O PENSAMENTO ABISSAL E O GENOCÍDIO DA POPULAÇÃO INDÍGENA: OS CONTEXTOS NA PANDEMIA DE COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.51359/2448-2307.2021.251475Keywords:
Linha Abissal, Genocídio Indígena, Pandemia de Covid-19Abstract
O presente artigo discorre acerca da gigantesca linha que divide a sociedade e detém o poder de promover a invisibilidade do outro lado. A localização de determinadas pessoas neste lado das linhas abissais, lhes confere acesso aos benefícios para que se desenvolva, enquanto os que estão do outro lado são excluídos dessa possibilidade. O Estado brasileiro constantemente pautou o tratamento usado para com os povos indígenas, em uma franca tentativa de extermínio, como uma relação historicamente genocida. Com o início da pandemia, houve a afetação especialmente das populações mais vulneráveis, e no caso de povos tradicionais, se tornou uma importante ferramenta de manutenção e potencialização do genocídio indígena. Esta pesquisa se desenvolveu na forma de pesquisa bibliográfica, utilizando de artigos, livros, além de outras obras publicadas sobre o objeto de estudo. O presente estudo se perfaz para o entendimento da divisão em zonas que se concentram do lado de cá e do lado de lá da linha abissal e a dinâmica existente quanto a invisibilização, o genocídio indígena e a influência da pandemia de covid-19, para o agravamento da mortandade.
References
CAMPOS, Ricardo Ribeiro. O genocídio e a sua punição pelos tribunais internacionais. Revista de Informação Legislativa. Brasília, v. 45, n. 178, p. 91-103, abr./jun. 2008. Disponível em: http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/176525. Acesso em: 24/07/2021.
CUNHA, Manuela Carneiro de. Cultura com aspas e outros ensaios. 1a Ed. – São Paulo: Cosac & Naify, 2009.
ESTRELA, Fernanda Matheus et al. Pandemia da Covid-19: refletindo as vulnerabilidades a luz do gênero, raça e classe. Ciências & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 25, n. 9, p. 3431-3436, setembro de 2020. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232020000903431&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 18/10/2020.
GORTÁZAR, Naiara Galarraga. O último ancião Juma morre de covid-19 e leva para o túmulo a memória de um povo aniquilado no Brasil. El País. 2021. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2021-02-19/o-ultimo-anciao-juma-morre-de-covid-19-e-leva-para-o-tumulo-a-memoria-de-um-povo-aniquilado-no-brasil.html#:~:text=Aruk%C3%A1%20Juma%2C%20sobrevivente%20de%20um,entre%2012.000%20e%2015.000%20membros. Acesso em: 25/07/2021.
KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami. Tradução Beatriz Perrone-Moisés; prefácio de Eduardo Viveiros de Castro — 1a Ed. — São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
KRENAK, Ailton. A vida não é útil. 1a Ed. – Companhia das Letras: São Paulo, 2020.
______________. Ideias para adiar o fim do mundo. 1a Ed. – Companhia das Letras: São Paulo, 2019.
MANDURUKU, Daniel. O caráter educativo do movimento indígena brasileiro (1970-1990). Coleção educação em foco: Série educação, história e cultura. São Paulo: Paulinas, 2012.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 7. Ed. – 6. reimpr. São Paulo: Atlas: 2011.
MILANEZ, Felipe et al. Existência e diferença: O racismo contra os povos indígenas. Revista Direito e Práxis, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 2161-2181, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/2179-8966/2019/43886. Disponível em: http://scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-89662019000302161. Acesso em: 25/07/2021.
MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. Tradução de Renata Santini. Arte & Ensaios. Revista do ppgav/eba/ufrj, n. 32, p. 123-151. Rio de Janeiro: dezembro 2016. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/ae/article/view/8993. Acesso em: 24/07/2021.
OLIVEIRA, Elismênnia Aparecida; PINTO, Joana Plaza. Linguajamentos e contra-hegemonias epistêmicas sobre linguagem em produções escritas indígenas. Linguagem em (Dis)curso, v. 11, n. 2, p. p. 311-335, out. 2011. ISSN 1982-4017. Disponível em: http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/Linguagem_Discurso/article/view/688. Acesso em: 24/07/2021.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Convenção para a prevenção e a repressão do crime de Genocídio. Paris, 11 de dezembro de 1948.
PINHEIRO, Priscila Tinelli; BUSSINGUER, Elda Coelho de Azevedo. Boaventura de Sousa Santos e a lógica do pensamento abissal: uma análise a partir do método dialético. Revista de Sociologia, Antropologia e Cultura Jurídica, e-ISSN: 2526-0251, Curitiba, v. 2, nº. 2, p.890 – 908, Jul/Dez. 2016. Disponível em: https://www.indexlaw.org/index.php/culturajuridica/article/view/1501. Acesso em: 18/10/2020.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil [recurso eletrônico] – 1. Ed. – São Paulo: Global, 2014.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A Cruel Pedagogia do Vírus. Coleção Pandemia Capital. 1. Ed. – São Paulo: Boitempo, 2020.
__________________________. O fim do império cognitivo: a afirmação das epstemologias do sul. 1. Ed. – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
__________________________. Para descolonizar Occidente: más alla del pensamiento abismal. -1a Ed. - Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales - CLACSO; Prometeo Libros, 2010.
__________________________. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a
uma ecologia de saberes. Novos Estudos – CEBRAP, São Paulo, n.º 79, 2007a, p. 71-94.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002007000300004&lng=en&nrm=iso. Acesso em; 18/10/2020.
__________________________. Renovar a teoria crítica e reinventar a participação social. São Paulo: Boitempo, 2007b.
SANTOS, Ricardo Ventura; PONTES, Ana Lucia; COIMBRA JR, Carlos E. A. Um “fato social total”: COVID-19 e povos indígenas no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 36, n. 10, Set. 2020. Disponível em: http://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/artigo/1194/um-fato-social-total-covid-19-e-povos-indigenas-no-brasil. Acesso em: 24/07/2021.
SILVA, Maria do Socorro Borges da. Entre as linhas abissais do pensamento e da formação, pensando práticas de educar em direitos humanos que atravesse o muro das violências e das exclusões. Revista do Programa de Pós- Graduação em Educação da UFPI. Linguagens, Educação e Sociedade, Teresina, Ano 22, n. 36, jan./jul. 2017. Disponível em: https://revistas.ufpi.br/index.php/lingedusoc/article/view/7532. Acesso em: 18/10/2020.
VERGNE, Celso de Moraes; VILHENA, Junia de; ZAMORA, Maria Helena; ROSA, Carlos Mendes. A palavra é... genocídio: a continuidade de práticas racistas no Brasil. Psicologia & Sociedade [online]. Recife: 2015, v. 27, n. 03, p. 516-528. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-03102015v27n3p516. Acesso em: 25/07/2021.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Authors who publish with the Academic Journal of Recife Law School ("RAFDR") agree to the following terms:
- Authors retain copyright and grant the RAFDR right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution License that allows others to share the work with an acknowledgement of the work's authorship and initial publication in this journal.
- Authors are able to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or publish it in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.
- Authors are permitted and encouraged to post their work online (e.g., in institutional repositories or on their website) after the publication of the article in the RAFDR, as it can lead to productive exchanges, as well as earlier and greater citation of published work (See The Effect of Open Access).
Additional information:
Articles published by the Academic Journal of Recife Law School are licensed under CC-BY: