Filosofia como práxis e seu ensino: relevância e prescindibilidade da tradição filosófica para o ensino da matéria
Palavras-chave:
práxis, tradição, ensino, pluralismo metodológicoResumo
Partindo de uma definição de Filosofia relacionada ao campo da práxis, portanto, dando à matéria a obrigação de influir na – e ser influenciada pela – realidade contextual em que é praticada, pretende-se refletir dialeticamente acerca das contribuições que a milenar tradição filosófica oferece ao ato de filosofar e ao seu ensino. Tomar-se-ão, por um lado, as relevantes contribuições que a tradição oferece ao docente, ao docentefilósofo e ao estudante, sobretudo como ampla e peculiar fonte cultural, imprescindível à realização da educação filosófica como paideia ou como bildung. Em oposição dialética, serão esboçados caminhos para a práxis filosófica que não ocorra tendo na tradição o elemento fundamental ou mesmo marginalmente presente. Nessa segunda vertente, serão valorizadas competências próprias ao fazer filosófico bem como caminhos não tradicionais pelos quais tais competências podem alternativamente ser alcançadas. Por fim, serão explicitadas as vantagens oferecidas pela valorização da tradição como componente do ensino de Filosofia, ao mesmo tempo em que serão apontados os riscos castradores – portanto antifilosóficos – oferecidos pela força de sua história. Buscar-se-á, assim, fugir do maniqueísmo fetichista no trato da questão, oferecendo aos docentes oportunidade de reflexão e diálogo acerca de um desejável pluralismo metodológico.
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