Ou Kierkegaard ou Marx? O falso dilema e a relação historicamente evitada
DOI:
https://doi.org/10.51359/2357-9986.2021.249087Palavras-chave:
Kierkegaard, Marx, filosofia pós-hegeliana, filosofia do século XIXResumo
Não obstante terem sido contemporâneos e compartilharem algumas das principais premissas do jovem-hegelianismo, o dinamarquês Søren Kierkegaard (1813-1855) e o jovem Karl Marx (1818-1883) são canonicamente lidos como filósofos de projetos radicalmente opostos. Como afirmara Agnes Heller, a famosa aluna de Lukács, precisamos escolher “ou Kierkegaard ou Marx” (Crítica de la ilustración, 1984). Essa tese foi difundida a partir de Adorno em Kierkegaard: a construção do estético (1926) e criticada por Löwith em De Hegel a Nietzsche (1953). A origem do desacordo está na aparente inescrutabilidade da própria posição política de Kierkegaard que para o primeiro é conservadora, e para o segundo é crítica. Nossa hipótese de trabalho é que se Karl Löwith comete equívocos especialmente metafilosóficos, Adorno está longe de ter interpretado Kierkegaard com justiça e, portanto, a relação historicamente evitada entre os dois hegelianos críticos precisa de mais uma camada de verniz interpretativo.Referências
ADORNO, T. Kierkegaard: A construção do estético. São Paulo. Editora da UNESP, 2010.
AROOSI, Jamie. The Causes of Bourgeois Culture: Kierkegaard’s Relation to Marx Considered. Revista: Philosophy & Social Criticism, 2016, p. 71- 92.
BEISER, Frederick. Depois de Hegel – a filosofia alemã de 1840 a 1900, São Leopoldo: Unisinos, 2017.
BICHIR, Gabriel F. Dois Modelos Críticos: Massa e Indivíduo entre Marx e Kierkegaard. Revista Ética e Filosofia Política - UFJF, n. XXII, vol. I, 2019.
DIP, Patrícia C. Kierkegaard y Marx en la filosofía de la historia de Karl Löwith. VIII Jornadas de Investigación en Filosofía, La Plata. Espacios de diversión, 2011.
DIP, Patrícia C. Kierkegaard: ¿existencialista o filósofo de la praxis?. Revista Controvérsia - vol. 6, n 1, p. 26-35, 2010.
ENGELS, Friedrich. A Situação da Classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2008 (1845).
FILHO, Adauto Lopes da Silva; LOPES, FÁTIMA Maria Nobre. Crítica de Marx à metafísica da economia política. Griot: Revista de Filosofia, v.18, n.2, p. 27 1 -280, 2018.
FREULER, Léo. La crise de la philosophie au XIXe siècle. Paris: Vrin, 1997.
FROMM, Erich. Marx’s Concept of Man. In: FROMM, Erich. Marx’s Concept of Man. New York: Continuum, 2004.
GRØN, A. The embodied self. Copenhagen: Journal of Consciousness Studies, n. 11, p. 26-43, 2004.
HEGEL, G. W. F. Filosofia do Direito. São Paulo: Edições Loyola, 2ª Ed, 2010.
HEGEL, G.W. A Razão da História: Introdução à Filosofia da História Universal, São Paulo: Edições 70, 2013.
JAKWAY, Chris L. Kierkegaardian Understanding of Self and Society: An Existential Sociology. Western Michigan University, 1998.
JARSPERS, Karl. Psychologie der Weltanschauungen Berlin: Springer, 1919
KIERKEGAARD, S. A. O Conceito de Angústia. Tradução: Álvaro L. M. Valls. 3. Ed. Petrópolis: Vozes, 2015.
KIERKEGAARD, S. A. Ou Ou: fragmento de vida. Vol I, Trad. Elisabete M. de Sousa. Lisboa: Relógio D’Água: 2013
KIERKEGAARD, S. A. Ou Ou: fragmento de vida. Vol II, Tradução: Elisabete M. de Sousa. Lisboa: Relógio D’Água: 2017.
KIERKEGAARD, S. A. Pós-Escrito Conclusivo Não Científico às Migalhas Filosóficas: Coletânea Mímico-Patético-Dialética, Contribuição Existencial, por Johannes Climacus. Tradução: Álvaro L. M. Valls. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2013. Vol. I. (Coleção Pensamento Humano).
KIERKEGAARD, S. A. Pós-Escrito Conclusivo Não Científico às Migalhas Filosóficas: Coletânea Mímico-Patético-Dialética, Contribuição Existencial, por Johannes Climacus. Tradução: Álvaro L. M. Valls. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2016. Vol. II. (Coleção Pensamento Humano).
KIERKEGAARD, S. A. Temor e Tremor. Tradução: Elisabete M. de Sousa. Lisboa: Relógio D’Água: 2009
KIERKEGAARD, S. A. The Concept of Anxiety. Tradução: Reidar Thomte e Albert B. Anderson. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 1980.
KIERKEGAARD, S. A. The Concept of Irony; Schelling Lecture Notes. Tradução: Howard V. Hong e Edna H. Hong. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 1989.
KIERKEGAARD, S. A. The Point of View. Tradução: Howard V. Hong e Edna H. Hong. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 1998.
KIERKEGAARD, S. A. The Sickness unto Death. Tradução de Howard V. Hong e Edna H. Hong. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 1980.
LÖWITH, K. De Hegel a Nietzsche. São Paulo: Editora Unesp, 2014.
LÖWITH, Karl. El nihilismo europeo (1940). In:(SOBRENOME, Nome). El hombre en el centro de la historia. Balance filosófico del siglo XX. Barcelona: Herder, 1998.
LUKÁCS, György. O jovem Marx e outros escritos de filosofia. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2009.
MALANTSCHUK, Gregor. Did Kierkegaard Read Karl Marx? In: (SOBRENOME, Nome). The Controversial Kierkegaard, ed. Alastair McKinnon, trans. H. V. Hong and E. H. Hong, the Kierkegaard Monograph Series, 1980.
MARX, K. O Capital. Livro I. São Paulo: Boitempo, 2013.
MARX, Karl. Crítica da Filosofia do Direito de Hegel. São Paulo: Boitempo, 2013 (1843).
MARX, Karl. Sobre a Questão Judaica. São Paulo: Boitempo, 2010 (1843)
RIAZONOV, David. Marx & Engels. São Paulo: Edições Nova Cultura, 2ª Ed., 2018
ROSSATTI, Gabriel Guedes. Kierkegaard antimoderno, ou para uma tipologia (alternativa) da posição sociopolítica kierkegaardiana. Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade. V. 20, N. 1, Jan- Jun. P. 163-178, 2015.
ROUANET, Sergio Paulo. Adorno e Kierkegaard. Estudos Avançados , v. 27, n. 79, pág. 147–156, 2013.
SCHNÄDELBACH. Philosophy in Germany, 1831-1933. Cambridge: Cambridge University Press, 1984.
SHERMAN, David. Sartre e Adorno: a dialética da subjetividade . Albany, NY: State University of New York Press, 2007. (Série SUNY em filosofia continental contemporânea).
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
A Revista Perspectiva Filosófica orienta seus procedimentos de gestão de artigos conforme as diretrizes básicas formuladas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). http://www.cnpq.br/web/guest/diretrizesAutores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista (Consultar http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html).

Esta revista está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.