Colonialismo, Expedições Científicas e Linguística no Brasil do Século XIX
Resumen
Resumo: Neste texto tentar-se-á estabelecer uma ligação entre as primeiras classificações propostas para as línguas nativas brasileiras e, ilustrativamente, os vieses das análises dos naturalistas-viajantes que tentaram estabelecê-las. Será dada atenção particular à investigação sobre o status conferido às assim chamadas ‘línguas gerais’ brasileira e paraguaia, respectivamente, o Tupi e o Guarani.
Palavras-chave: Linguística brasileira, Tupi, Guarani, século XIX.
Abstract: In this paper, an attempt will be made to establish a link between the first efforts to set up a classification of the native languages and to illustrate the individual biases that entered into these scientist-travelers’ analysis. Particular attention will be paid to an investigation of the status ascribed to the so-called Brazilian and Paraguayan ‘general languages’, respectively, the Tupí and the Guaraní.
Key-words: Brazilian linguistics, Tupi, Guarani, 19th century.
Citas
ALTMAN, Cristina. Historiografias Lingüísticas. Três Questões em Produção Lingüística Brasileira. 2 vols. Tese de Livre-Docência. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, Ms., 2001.
______. “As Línguas Gerais Sul-Americanas e a Empresa Missionária: linguagem e representação nos séculos XVI e XVII”. In: BESSA FREIRE; ROSA (eds.) 2003a. p.57-84.
______. A Pesquisa Lingüística no Brasil (1968-1988). 2a ed. São Paulo: Humanitas, 2003b (1a ed. 1998).
______. “Tupi, Guarani and the search for the mother tongue”. Comunicação proferida na II International Conference on Missionary-Colonial Linguistics (1492-1850). São Paulo, 10-13 Março, 2004.
ANCHIETA, Joseph. Arte de Grammatica da Lingoa mais Usada na Costa do Brasil. 7a ed. São Paulo: Loyola, 1990 [1595] (1a ed., Coimbra: Antônio Mariz, 1595; 2a ed. por Julio Platzmann, Grammatik der brasilianischen Sprache: Mit Zugrundelegung des Anchieta. Leipzig: Teubner, 1874; 3a ed., 1876.)
BERTONI, Moisés Santiago. “Influencia de La Lengua Guaraní en Sud-América y Antillas.” Anales Cientificos Paraguayos 1, p. 3-26, 1916.
BESSA FREIRE, José Ribamar. Rio Babel. A história das línguas na Amazônia. Rio de Janeiro: EDUERJ-Atlântica, 2004.
BESSA FREIRE, José Ribamar; ROSA, Maria Carlota (eds.) Línguas Gerais. Política lingüística e catequese na América do Sul no período colonial. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2003.
CARDIM, Fernão. Tratado da Terra e Gente do Brasil. Intr. e notas por Baptista Caetano, Capistrano de Abreu, e Rodolfo Garcia. 2a ed. São Paulo: Nacional, 1939 [1625].
COUTO DE MAGALHÃES, José Vieira. O Selvagem. Rio de Janeiro: Typ. da Reforma, 1876.
CRUZ, Aline da. O Resgate da Língua Geral. Modos de representação das unidades lingüísticas da língua geral brasílica e do tupi austral na obra de Martius (1794 − 1868). Dissertação de Mestrado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
D’ORBIGNY, Alcides. El Hombre Americano Considerado em sus Aspectos Fisiológicos y Morales. Buenos Aires: Editorial Futuro, 1944 [1839].
EHRENREICH, Paul. “Divisão e Distribuição das Tribus do Brasil Segundo o Estado Actual dos nossos Conhecimentos”. Revista da Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro 8, p.355, 1892.
FIGUEIRA, Luís. Grammatica da Lingua do Brasil. 6a ed. Facsimilada por Julius Platzmann. Leipzig: B. G. Teubner 1878 [1687] (1a ed., Lisboa: Manoel da Silva, 1621; reimpr., Lisboa: Miguel Deslandes, 1687).
FRANCHETTO, Bruna. “Línguas Indígenas no Brasil: Pesquisa e formação de pesquisadores”. In: GRUPIONI, Luiz Donisete Benzi; VIDAL, Lux; FISCHMANN, Roseli (ed.) Povos Indígenas e Tolerância. São Paulo: EDUSP, 2001.p. 133-156.
GIMENES, Luciana. As Formas de Saber sobre as Línguas do Brasil no Século XVI. Uma contribuição para a historiografia lingüística brasileira colonial. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.
MARTIUS, Karl F. P. Von. “Como se Deve Escrever a História do Brasil”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico 5, p. 381-401, 1845 [1840].
