Vestígios da vida de Hipácia de Alexandria
Palabras clave:
gênero, platonismo, castidade, liberdadeResumen
É fato que poucos são os relatos antigos sobre Hipácia de Alexandria, e dentre estes, a maioria se detém em descrever a morte da filósofa. Ao tentar reconstruir sua vida, nos deparamos com nada mais que vestígios. Estudando as fontes antigas e verificando os temas nelas apresentados, este artigo problematiza interpretações hodiernas da vida de Hipácia, sob uma perspectiva de gênero. O termo gênero (gender) aqui é entendido como uma categoria de análise que permite problematizar a função do gênero no conjunto das relações sociais, e a contribuição do gênero aos estudos históricos. Assim, são desenvolvidos três temas: 1. O platonismo de Hipácia, que tem relação com seu modo de vida. 2. O caráter público das suas aulas, o que leva ao questionamento da relação público/privado e à questão da sua liberdade no âmbito da ordem normativa que começa a se estabelecer em Alexandria, na virada do século IV para o século V EC, período em que ela viveu. 3. A relação entre sua castidade e a prática das virtudes, que fazia parte do modo de vida platônico, assim como a importância da sua virgindade, do ponto de vista simbólico.Citas
FOCIO. Bibliotheque. Tradução René Henry; Jacques Schamp. Paris: Les Belles Lettres, 1959-1991.
[JOÃO DE NIKIU]. The Chronicle of John, Bishop of Nikiu. Translated from Zotenberg's Ethiopic Text. Translated with an Introduction by R. H. Charles. Oxford, 1916.
SOCRATE DE CONSTANTINOPLE. Histoire Ecclésiatique. (Livros I e VII). Traduction Pierre Perichon; Pierre Maraval. Introduction, notes et index par Pierre Maraval, P. Paris: Cerf, 2007.
DAMÁSCIO, Vita Isidori] Suda on-line. Bizantyne Lexicography.(http://www.stoa.org/sol/).
Hesychii Milesi Onomatologi quae supersunt cum prolegominis, J. Flach (ed.). Leipzig, 1882).
SYNESIUS DE CYRÈNE. Correspondance. Texte établi par Antonio Garzya. Traduit et commenté par Denis Roques. Paris: Les Belles Lettres, 2000.
ALEXANDRE, Monique. “De l’annonce du royaume à l’église”. In: Pantel, Pauline Schmitt (dir.). Histoire des femmes em Occident. I. L’antiquité. Paris: Perrin, 2002. pp. 537-578.
BENEVOLO, Leonardo. História da cidade. Tradução Silvia Mazza. São Paulo: Perspectiva, 2012.
BERETTA, Gemma. Ipazia d’Alessandria. Roma: Editori Riuniti, 1993.
BOEHRINGER,Sandra; CUCHET, Violaine Sebillotte (dir.). Hommes et femmes dans l’Antiquité grecque et romaine. Le genre: méthode et documents. Paris: Armand Colin, 2011.
BURRUS,Virginia. The Heretical Woman as Symbol in Alexander, Athanasius, Epiphanius and Jerome. The Harvard Theological Review, Vol. 84, Nº. 3,1991.pp. 229-248.
CHANTER, Tina. Gênero: Conceitos-chave em filosofia. Porto Alegre: Artmed, 2011.
DEAKIN, Michael A.B.Hypatia and Her Mathematics. The American Mathematical Monthly Vol. 101, Nº 3, 1994. pp.234–243.
DIAS, Paula Barata. Hypatia and the Idioscyncrasies of Christianity in Egipt –A Study of the Events Occured at Easter 415 A. D. in Alexandria. In: Souza, Rogério (et alli). Alexandria ad Aegyptum. The Legacy of Multiculturalism in Antiquity. Coimbra, Alexandria: CITCEM, CECH, s/d. pp. 302-319.
DUBY, Georges; PERROT, Michelle. “Écrire l’histoire des femmes”. In: Pantel, Pauline Schmitt (dir.). Histoire des femmes em Occident. I. L’antiquité. Paris: Perrin, 2002. pp.11-24.
DZIELSKA, Maria. Hipátia de Alexandria. Tradução Miguel Serras Pereira. Lisboa: Relógio d’Água, 2009.
ÉVRARD, Étienne. À quel titre Hypatie enseigna-t-elle la philosophie? Revue des Études Grecques, tome 90,1977.pp. 69-74.
GOULET-CAZÉ, Marie-Odile. “L’arrière plan scolaire de la Vie de Plotin”. In: Luc Brisson (et alli). Porphyre. La vie de Plotin. vol. I. Paris: Vrin, 1982. pp. 231-327.
HADOT, Ilsetraut. Le problème du néoplatonisme alexandrin. Hiéroclès et Simplicius. Paris: Études Augustiniennes, 1978.
HADOT, Pierre. A figura de Sócrates. Tradução Flávio Fontenelle Loque e Loraine Oliveira. São Paulo: Loyola, 2012.
HAAS, Christopher. Alexandria in Late Antiquity. Topography and Social Conflict. Baltimore and London: The Johns Hopkins University Press, 1997.
LISSARAGUE, François. “Femmes au figuré”. In: Pantel, Pauline Schmitt (dir.). Histoire des femmes em Occident. I. L’antiquité. Paris: Perrin, 2002. pp. 203-301.
MÉNAGE, Gilles. Historia de las mujeres filósofas. Tradução Mercè Otero Vidal. Introducción y notas de Rosa Rius Gatell. Barcelona: Herder Editorial, 2009. (Primeira edição: Historia Mulierum Philosopharum, Ludguni, Apud Anissonios, Joan. Posuel, & Claudium Rigaud, 1690).
MOKHTAR, Gamal (ed.). História Geral da África. II: África Antiga. Brasília: UNESCO.PÉPIN, Jean. “La dernière parole de Plotin”. In: Luc Brisson (et alli). Porphyre. La vie de Plotin. vol. I. Paris: Vrin, 1992. pp.355-384.
RIST, J. M. “Hypatia”. Phoenix, Vol. 19, Nº. 3, 1965. pp. 214-225.
RONCHEY, Silvia. “Hypatia the Intellectual”. In: Fraschetti, A. Roman Women. Chicago: The University of Chicago Press, 2001. pp. 160-189.
SANTOPRETE, Luciana Gabriela Soares. “Primeiro repertório bibliográfico dos estudos em língua portuguesa dedicados ao Neoplatonismo da Antiguidade Tardia. Parte I: Histórico da pesquisa”. Revista Archai, nº 5, 2010. pp. 151-216. (http://periodicos.unb.br/index.php/archai/article/view/1572)
SIERRA DEL MOLINO, Rosa. “Hipatia e la cerrazón del Cristianismo: de la libertad y amor a la verdad o “‘el arte de vivir’”. In: Henríquez, German Santana. (ed.). Y las letras encontraron su asiento: mujer y literatura. Madrid, Ediciones Clásicas, 2011. pp. 65-82.
SUAREZ, Amalia Gonzélez. “Hipatia: Otra hija del Nilo”. Devenires. Revista de Filosofía y Filosofía de la Cultura. Nº 22,2010.pp. 16-31.
SVITZOU, Irene. “The case of Hypatia. In: Moutsopoulos, E. Philosophy in Hellenistic Alexandria. Proceedings of the Conference Held at the Bibliotheca Alexandrina. Athens,2006.pp. 79-88.
WOOLF, Virginia. Um teto todo seu. Tradução: Bia Nunes de Souza. São Paulo: Tordesilhas, 2014.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
A Revista Perspectiva Filosófica orienta seus procedimentos de gestão de artigos conforme as diretrizes básicas formuladas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). http://www.cnpq.br/web/guest/diretrizesAutores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista (Consultar http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html).

Esta revista está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.