A unimultiplicidade na filosofia de Plotino: um convite a este tema

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.253140

Palavras-chave:

Plotino, Unimultiplicidade, Alma, Ética

Resumo

Este breve artigo tem caráter introdutório e provocativo. O objetivo principal é apresentar como o tema da unimultiplicidade se faz presente na filosofia do neoplatônico Plotino (204 ou 205–270 d.C.). O sistema plotiniano é composto fundamentalmente por uma tríade de hipóstases: Uno (ἕν), Intelecto (νοῦς) e Alma (ψυχή). Através delas, nosso filósofo explica tanto o cosmo inteligível quanto o sensível, sendo tal sistema tecido a partir de dois movimentos lógicos: processão (πρόοδος) e “retorno”/conversão (ἐπιστροφή). Veremos que a tese do uno-múltiplo é fundamental para explicar o surgimento de todas as coisas a partir do primeiro princípio e que Plotino dedica especial atenção a como isso se aplica com relação à natureza da Alma, razão pela qual teceremos um sucinto comentário acerca do tratado “Sobre se todas as almas são uma só” (Enéada IV 9 [8]). Por fim, provocaremos o leitor a pensar em que sentido essa tese pode nos levar a uma reflexão de cunho ético.

Biografia do Autor

Tadeu Júnior de Lima Nascimento, Instituto Federal do Maranhão; Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Professor de Filosofia no Instituto Federal do Maranhão- IFMA - Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).

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Publicado

2022-02-11

Edição

Seção

Número especial sobre Neoplatonismo - Fontes e Diálogos