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Organização: Flávia Rios e Márcia Lima. 1ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
G1 Rio. Confusão na abertura não oficial do Carnaval do Rio tem dois detidos. 4 jan. 2016. Disponível em: https://g1.globo.com/rio-de-janeiro/carnaval/2016/noticia/2016/01/confusao-na-abertura-nao-oficial-do-carnaval-do-rio-tem-dois-detidos.html. Acesso em 15 set 2022.
HERSCHMANN, Micael. Apontamentos sobre o crescimento do Carnaval de rua no Rio de Janeiro no início do século 21. Intercom, Rev. Bras. Ciênc. Comun. [online], vol. 36, n. 2, p. 267-289, 2013.
HIRATA, Helena; KERGOAT, Daniéle. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, p. 595-609, set./dez. 2007.
KERGOAT, Daniéle. Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. In: Trabalho e cidadania ativa para as mulheres: desafios para as Políticas Públicas. Marli Emílio (org.), Marilane Teixeira (org.), Miriam Nobre (org.), Tatau Godinho (org.). São Paulo: Coordenadoria Especial da Mulher, 2003.
KERN, Leslie. Ciudad feminista: la lucha por el espacio en un mundo diseñado po hombres. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: EGodot Argentina, 2020. Traducción: Renata Prati.
LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2001. Tradução: Rubens Eduardo Frias.
MACHADO, Fernanda Amim Sampaio. In: Carnaval é direito. Relatório da Comissão Especial com finalidade de analisar a relação e as responsabilidades entre o poder público municipal e o carnaval. Câmara Municipal do Rio de Janeiro, 2017.
MENGER, Pierre-Michel. As artes: laboratório de flexibilização. In: Retrato do artista enquanto trabalhador: metamorfoses do capitalismo. Lisboa: Roma Editora, 2005.
OLIVEIRA, Marcele. Entrevista concedida à autora. 05 fev. 2021. 01 arquivo de vídeo .mp4, 103 min. 13 seg.
QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. Carnaval brasileiro: o vivido e o mito. São Paulo: Brasiliense, 1999.
RELATÓRIO CORETO – CARNAVAL 2023. Coreto – Coletivo de Blocos Organizados do Rio de Janeiro. 2023. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/182dAqc01CzmDK5ShEUocjOH86LbTrQmv/view. Acesso em 31 mai. 2024.
RIBEIRO, Nicolle. Entrevista concedida à autora. 26 jan. 2021. 01 arquivo .mp4, 59 min, 39 seg.
SAFFIOTI, Heleieth. O poder do macho. São Paulo: Moderna, 1987.
SIMSON, O. R. de M. Von. Mulher e carnaval: mito e realidade (análise da atuação feminina nos folguedos de Momo desde o entrudo até as escolas de samba). Revista de História, [S. l.], n. 125-126, p. 7-32, 1992. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.v0i125-126p7-32. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/18661. Acesso em: 18 set. 2022.
VELLOSO, Mônica Pimenta. As tias baianas tomam conta do pedaço: espaço e identidade cultural no Rio de Janeiro. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 3, n. 6, p. 207-228, 1990.
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Ana Clara Vega Martinez Veras Ferreira

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado