Análise comparativa do poder: primazia do corpo em Foucault frente à racionalidade comunicativa em Habermas
DOI:
https://doi.org/10.51359/2317-5427.2024.263513Palavras-chave:
Poder, corporificação, racionalidade comunicativa, resistência, emancipaçãoResumo
Este artigo examina as visões contrastantes de Michel Foucault e Jürgen Habermas sobre o conceito de poder, destacando a ênfase de Foucault na dimensão corpórea e difusa do poder e a defesa de Habermas pela racionalidade comunicativa como base para a legitimidade. A análise aborda as críticas de Habermas às limitações da abordagem de Foucault e como este último contrapõe essas críticas ao mostrar que o poder transcende a deliberação racional e se manifesta nas práticas cotidianas. Utilizando análise de conteúdo, são exploradas obras essenciais de ambos os autores, seja a genealogia/arqueologia (Foucault) e a Reconstrução (Habermas) e de seus principais comentadores, facilitando a compreensão das semelhanças e diferenças em suas perspectivas. Conclui-se que, enquanto Habermas valoriza o diálogo e a participação democrática, Foucault ressalta que o poder se infiltra de forma sutil e corporal, desafiando a eficácia da deliberação racional. Essas abordagens juntas fornecem uma compreensão mais abrangente do poder e das estratégias de resistência que consideram tanto aspectos discursivos quanto práticos.
Referências
BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1990.
BUTLER, Judith. Corpos que Pesam: Sobre os Limites Discursivos do “Sexo”. São Paulo: N-1 Edições, 2016.
CONNOLLY, William E. Political Theory and Modernity. Ithaca: Cornell University Press, 1993.
DAVIDSON, Arnold I. The Emergence of Sexuality: Historical Epistemology and the Formation of Concepts. Cambridge: Harvard University Press, 2001.
DELEUZE, Gilles. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 2015.
DREYFUS, Hubert L.; RABINOW, Paul. Michel Foucault: Uma Trajetória Filosófica – Para Além do Estruturalismo e da Hermenêutica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.
ERIBON, Didier. Michel Foucault. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1969.
FOUCAULT, Michel. A História da Sexualidade 1: A Vontade de Saber. 3. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2014a.
FOUCAULT, Michel. A História da Sexualidade 2: O Uso dos Prazeres. 3. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2014b.
FOUCAULT, Michel. A História da Sexualidade 3: O Cuidado de Si. 3. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2014c.
FOUCAULT, Michel. A História da Sexualidade 4: As Confissões da Carne. São Paulo: Paz e Terra, 2018.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 1971.
FOUCAULT, Michel. O uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Graal, 1984a.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. 39. Ed. Petrópolis: Vozes, 2013.
FOUCAULT, Michel. “What is Enlightenment?” In: Rabinow, Paul (Ed.). The Foucault Reader. New York: Pantheon Books, 1984b.
HABERMAS, Jürgen. Teoria da Ação Comunicativa. 2. Ed. São Paulo: Editora Unesp, 2022.
HABERMAS, Jürgen. Faticidade e Validade. 3. Ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2012.
HONNETH, Axel. Luta por Reconhecimento: A Gramática Moral dos Conflitos Sociais. 4. Ed. São Paulo: Editora 34, 2015.
O’LEARY, Timothy. Foucault e a Arte da Ética. São Paulo: Loyola, 2016.
RABINOW, Paul. Antropologia da Razão: Ensaios de Paul Rabinow. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Renato Moraes, Filipe Zanuzzio Blanco

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado