Transteísmo: uma abordagem entre Kierkegaard e Heidegger

Autores

  • Lauro Ericksen Universidade Federal do Rio Grande do Norte

DOI:

https://doi.org/10.51359/2357-9986.2017.241179

Palavras-chave:

transteísmo, subjetividade, verdade

Resumo

O trabalho almeja analisar a influência de Kierkegaard em Heidegger, especificamente na questão da subjetividade. Por transteísmo, deve ser compreendida a abordagem de Tillich, de que as práticas sociais são secularizações de rituais religiosos, de modo que, sem pender para o teísmo ou para o ateísmo, a prática social pode se desenvolver independentemente de ser atrelada a uma dessas perspectivas, podendo cada um encontrar a Deus subjetivamente. Tem como objetivo mais amplo analisar como, transteisticamente, Heidegger assimila a verdade como subjetividade. De maneira específica, visa apontar o caráter ontológico da descrição da subjetividade em Kierkegaard, indicar um paralelo teológico na obra heideggeriana a respeito desse tema, e, ressaltar o elemento transteísta que permeia essa remodelagem heideggeriana. Como resultado, aponta que Heidegger transforma a posição teológica de Kierkegaard em um apontamento filosoficamente relevante, algo deveras importante na filosofia continental contemporânea. Conclui que a abordagem transteística dada por Heidegger traduz em termos laicos a proposta da subjetividade como verdade de Kierkegaard, tomando o tempo como contexto interpretativo para o Dasein, na primeira fase de seu pensamento (Ser e Tempo).

Biografia do Autor

Lauro Ericksen, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Doutor, mestre e bacharel em Filosofia (UFRN). Bacharel em Direito (UFRN). Oficial de Justiça Avaliador do TRT-21 (RN).

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Publicado

2019-05-20

Edição

Seção

Artigos Variados