O PENSAMENTO ABISSAL E O GENOCÍDIO DA POPULAÇÃO INDÍGENA: OS CONTEXTOS NA PANDEMIA DE COVID-19

Autores

  • Giovanna Maria Brito Gonçalves Centro Universitário Dom Bosco - UNDB
  • João Carlos Da Cunha Moura Centro Universitário Dom Bosco - UNDB

DOI:

https://doi.org/10.51359/2448-2307.2021.251475

Palavras-chave:

Linha Abissal, Genocídio Indígena, Pandemia de Covid-19

Resumo

O presente artigo discorre acerca da gigantesca linha que divide a sociedade e detém o poder de promover a invisibilidade do outro lado. A localização de determinadas pessoas neste lado das linhas abissais, lhes confere acesso aos benefícios para que se desenvolva, enquanto os que estão do outro lado são excluídos dessa possibilidade. O Estado brasileiro constantemente pautou o tratamento usado para com os povos indígenas, em uma franca tentativa de extermínio, como uma relação historicamente genocida. Com o início da pandemia, houve a afetação especialmente das populações mais vulneráveis, e no caso de povos tradicionais, se tornou uma importante ferramenta de manutenção e potencialização do genocídio indígena. Esta pesquisa se desenvolveu na forma de pesquisa bibliográfica, utilizando de artigos, livros, além de outras obras publicadas sobre o objeto de estudo. O presente estudo se perfaz para o entendimento da divisão em zonas que se concentram do lado de cá e do lado de lá da linha abissal e a dinâmica existente quanto a invisibilização, o genocídio indígena e a influência da pandemia de covid-19, para o agravamento da mortandade.

Biografia do Autor

Giovanna Maria Brito Gonçalves, Centro Universitário Dom Bosco - UNDB

Graduanda no curso de Direito pelo Centro Universitário Dom Bosco - UNDB.

João Carlos Da Cunha Moura, Centro Universitário Dom Bosco - UNDB

Docente do curso de Direito pelo Centro Universitário Dom Bosco - UNDB; Mestre em Direito e Instituições do Sistema de Justiça pela Universidade Federal do Maranhão; Doutorando em Direito pela Universidad Nacional de Mar del Plata (Argentina).

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Publicado

2021-10-13