VINTE E UM ANOS DA LEI 9.455/97: reflexões sobre o crime de tortura no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.51359/2448-2307.2018.234815Abstract
No 21º aniversário da Lei que criminalizou a prática de tortura no país, o presente trabalho discorre amplamente sobre a repercussão de tal crime no ordenamento jurídico brasileiro, os dispositivos constitucionais e penais aplicáveis, as falhas daLei de Tortura, os motivos para sua edição, e os obstáculos processuais penais enfrentados no processamento e julgamento de crimes de tortura. Promove-se ainda uma reflexão sobre o funcionamento dos mecanismos existentes de prevenção e de repressão à tortura adotados no Brasil, estabelecendo, outrossim, uma relação direta entre o histórico desinteresse estatal na promoção de políticas públicas essenciais com a sua deficiente proteção contra toda forma de tortura.
References
ABEL FERNANDES GOMES. A eficácia da Lei de tortura. As provas da lei de tortura. Revista CEJ, Brasília, n. 14, pp. 33-43, mai/ago. 2001.
AZEVEDO, Solange. O Brasil que ainda tortura. IstoÉ, São Paulo. 15. jul. 2011. Disponível em: <https://istoe.com.br/146953_O+BRASIL+QUE+AINDA+TORTURA/> Acesso em 02. nov. 2017.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Vol. 1 - Parte Geral, 23ª edição: Editora Saraiva, 2017.
BRASIL. Decreto 4.388, de 25 de setembro de 2002. Promulga o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 25. set. 2002.
BRASIL. Decreto 40, de 15 de fevereiro de 2001. Promulga a Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 15. fev. 2001.
BRASIL. Decreto 6.085, de 19 de abril de 2007. Promulga o Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, adotado em 18 de dezembro de 2002. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 19. abr. 2007.
BRASIL. Decreto 98.836, de 9 de dezembro de 1989. Promulga a Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 09. dez. 1989.
BRASIL. Lei 12.847, de 2 de agosto de 2013. Institui o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura; cria o Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura; e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 02. ago. 2013.
BRASIL. Lei 9.455, de 07 de abril de 1997. Define os crimes de tortura e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 07. abr. 1997.
BRASIL. Projeto de Lei 2.442, de 03 de outubro de 2011. Institui o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, cria o Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 03. out. 2011.
BURIHAN ARANTES, Eduardo. A tortura como crime próprio, Editora Juarez de Oliveira, 2008.
CARVALHO, Cleide. Denúncias de tortura no Brasil cresceram 129% nos últimos 3 anos. Folha de São Paulo, São Paulo. 01. abr. 2014. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/brasil/denuncias-de-tortura-no-brasil-cresceram-129-nos-ultimos-3-anos-12050252> Acesso em: 02. nov. 2017.
COIMBRA, Mário. Tratamento do injusto penal da tortura, Ed. Revista dos Tribunais, 2002.
CONECTAS DIREITOS HUMANOS. Tortura Blindada: Como as instituições do sistema de Justiça perpetuam a violência nas audiências de custódia. São Paulo, 2017.
CUNHA, Rogério Sanches. et al. Legislação criminal especial, Editora JusPodivm, 2014.
DELMANTO, Roberto. Leis penais especiais comentadas, 2ª Edição: Saraiva, 2013.
DINIZ, Pedro. Brasil patina no combate à homofobia e vira líder em assassinatos de LBGTs. Folha de São Paulo, São Paulo, 17. mai. 2017. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/05/1884666-brasil-patina-no-combate-a-homofobia-e-vira-lider-em-assassinatos-de-lgbts.shtml#article-aside Acesso em: 26. out. 2017.
ÉRICK MICHELETTI FELÍCIO. Crime de tortura e a ilusória constitucionalidade da Lei 9455/97, pp. 01-07, 1999.
GIFFARD, Camille. The Torture Reporting Handbook. Essex: Human Rights Centre, University of Essex, 2000.
GODOY, Marcelo. Desde 2011, SP tem 1 denúncia de tortura a
cada 15 dias; criança é a principal vítima. Estadão, São Paulo. 03. set. 2017. Disponível em: <http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,desde-2011-sp-tem-1-denuncia-de-tortura-a-cada-15-dias-crianca-e-principal-vitima,70001963644> Acesso em: 01. nov. 2017.
