O Sputnik, a política e a arte contemporânea: Agamben, leitor de Arendt
DOI:
https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.256181Palabras clave:
arte contemporânea, Giorgio Agamben, Hannah Arendt, políticaResumen
Em A condição humana, Hannah Arendt mapeia as três dimensões na qual a vita activa foi concedida ao humano na Terra e analisa, consequentemente, as três formas na qual a atividade humana poderia ser escandida: trabalho, obra e ação. A partir dessa investigação, a autora aloca seu conceito de obra de arte no campo obra, esfera na qual são produzidos, através da ação do homo faber, os artifícios que garantem a permanência dos seres humanos no mundo. Por sua vez, o conceito de política de Arendt, isto é, o modo pelo qual os homens se inscrevem na pólis, pertenceria ao espaço da ação. Desse modo, pretendo seguir a leitura de Giorgio Agamben, autor cujo pensamento é tributário da filósofa alemã, segundo a qual a obra de arte não tem a ver propriamente com um tipo de fabricação, modo de interpretar legado por uma perspectiva convencional, mas sim com uma atividade ética e política. Ao cruzar o pensamento desses dois autores, proponho defender a tese segundo a qual o conceito de política de Hannah Arendt em A condição humana é perfeitamente consoante com o modo como Agamben interpreta a arte na contemporaneidade, ou seja, menos como algo relacionado a um processo produtivo que vai ao encontro da sensibilidade do espectador – concepção herdada pela Estética moderna – e mais afim ao exercício de uma ação.Citas
AGAMBEN, Giorgio.“Arqueologia da obra de arte”. Trad. Vinicius NicastroHonesko. Disponível em: http://flanagens.blogspot.com.br/2012/11/arqueologia-da-obra-de-arte.html. Acesso em 24 de março de 2013.
AGAMBEN, Giorgio. Estâncias: a palavra e o fantasma na cultura ociden-tal. Trad. Selvino José Assmann. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.
AGAMBEN, Giorgio. O homem sem conteúdo. Trad. Cláudio Oliveira. BeloHorizonte: Autêntica Editora, 2012.
AGAMBEN, Giorgio. Signatura rerum: sobre él método. Trad. Flavia Costae Mercedes Ruvituso. Buenos Aires: Adriana Hidalgo editora, 2009.
ARENDT, Hannah. A condição humana. Trad. Roberto Raposo. Rio de Ja-neiro: Forense Universitária, 2010.
ARENDT, Hannah. Lições sobre a filosofia política de Kant. Rio de Janei-ro: Relume Dumará, 2002.
HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Trad. Idalina Azevedo eManuel Antônio de Castro. São Paulo: Editora, 70, 2010.
KANT, Immanuel. Crítica da faculdade de julgar. Trad. Fernando CostaMattos. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Editora UniversitáriaSão Francisco, 2016.
PLATÃO, Banquete, 205b. In: PLATÃO. Diálogos. Trad. José Cavalcantede Souza,Jorge Paleikate, João Cruz Costa. Sâo Paulo: Abril Cultural, 1972.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
A Revista Perspectiva Filosófica orienta seus procedimentos de gestão de artigos conforme as diretrizes básicas formuladas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). http://www.cnpq.br/web/guest/diretrizesAutores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista (Consultar http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html).

Esta revista está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.