Mística feminina medieval: um ensaio de categorização

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.51359/2357-9986.2021.249029

Palabras clave:

mística feminina, Idade Média, filosofia, categorização

Resumen

Neste artigo pretendemos mostrar um pouco do que nomeamos por mística feminina medieval. Além do que, queremos pensar um pouco sobre o tema para apresentá-lo como um conjunto de ideias que, apesar de não se realizar como um todo unívoco ou como uma única escola de pensamento, pode ser categorizado no seu conjunto por suas semelhanças que podem ser problematizadas. Desta forma, chamamos a atenção para dizer que qualquer investigação que seja feita sobre a mística feminina medieval, como indicam muitas estudiosas, deve levar em conta a necessidade de prestarmos atenção à perspectiva de gênero dos documentos existentes, afinal, é a partir deles que as mulheres místicas medievais falam. Assim, o artigo está divido em três partes: 1. uma abordagem da relação entre mística e filosofia; 2. uma apresentação da mística na Idade Média; e 3. a mística feminina medieval. Para realização do artigo, nos utilizamos de autores e autoras que estudam a mística, sobretudo a medieval, como Certeau (2015), Ruh (2002), McGinn (2017), Bingemer (2010), Cirlot e Gari (1999) e Troch (2013).

Biografía del autor/a

Maria Simone Marinho Nogueira, Universidade Estadual da Paraíba

Professora do Curso de Filosofia e do Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade na Universidade Estadual da Paraíba. Pesquisadora-Líder do Principium - Núcleo de Estudo e Pesquisa em Filosofia Medieval/UEPB e Pesquisadora do Apophatiké - Estudos Transdisciplinares em Mística/UFF.

Citas

ANDIA, Ysabel de. Denys l’aréopagite. Tradition et metamorfoses. Paris: J. Vrin, 2006.

BAILLY, Anatole. Dictionnaire grec-français. Paris: Hachette, 1935.

BINGEMER, Maria Clara Lucchetti. “Mística e filosofia: a propósito de Simone Weil”. In: PINHEIRO, Marcus Reis e BINGEMER, Maria Clara Lucchetti (Orgs.). Mística e filosofia. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2010, p. 35-50.

CERTEAU, Michel de. A fábula mística. Tradução Abner Chiquieri. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2015.

CIRLOT, Victoria e GARÍ, Blanca. La mirada interior. Escritoras místicas y visionarias en la edad media. Barcelona: Ediciones Martínez Roca, 1999.

DE LIBERA, Alain. La mystique rhénane. D’Albert le Grand à Maître Eckhart. Paris: Éditions du Seuil, 1994.

FOUCAULT, M. A escrita de si. In: O que é um autor? Lisboa: Passagens, 1992, p. 129-160.

HAAS, Alois Maria. Mystik im Kontext. München: W. F. Verlag, 2004.

HADEWIJCH DE AMBERES. Flores de Flandes. Cartas. Visiones. Canciones. Tradução de Carmen Ros y Loet Swart. Madrid: BAC, 2001.

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich, Introdução à história da filosofia. Tradução de Arthur Mourão. Lisboa: Edições 70, 1991.

HUGO DE BALMA. Théologie mystique. Traduction de Francis Ruello. Paris: Les Éditons du Cerf, 1995 e 1996 (Tome I, Sources Chrétiennes, nº 408 e Tome II, Sources Chrétiennes, nº 409).

LIMA, Emanuelle Valéria Gomes de; NOGUEIRA, Maria Simone Marinho. “Marguerite Porete e a escrita de si: entre a literatura e a filosofia”. Revista Ideação, n. 42, Julho/Dezembro, 2020, p. 396-413. Disponível em: http://periodicos.uefs.br/index.php/revistaideacao/article/view/5007/4767. Acesso em: 2 dez. 2020.

LIMA VAZ, Henrique Cláudio de. Experiência mística e filosofia na tradição ocidental. São Paulo: Edições Loyola, 2000.

LOSSO, Eduardo. Prefácio ao livro Narrativas mística: antologia de textos místicos da história do cristianismo. BINGEMER, Maria Clara Lucchetti e PINHEIRO, Marcus Reis (Orgs.). São Paulo: Paulus, 2016, p. 9-24.

MCGINN, B. O florescimento da mística: homens e mulheres da nova mística: 1200-1350. Tradução Pe. José Raimundo Vidigal. São Paulo: Paulus, 2017. (Tomo III).

MCGINN, Bernard. As fundações da mística. Das origens ao século V. Tradução de Luís Louceiro. São Paulo: Paulus, 2012 (Tomo I).

MCGINN, Bernard. The Harvest of Mysticism in Medieval Germany. New York: The Crossroad Publishing Company, 2015.

MCGINN, Bernard. “Nicolas de Cues sur La Vision de Dieu”. In: VANNIER, Marie-Anne (dir.). La naissance de Dieu dans l’âme chez Eckhart et Nicolas de Cues. Paris: CERF, 2006, p. 136-158.

MICHELAZZO, José Carlos. “Mística, Heresia e Metafísica”. In: TEIXEIRA, Faustino (Org.). Caminhos da Mística. São Paulo: Paulinas, 2012, p. 261-279.

NEWMAN, Barbara. “Annihilation and Authorship: Three Women Mystics of the 1290s”. Speculum, 91/3, July, 2016, p. 591-630. Disponível em: https://www.journals.uchicago.edu/doi/pdf/10.1086/686939. Acesso em: 10 set. 2020.

NOGUEIRA, Maria Simone Marinho Nogueira. “Marguerite Porete: A mística como escrita de si”. Revista Graphos, João Pessoa, v. 22, n.3, 2020, p. 76-90. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/graphos/article/view/54125. Acesso em: 2 mai.2021.

NOGUEIRA, Maria Simone Marinho. “Escritoras medievais: transgressões silenciadas”. In: BROCHADO, Cláudia e DEPLAGNE, Luciana. Vozes de mulheres da Idade Média. João Pessoa: Editora UFPB, 2018, p. 132-152.

NOGUEIRA, Maria Simone Marinho. “Beatriz de Nazaré (1200-1268) e Os sete modos do Amor”. Revista Graphos, João Pessoa, v. 19, 2017, p. 150- 160. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/graphos/article/view/37751. Acesso em: 17 mar. 2020.

NOGUEIRA, Maria Simone Marinho. “Filosofia e Mística – Entre o que não se diz quando se fala e o que se diz quando se cala”. In: NOGUEIRA e SILVA, Reginaldo Oliveira (Orgs.). Pequenos ensaios sobre grandes filósofos. EDUEPB: Campina Grande, 2016, p.11-26.

NOGUEIRA, Maria Simone Marinho. “Mística Feminina – Escrita e Transgressão”. Revista Graphos, João Pessoa, vol. 17, n° 2, 2015, p. 91-102. Disponível em: ttps://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/graphos/article/view/27290. Acesso em 25 jul. 2020.

PORETE, Marguerite. O espelho das almas simples e aniquiladas e que permanecem somente na vontade e no desejo do amor. Tradução e notas de Sílvia Schwartz. Petrópolis: Vozes, 2008.

PORETE, Marguerite. Le mirouer des simples ames. GUARNIERI, Romana y VERDEYEN, Paul. (Eds.). Corpus Christianorum, Continuatio Medievalis LXIX, Brepols: Turnhout, 1996.

RÉGNIER-BOHLER, Danielle. “Vozes literárias, vozes místicas”. In: KLAPISCH-ZUBER, Christiane. (Org.). História das Mulheres no Ocidente. Tradução Francisco Barba e Teresa Joaquim. São Paulo/Porto: Ebradil/Afrontamento, 1990, p. 517-591 (Vol. 2: A Idade Média)

RUH, Kurt. Storia della Mistica Occidentale: mistica femminile e mistica fracescana delle origini. Traduzione de Giuliana Cavallo-Guzzo e Cesare de Marchi. Milano: Vita e Pensiero, 2002.

SCHWARTZ, Sílvia. “Marguerite Porete: Mística, Apofatismo e Tradição de Resistência”. Numen: Revista de estudos e pesquisa da religião. Juiz de Fora, vol. 6, n° 2, 2010, p.109-126. Disponível em: https://periodicos.ufjf.-br/index.php/numen/article/view/21648. Acesso em: 20 abr. 2020.

SUZUKI, Daisetz Teitaro. “An Interpretation of Zen Experience”. In: Studies in Zen. London: Rider and Company, 1955, p. 61-84.

TROCH, Lieve. “Mística feminina na Idade Média. Historiografia feminista e descolonização das paisagens medievais”. Revista Graphos, v. 15, n. 1, 2013, p. 1-12. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/graphos/article/view/16324. Acesso em: 10 jun. 2015.

VANNINI, Marco. Mistica e filosofia. Firenze: Le Lettere, 2007.

VASCONCELOS, Ana Rachel Godim Cabral de e XXXXX. “Hildegard von Bingen e Elisabeth von Schönau: a correspondência (Cartas 201-201r) entre duas místicas visionárias do séc XII”. Trilhas Filosóficas, Dossiê Filosofia e Mística, ano 13, n. 1, 2020, p. 35-54. Disponível em: http://natal.uern.br/periodicos/index.php/RTF/article/view/2396. Acesso em: 2 dez. 2020.

VELASCO, Juan Martin. El fenómeno místico: estudio comparado. Madrid: Trotta, 1999.

YUNES, Eliana. “A poética como mediação entre filosofia e mística”. In: PINHEIRO, Marcus Reis e BINGEMER, Maria Clara Lucchetti (Orgs.). Mística e filosofia. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2010, p. 71-79.

Publicado

2021-11-01

Número

Sección

Dossiê temático Filósofas no Nordeste