GOMES, Mayara de Souza. A lei da tortura, ontem e hoje. Sociologia: Portal Ciência e Vida, São Paulo, Editora Escala, ed. 66, p. 16-23.
GOMES, Paulo. Denúncias de tortura em presídios não afetam responsáveis, diz relatório. Folha de São Paulo, São Paulo. 20. out. 2016. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/10/1824437-denuncias-de-tortura-em-presidios-nao-afetam-responsaveis-diz-relatorio.shtml> Acesso em: 01. nov. 2017.
GRECO, Rogério. Leis Penais Especiais Comentadas. Crimes Hediondos e Tortura. Doutrina e Jurisprudência, Niterói, Rio de Janeiro: Impetus, 2016.
HUNGRIA, Nelson. Comentários ao Código Penal. vol. VII, 1ª edição. Rio de Janeiro: ed. Forense, 1955.
II Concurso para ingresso à carreira da Defensoria Pública do Estado do Amazonas, 2011. Disponível em: <https://www.qconcursos.com/arquivos/prova/arquivo_prova/24716/instituto-cidades-2011-dpe-am-defensor-publico-prova.pdf> Acesso em: 18. out. 2017.
ITÁLIA. Codice Penale Italiano (1930). Corte Costituzionale, 1930.
JESCHECK, Hans-Heinrich. Tratado de Derecho Penal – Parte General, 1981.
JESUS, Damásio de. Direito penal, 2º volume: parte especial. Crimes contra a pessoa a crimes contra o patrimônio, 35ª edição: Saraiva, 2014.
JESUS, Damásio E. De. Direito penal, v. II. 11, Ed., São Paulo: Saraiva, 2003.
KAHN, Chris. Exclusive: Most Americans support torture against terror suspects – Reuters/Ipsos poll. Reuters. 30. mar. 2016. Disponível em: <https://www.reuters.com/article/us-usa-election-torture-exclusive/exclusive-most-americans-support-torture-against-terror-suspects-reuters-ipsos-poll-idUSKCN0WW0Y3> Acesso em 02. nov. 2017.
MAIA, Luciano Mariz. Do controle judicial da tortura institucional no Brasil de hoje: à luz do direito internacional dos direitos humanos. 2006. 397f. Tese de doutorado em Direito. Universidade Federal de Pernambuco. Pernambuco, 2006.
MARIA GORETE MARQUES DE JESUS. O crime de tortura e a justiça criminal: um estudo dos processos de tortura na cidade de São Paulo, pp. 163-230, 2009.
MARZAL, Alejandro Del Toro. La reforma del derecho penal. Universidad Autónoma de Barcelona, 1980.
NUCCI, Guilherme Souza. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas - Vol. 2, 10ª edição: Forense, 2017.
PORTOCARRERO, Cláudia Barros. Leis penais especiais comentadas para concursos, 2ª Edição. Ed. Impetus, 2012.
RAMAYANA, Marcos. Leis penais especiais comentadas, [s.n.], 2007.
RIBEIRO, Victor. CNJ registra 2,7 mil denúncias de tortura a presos em 2015. Empresa Brasil de Comunicação, Brasília. 02. mar. 2016. Disponível em: <http://radioagencianacional.ebc.com.br/direitos-humanos/audio/2016-03/cnj-registra-quase-3-mil-denuncias-de-tortura-presos-em-2015> Acesso em 02. nov. 2017.
ROGÊDO, José Carlos. O crime de tortura policial em Belo Horizonte após a Lei de Tortura, nº 9.455, de 7 de abril de 1997. 2005. Dissertação de Mestrado. Fundação João Pinheiro. Belo Horizonte, 2005.
SILVA FRANCO, Alberto. Tortura. Breves Anotações sobre a Lei nº 9.455/97, pp. 102-123, 1998.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Authors who publish with the Academic Journal of Recife Law School ("RAFDR") agree to the following terms:
- Authors retain copyright and grant the RAFDR right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution License that allows others to share the work with an acknowledgement of the work's authorship and initial publication in this journal.
- Authors are able to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or publish it in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.
- Authors are permitted and encouraged to post their work online (e.g., in institutional repositories or on their website) after the publication of the article in the RAFDR, as it can lead to productive exchanges, as well as earlier and greater citation of published work (See The Effect of Open Access).
Additional information:
Articles published by the Academic Journal of Recife Law School are licensed under CC-BY: