Dois Servos da Natureza: A pintura de Francisco Brennand e Aloisio Magalhães vista por um escritor
DOI:
https://doi.org/10.51359/2763-8693.2012.251704Resumo
É talvez de estranhar, neste “mundo de clarezas definidas”, em que as artes, antes
reunidas sob o signo comum da poesia, parecem definitivamente separadas, que um
escritor, deixando de lado o campo em que procura se especializar, se atreva a pesquisar
noutro que lhe é estranho, para estudar a obra de dois pintores. Mas, a obedecermos às
tendências que dominam atualmente no campo das artes, dentro de pouco tempo teremos
uma situação em que somente os pintores falarão de pintura, somente os poetas estarão
autorizados a falar de poesia, e em que as artes estarão para sempre enclausuradas
numa pureza estéril, talvez mortal para elas.
De modo que é uma tendência natural de defesa procurar e amar outras artes
que não a sua, pois quero declarar, logo de início, que absolutamente não concordo com
aquele modo de entender, e que, se bem que esteja convencido de que cada arte tem seu
objeto natural, há uma enorme liberdade de escolha dentro de seus meios e uma maior
ainda possibilidade de amor e troca entre elas.