Rebeldia e insubmissão em Rita Lee: Rebeldia e insubmissão em Rita Lee: Uma autobiografia (2016)
DOI:
https://doi.org/10.51359/1982-6850.2024.265277Palavras-chave:
Feminismo, escrita, subversãoResumo
Este artigo tem como principal objetivo compreender as percepções que Rita Lee guarda acerca das subversões de gênero encenadas por ela mesma em sua trajetória pessoal e artística com base nas narrativas de Rita Lee: Uma autobiografia (2016). Para isso, recorremos às considerações de Pinto (2003), Moraes (2012), Napolitano (2023), entre outros, a fim de refletir sobre o feminismo no Brasil a partir da década de 1960, com vistas a compreender como esse discurso perpassa a trajetória de Rita. Em seguida, discorremos sobre a relação da artista com a escrita e como decide narrar a autobiografia. Por fim, a partir de excertos da narrativa, refletimos sobre as percepções de Rita acerca dela própria e dos comportamentos contrários às imposições patriarcais que adotou ao longo da vida. Compreendemos que, a seu modo, desde criança, a artista fugiu aos padrões de comportamento considerados próprios às mulheres, e encontrou meios de expressar suas percepções de mundo em exemplos vindos de referências masculinas, que a permitiam romper com as prescrições sociais e familiares, motivo pelo qual foi constantemente considerada estranha ou doida. Ao fazer isso, por meio de um feminismo à la Rita Lee, ofereceu às mulheres possibilidades outras de ser e estar no mundo.
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