Saberes ancestrais na filosofia afrorreferenciada de Dona Toinha: Água Preta, pertencimento, território e cuidado

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.51359/2357-9986.2021.249084

Palabras clave:

Dona Toinha, saberes ancestrais, territorialidade, filosofia africana, aquilombamento

Resumen

Esse artigo tem o intuito de trazer saberes ancestrais afrorreferenciados tecidos pela voz de Dona Toinha, liderança do Quilombo Água Preta, Tururu – CE. Esses saberes são oriundos de suas escrevivências encruzilhadas com minhas andanças. Escrevivências tecidas por escuta sensível, pela ética do cuidado, relação ancestral com a natureza e o território em um movimento de enraizamento, pertencimento e aquilombamento. Dona Toinha em diálogo com outras vozes nos ensina sobre adiar o fim do mundo, sendo ela uma cabaça da existência. Nesse sentido, o texto apresenta-se como perspectiva de descolonização do conhecimento dialogando com as filosofias africanas desde sua diáspora em terras brasileiras.

Biografía del autor/a

Adilbênia Freire Machado, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB-CE)

Doutora em Educação (UFC); Mestra em Educação (UFBA); Bacharela e Licenciada em Filosofia (UECE); Pesquisa Filosofias Africanas; Filosofias da Ancestralidade e do Encantamento; Metodologias e Currículos Afrorreferenciados; Saberes Ancestrais Femininos mediando as Filosofias Africanas; Ensino de História e Cultura Africana e Afrobrasileira.

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Publicado

2021-11-01

Número

Sección

Dossiê temático Filósofas no Nordeste