Para uma ecologia dos afetos

E uma crítica das teorias velho-europeias da justiça

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.51359/2357-9986.2024.264260

Palabras clave:

Teoria da Justiça, Sociedade Mundial, Crítica pós-colonial, Teoria dos sitemas sociais, Ecologia epistemológica

Resumen

O artigo defende que uma teoria da justiça adequada para a sociedade mundial pós-colonial deve considerar a diversidade de realidades e perspectivas que articulam gramáticas morais diversas. Partindo do debate acerca de uma crítica dos afetos, tal como proposta por Filipe Campelo, eu argumento que é necessária uma mudança do paradigma em que se baseiam as teorias da justiça-velho-europeias na direção de uma teoria da justiça ecologicamente orientada que seja sensível a diferentes princípios da justiça. Nesse sentido, também as premissas do construtivismo universalista de uma teoria do discurso são insuficientes. Uma teoria da justiça ecologicamente orientada deve ser sensível ao meio ambiente natural, humano e epistemológico das instituições modernas. Isso implica que, em vez de pressupostos abstratos universais, tal teoria deve ser reflexiva sobre seus próprios limites e parcialidade.

Citas

ASSIS, M. P.. Boundaries, Scales and Binaries of Women’s Human Rights: An examination of feminist confrontations in the Transnational Legal Sphere [PhD Dissertation]. New School for Social Research, 2019.

CAMPELLO, F. Crítica dos afetos. Autêntica, 2022.

CHATTERJEE, P. The Politics of the Governed: Reflections on Popular Politics in Most of the World. Columbia University Press, 2004.

FRAGOSO, J., BICALHO, M. F., & GOUVÊA, M. de F. O Antigo Regime nos Trópicos: A dinâmica imperial portuguesa (Séculos XVI-XVIII). Civilização Brasileira, 2001

GROSSI, P. La Proprietà e le Proprietà Nell’Officina dello Storico. Quaderni Fiorentini per la Storia del Pensiero Giuridico Moderno, 17, 359–422, 1988.

HABERMAS, J. Theorie des kommunikativen Handelns, II. Zur Kritik der funktionalistischen Vernunft. Suhrkamp, 1981.

HABERMAS, J. Diskursethik - Notizen zu einem Begründungsprogramm. Em Moralbewusstsein und kommunikatives Handeln (p. 53–127). Suhrkamp, 1983.

HABERMAS, J. Faktizität und Geltung, Beiträge zur Diskurstheorie des Rechts und des demokratischen Rechtsstaats. Suhrkamp, 1991.

HABERMAS, J. Erläuterungen zur Diskursethik. Em J. Habermas (Org.), Erläuterungen zur Diskursethik (p. 119–226). Suhrkamp, 1992.

HABERMAS, J. Theorie und Praxis: Sozialphilosophische Studien. Suhrkamp, 1993.

HABERMAS, J. Wahrheit und Rechtfertigung: Philosophische Aufsätze. Suhrkamp, 1999.

HESPANHA, A. M. Como os juristas viam o mundo, 1550-1750: direitos, estados, pessoas, coisas, contratos, ações e crimes. Almedina, 2015.

HOLMES, P. O Estado de Direito como meio racional de integração em sociedades complexas: a evolução do direito moderno em Jürgen Habermas. Direito, Estado e Sociedade (PUC-RJ), 37(02), 153–172, 2009.

HOLMES, P. Niklas Luhmann as a critical thinker. King’s Law Journal, 2011.

HOLMES, P. Verfassungsevolution in der Weltgesellschaft: Differenzierungsprobleme des Rechts und der Politik im Zeitalter der Global Governance. Nomos, 2013.

HOLMES, P. A sociedade civil contra a população: Uma teoria crítica do constitucionalismo de 1988. Revista Direito e Práxis, 13(1), 279–311, 2022.

HORKHEIMER, M. Origens da Filosofia Burguesa da História. Presença, 1984.

KOSELLECK, R. Kritik und Krise: Eine Studie zur Pathogenese der bürgerlichen Welt. Suhrkamp, 1973.

LUHMANN, N. Individuum, Individualität, Individualismus. Em N. Luhmann (Org.), Gesellschaftsstruktur und Semantik: Studien zur Wissenssoziologie der modernen Gesellschaft (p. 149–258), 1989.

LUHMANN, N. Die Gesellschaft der Gesellschaft. Suhrkamp, 1997.

POCOCK, J. G. A. The Machiavellian Moment: Florentine Political Thought and the Atlantic Republican Tradition. Princeton University Press, 1975.

POLANYI, K. The Great Transformation: The political and economic origins of our time. Beacon Press, 1944.

SEGATO, R. L. Que cada povo teça os fios da sua história: o pluralismo jurídico em diálogo didático com legisladores. Direito.UnB, 1(1), 65–92, 2014.

STICHWEH, R. Wissenschaft, Universität, Professionen: Soziologische Analysen. Transcript Verlag, 2013.

TEUBNER, G. Self-subversive Justice: Contingency or Transcendence Formula of Law? The Modern Law Review, 72(1), 1–23, 2009

VIVEIROS DE CASTRO, E. Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio. Mana, 2(2), 115–144, 1996.

Publicado

2024-09-19

Número

Sección

Crítica dos afetos