A mão dupla da rua: a ambivalência da “nova resistência” ou elementos para uma outra gramática da mobilização
Palavras-chave:
novos movimentos sociais, democracia e contemporaneidade, teorias pós-coloniaisResumo
As leituras sobre os levantes de junho no Brasil têm sido muito diversas e ainda pouco conciliadoras. Por certo, o cenário em questão acompanha um sem número de eventos, movimentos ou novos programas políticos que têm funcionado como renovados objetos para uma ciência social que pretende acompanhá-los a partir de uma reforma de seu próprio programa de fazer científico. Este trabalho procura refletir a respeito do conjunto de levantes no mês de junho de 2013, no Brasil, tomando um vocabulário dos estudos pós-coloniais como referência. A discussão que segue está organizada a partir de dois eixos fundamentais, os quais são: a) uma experiência contemporânea da rua: uma geopolítica dos movimentos sociais e pensar em termos de (r)existências; e b) elementos para um estudo do “Jano brasileiro”: entre o pertencimento nacional como disciplina e o desafio de novas formas de associação. A partir de tais eixos, pretendemos investigar uma gramática dos levantes de junho e uma potência montada a partir de tais eventos para analisarmos, de um lado, as atualizações das lógicas de disciplinamento do social e, de outro lado, a exaustão de um programa de diferença social que sustenta uma estrutura liberal do projeto moderno de democracia.
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