Constructivismo lógico-semântico como método científico aplicado ao estudo do Direito

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2357-9986.2023.252984

Palavras-chave:

Lógica. Semântica. Filosofia da Linguagem. Método científico. Epistemologia.

Resumo

Investiga-se neste trabalho, em esforço claramente epistemológico, quais atributos definem o Constructivismo Lógico-Semântico enquanto método científico desenvolvido no Brasil. De concepções filosóficas bem demarcadas, está calcado principalmente na utilização de ferramentas de Lógica e Semiótica para construção do direito positivo como realidade. Este estudo, frise-se, foi operado com a utilização do próprio método. Partiu-se inicialmente da definição tradicional de “conhecimento”, de base no realismo ontológico, para, cotejando-a com as concepções ontológica e gnosiológica que marcam o método em análise, determinar como o conhecimento é produzido e como a realidade é acessada sob tal matriz. Em conclusão, verificou-se que o Constructivismo Lógico-Semântico estrutura a produção do conhecimento por meio de conceitos amarrados lógica e semanticamente, viabilizando a construção de realidades jurídicas por meio da linguagem, o que garante postura analítico-hermenêutica perante o objeto do conhecimento. Por meio da demonstração detalhada destas facetas construiu-se o próprio método como objeto desta pesquisa.

Biografia do Autor

Pedro Felipe de Oliveira Rocha, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Mestre e doutorando em Direito Tributário pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Pós-graduado em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com Título de Honra ao Mérito por melhor desempenho na Turma VII. Pós-graduando em ICMS do Estado do Ceará pela Faculdade da Câmara dos Dirigentes Lojistas (FCDL), curso coordenado e ministrado por auditores da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará (SEFAZ-CE). Graduado em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Advogado.

Referências

ADEODATO, João Maurício. Filosofia do direito: uma crítica à verdade na ética e na ciência. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

ALVES, Alaôr Caffé. Lógica: pensamento formal e argumentação - elementos para o discurso jurídico. 5 ed. São Paulo: Quartier Latin, 2011.

CARVALHO, Aurora Tomazini de. Realidade, conhecimento e método científico: (constructivismo lógico-semântico como método epistemológico). In: CARVALHO, Aurora Tomazini de (Org.);

CARVALHO, P. B. (Coord.). Constructivismo Lógico-Semântico. Vol. 2. São Paulo: Noeses, 2018, p. 17-81.

CARVALHO, Aurora Tomazini de. Teoria Geral do Direito: o constructivismo lógico-semântico. 4 ed. São Paulo: Noeses, 2014.

CARVALHO, Paulo de Barros. Algo sobre o Constructivismo Lógico-Semântico. In: CARVALHO, Aurora Tomazini de. (Org.); CARVALHO, P. B. (Coord.). Constructivismo Lógico-Semântico. Vol. 1. São Paulo: Noeses, 2014, p. 4-11.

CARVALHO, Paulo de Barros. Constructivismo lógico-semântico. In: CARVALHO, Aurora Tomazini de. (Org.); CARVALHO, Paulo de Barros. (Coord.). Constructivismo Lógico-Semântico. Vol. 2. São Paulo: Noeses, 2018.

CARVALHO, Paulo de Barros.. Direito Tributário: fundamentos jurídicos da incidência. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2015a.

CARVALHO, Paulo de Barros.. Direito Tributário: linguagem e método. 6 ed. São Paulo: Noeses, 2015b.

CASTAÑON, Gustavo Arja. O que é Construtivismo?. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, Campinas (UNICAMP), Série 4, v. 1, n. 2, p. 209-242, jul./dez. 2015.

ECHAVE, Delia Tereza; URQUIJO, María Eugenia; GUIBOURG, Ricardo A.. Lógica, proposición y norma. Buenos Aires: Editorial Astrea, 2008.

GLOCK, Hans-Johann. Dicionário Wittgenstein. Tradução do original em inglês “A Wittgenstein dictionary” por Helena Martins. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. 5 ed. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2010.

MAUTNER, Gerlinde. Discourse and management: critical perspectives through the language lens. Londres, Inglaterra: Palgrave Macmillan, 2016.

MOUSSALLEM, Tárek Moysés. Fontes do Direito Tributário. 2. ed. São Paulo: Noeses, 2006.

SAMRA-FREDERICKS, Dalvir. Strategizing as lived experience and strategists’ everyday efforts to shape strategic direction. Journal of Management Studies, Durham, Inglaterra, v. 40, issue 1, p. 141-174, jan. 2003.

SEARLE, John. Philosophy of language: an interview with John Searle. ReVEL, Brasil, v. 5, n. 8, 2007. Entrevista concedida à Revista Virtual de Estudos da Linguagem, sem informações sobre o entrevistador.

TOMÉ, Fabiana Del Padre. A prova no Direito Tributário. 4 ed. Noeses: São Paulo, 2017.

TOMÉ, Fabiana Del Padre. Teoria do fato jurídico e a importância das provas. In: CARVALHO, Aurora Tomazini de. (Org.); CARVALHO, Paulo de Barros (Coord.). Constructivismo lógico-semântico. Vol. 1. São Paulo: Noeses, 2014. p. 325-352.

TOMÉ, Fabiana Del Padre. Vilém Flusser e o constructivismo lógico-semântico. In: HARET, Florence Cronemberger; CARNEIRO. Jerson. (Org.). Vilém Flusser e juristas. 1 ed. São Paulo: Noeses, 2009. v. 1, p. 321-342.

VILANOVA, Lourival. As estruturas lógicas e o sistema de direito positivo. 4 ed. São Paulo: Noeses, 2010.

VILANOVA, Lourival. Norma jurídica - proposição jurídica (significação semiótica). Revista de Direito Público, v. 15, n. 61, p. 12-26, jan./mar. 1982.

VILANOVA, Lourival. Notas para um ensaio sobre a cultura. In: VILANOVA, Lourival. Escritos jurídicos e filosóficos. Vol. 2. São Paulo: Axis Mundi: IBET, 2003, p. 277-323.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Tratado lógico-filosófico. 3 ed. Tradução do original em alemão “Tractatus logico-philosophicus” por M. S. Lourenço.Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2002.

Downloads

Publicado

2023-03-08

Edição

Seção

Fluxo Contínuo