A Abertura de uma fresta na metafísica moderna: conjecturas sobre o projeto de Merleau-Ponty a partir do curso L'instituition
DOI:
https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.256766Palabras clave:
metafísica moderna, instituição, sujeito, Merleau-PontyResumen
Este artigo tem por objetivo o estudo da noção de instituição no pensamento de Merleau-Ponty, apresentada inicialmente no curso de 1954-1955 no Collège de France. O propósito principal foi apresentar as reflexões sobre a instituição como parte central no esforço do filósofo de se afastar da “metafísica moderna” ou “filosofia da consciência”. Primeiro, foi feita uma caracterização da “metafísica moderna”, tomando como fio condutor as reflexões de Heidegger a respeito do cogito cartesiano. Indicou-se ainda uma aproximação entre essa leitura de Heidegger e as críticas mobilizadas por Merleau-Ponty para se afastar de uma metafísica fundada na separação apriorística entre sujeito e objeto. A noção de instituição é, então, apresentada como uma alternativa proposta pelo pensador francês no esforço de produzir uma nova descrição do mundo. Descrição essa capaz de desenhar as relações do sujeito instituinte com o mundo, com o outro, com a ação e com o tempo, não como uma relação de dominação dos objetos por esse sujeito, mas de mútuo pertencimento de um sujeito que é, simultaneamente instituinte do mundo e instituído por ele. Ao termo deste percurso, mostrou-se possível desdobrar a noção de instituição sobre a própria obra de Merleau-Ponty, indicando a perenidade da tensão do filósofo com a metafísica moderna e a sucessiva instituição de novos campos como alternativas à apropriação transcendental do mundo pela consciência.
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