______. Glossaria Linguarum Brasiliensium/ Glossários de Diversas Línguas e Dialectos, que Fallao os Indios no Império do Brazil/ Wörtersammlung Brasiliannischer sprachen. Erlangen: Druck Von Junge & Sohn, 1863.
______. “Carta do Dr. Carlos F. de Martius. Contendo observações sobre botânica, vocábulos tupis e origem das tribus americanas”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico 58, p. 59-68, 1895 [1861].
______. “A Ethnografia da América. Especialmente do Brazil. O passado e o futuro do homem americano”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico 9, p. 534-562, 1905.
______.Wörtersammlung Brasiliannischer sprachen/ Glossaria Linguarum Brasiliensium/ Glossários de Diversas Línguas e Dialectos, que Fallao os Indios no Império do Brazil. Wiesbaden: Martin Sändig, 1969 [1867].
MATTOSO CÂMARA, Joaquim. História da Lingüística. Trad. por Maria do Amparo Barbosa de Azevedo do manuscrito em inglês de 1962. Petrópolis: Vozes, 1975 [1962]. MONTEIRO, John. Negros da Terra: Índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
MONTOYA, Antonio Ruíz de. Arte y Bocabulario de la Lengua Guarani. Tomo Primero. Facsimile ed. por Julio Platzman em dois vols. Arte de la Lengua Guarani e Bocabulario de la lengua Guarani. Leipzig: B.G. Teubner, 1876 [1640] (1a ed., Madrid: Juan Sanchez, 1640).
NOELLI, Francisco Silva. “As Hipóteses sobre o Centro de Origem e Rotas de Expansão dos Tupi”. Revista de Antropologia, v.39, n.2, p.7-53, 1996.
PREZIA, Benedito A. Os Indígenas do Planalto Paulista — nas crônicas quinhentistas e seiscentistas. São Paulo: Humanitas, 2000.
RODRIGUES, Aryon. Línguas Brasileiras. Para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Loyola, 1994.
_______. “As Línguas Gerais Sul-Americanas”. Papia, v.4, n.2, p. 6-18, 1996.
_______. “Hipótese sobre as Migrações dos Três Subconjuntos Meridionais da Família Tupi-Guaraní”. Atas do II Congresso Nacional da ABRALIN. CD-ROM, 1596-1605. Florianópolis: ABRALIN, 2000.
ROSA, Maria Carlota. “A Língua Mais Geral do Brasil nos Séculos XVI e XVII”. In: BESSA FREIRE; ROSA (eds.) 2003, p.133-146.
SPIX, John Batist; MARTIUS, Karl F. P. von. Viagem pelo Brasil. Tradução de Lucia Furquim Lahmeyer de Reise in Brasilien. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1938 [1823].
URBAN, Greg. “On the Geographical Origins and Dispersion of Tupian Languages”. Revista de Antropologia, v.39, n.2, p. 61-104, 1996.
VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. “Sobre a Necessidade do Estudo e Ensino das Línguas Indígenas do Brasil; lida na sessão do 1o. de agosto de 1840”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico 3, p. 53-63, 1841.
_______. “Ethografia Indigena. Linguas, Emigrações e Archeologia. Padrões de mármore dos primeiros descobridores”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico 12, p. 366-376, 1874 [1849].
_______. Introduction to the Vocabulario y Tesoro de la Lengua Guarani, ó mas bien Tupi, por el P. Antonio Ruiz de Montoya, natural de Lima, Misionario en la antigua reduccion de Loreto, junto al rio Paranapanema del Brasil, Superior en otras y Rector del Colegio de Asubpcion, etc. Nueva edicion: mas correcta y esmerada que la primera, y con las voces indias en tipo diferente. Viena: Faesy y Frick; Paris: Maisonneuve Y Cia, 1876.
ZWARTJES, Otto; HOVDHAUGEN, Even (eds.). Missionary Linguistics/ Lingüística Misionera. Amsterdam & Philadelphia: John Benjamins, 2004.
ZWARTJES, Otto ; ALTMAN, Cristina (eds.). Missionary Linguistics II/ Lingüística Misionera II. Orthography and Phonology. Amsterdam & Philadelphia: John Benjamins, 2005.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição- 4.0 Internacional (CC BY 4.0).
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Os conteúdos da Revista Eutomia estão licenciados com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. Esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e desenvolvam o material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
a. Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY- 4.0) License.
b. Authors are able to enter into separate, additional contractual arrangements for the non- exclusive distribution of the journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or publish it in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.
c. Revista Eutomia’s contents are licensed under a Creative Commons Attribution-4.0 International (CC BY 4.0) License. This license allows reusers to distribute, remix, adapt, and build upon the material in any medium or format, so long as attribution is given to the creator. The license allows for commercial use.
Licença Creative Commons 4.0 by.