Paradigmas e Racionalidades em Redes de Cooperação Tecnológica: um estudo de caso na rede de empresas de tecnologia, inovação e conhecimento
DOI:
https://doi.org/10.21714/1679-18272019v17n2.p202-217Palavras-chave:
Redes de Cooperação de Tecnologia, Paradigmas em Redes, Racionalidades Instrumental e Substantiva, Motivação na Formação das Redes, Benefícios e Limitações das RedesResumo
O processo de formação das redes pode ser instigado pelo prisma de paradigmas de redes ou das racionalidades instrumentais e substantivas traduzidas por meio de interesses econômicos e sociais. Neste contexto, o objetivo do artigo é avaliar os paradigmas de redes e as racionalidades instrumentais e substantivas, inseridos nos fatores motivacionais, benefícios e limitações da Rede de Empresas de Tecnologia, Inovação e Conhecimento – RETIC. Para condução do estudo de caso, utilizou-se de documentos, questionários e entrevistas, o que garantiu uma triangulação de fonte de dados. Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo por frequência e categorias. Dentre os principais resultados, a constituição da rede tem o paradigma racional-econômico de forma mais evidente, contudo as justificativas de formação se pautam no paradigma social. Ademais, houve predominância do paradigma social e da racionalidade substantiva nos fatores motivadores, benefícios e limitações da RETIC. Essa constatação proporciona importantes reflexões quanto à temática dos paradigmas e racionalidades em redes de cooperação tecnológica, dado que a maioria dos estudos evidenciam uma ênfase da racionalidade instrumental no comportamento dos atores.
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