O lugar da paráfrase no trabalho do analista do discurso

Autores

  • Milena Maria Sarti Faculdade de Tecnologia e Ciências
  • Paula Chiaretti Universidade do Vale do Sapucaí

Resumo

Para formalizar uma disciplina de descrição e interpretação de discurso, Pêcheux recorre à paráfrase como aquilo que poderia remontar o “efeito de superfície”, relacionado à produção de sentido, a uma “estrutura profunda”, na qual esse sentido está fundamentado. Assim, um efeito de sentido estaria sempre relacionado a uma série de superfícies que, justapostas, podem nos fornecer pistas sobre a constituição do sentido. Esse artigo apresenta duas análises discursivas, através das quais concluímos que os lugares do analista do discurso e do procedimento de análise de paráfrases vêm aí inscrever, por meio da elaboração de possíveis, uma “desautomatização” da realidade.

Biografia do Autor

Milena Maria Sarti, Faculdade de Tecnologia e Ciências

Doutora em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (Universidade de São Paulo) e professora titular do curso de Psicologia na Faculdade de Tecnologia e Ciência em Jequié-BA. Membro do Grupo de pesquisam diretório de grupos do CNPq: "Análise do Discurso e suas interfaces".

Paula Chiaretti, Universidade do Vale do Sapucaí

Doutora em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (Universidade de São Paulo) e professora do Curso de Pós-graduação em Ciências da Linguagem na Universidade do Vale do Sapucaí, em Pouso Alegre-MG.

Referências

DAVALLON, J. A imagem, uma arte de memória? In: ACHARD, P. [et. al.] Papel da Memória. Campinas, SP: Pontes, 1999. pp. 23-37.

DUFOUR, D.-R. A arte de reduzir as cabeças. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2007.

______. O divino mercado: a revolução cultural liberal. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2008.

FREUD, S. Psicologia de grupo e análise do eu (1921). Rio de Janeiro: Imago, 1996. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol. XVIII, pp. 79-156).

HENRY, P. Os fundamentos teóricos da “Análise automática do discurso” de Michel Pêcheux (1969). In: GADET, F.; HAK, T. (orgs.) Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas: Ed. UNICAMP, 1993. pp. 13-38.

LACAN, J. O estádio do espelho como formador da função do eu. In: LACAN, J. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

LEBRUN, J.-P. A perversão comum: viver juntos sem outro. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2008.

MAINGUENEAU, D. Novas tendências em análise do discurso. Campinas: Pontes: Editora da UNICAMP, 1989. 198p.

MALDIDIDER, D. Elementos para uma história da análise do discurso na França. In: ORLANDI, E. P. Gestos de leitura: da história no discurso. Campinas: Ed. da UNICAMP, 1997. pp. 15-28.

MELMAN, C. O homem sem gravidade: gozar a qualquer preço. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2008.

MUSIL, R. O homem sem qualidades. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.

ORLANDI, E. P. Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. Petrópolis: Vozes, 1996.

______. Análise do Discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 1999.

PÊCHEUX, M. & FUCHS, C. A propósito da análise automática do discurso: atualização e perspectivas. In: GADET, F.; HAK, T. (orgs.) Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas: Editora da UNICAMP, 1993. pp. 163-246.

PÊCHEUX, M. Análise automática do discurso (AAD-69) In: GADET, F.; HAK, T. (orgs.) Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas: Editora da UNICAMP, 1993. pp. 61-161.

______. Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas: Editora da UNICAMP, 1988.

______. O Discurso: estrutura ou acontecimento. Campinas, SP: Pontes, 2002.

SARTI, M. M. Para além dos objetos: as (de)formas do inconsciente no discurso publicitário e a formação de uma língua-objeto. Tese de doutorado. – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 2011.

Downloads

Publicado

29-11-2016

Como Citar

Sarti, M. M., & Chiaretti, P. (2016). O lugar da paráfrase no trabalho do analista do discurso. Revista Investigações, 29(2), 69–89. Recuperado de https://periodicos.ufpe.br/revistas/INV/article/view/1551

Edição

Seção

Artigo - Linguística (seção livre)