Judith Butler e uma Certa Ideia de Natureza
DOI:
https://doi.org/10.51359/2357-9986.2024.263324Palabras clave:
Judith Butler, antropoceno, natureza, ontologia, precariedadeResumen
Este ensaio é um comentário possível ao recente livro de Butler, Que mundo é este? - Uma fenomenologia pandêmica, no que diz respeito aos pontos de contato dele com o tema da natureza, dos problemas ambientais e das questões candentes sobre as mudanças climáticas, que de uma forma e de outra são incorporados pelo debate butleriano, especialmente nas ideias de precariedade e reconhecimento, enfatizando nelas suas dimensões éticas e políticas. A filosofia política de Butler e as proposições ontológicas que ela constrói são fundamentais para pensarmos o que aqui começamos a conceber como uma sociologia da natureza, cujo desenvolvimento adequado faremos a posteriori. Nesse sentido, podemos entender o antropoceno nos contornos dessa crítica teórica, no contexto social atual, em que a pandemia de covid ainda deixa seus rastros entre os humanos e natureza e nos alerta para nossa contingência e finitude.
Citas
AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua I. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
ALBERT, Bruce; KOPENAWA, Davi. O espírito da floresta. trad. Rosa Freire Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2023.
ANGUS, Ian. Enfrentando o antropoceno: capitalismo fóssil e a crise do sistema terrestre. Trad. Glenda Vicenzi e Pedro Davoglio. São Paulo: Boitempo, 2023.
ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
CAVARERO, Adriana; BUTLER, Judith. Condição humana contra “natureza”. Estudos Feministas, Florianópolis, 15(3):647-662, setembro-dezembro/2007.
BARRETO, Eduardo Sá. O capital na estufa: para a crítica da economia das mudanças climáticas. Rio de Janeiro: Consequência, 2018.
BUTLER, Judith. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Trad. Sérgio Tadeu de Niemeyer Lamarão e Arnaldo Marques da Cunha. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia. Tradução de Fernanda Siqueira Miguens; Revisão técnica: Carla Rodrigues. 3.ed. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira, 2019.
BUTLER, Judith. Os sentidos do sujeito. Coordenação de tradução: Carla Rodrigues. Belo Horizonte, MG: Autêntica Editora, 2021.
BUTLER, Judith. Que mundo é este?: uma fenomenologia pandêmica. Coordenação de tradução: Carla Rodrigues. Belo Horizonte, MG: Autêntica Editora, 2022.
DAVIS, Angela, COLLINS, Patricia Hill e FEDERICI, Silvia. Democracia para quem? - ensaios de resistência. São Paulo: Boitempo, 2023.
DILGER, Gerhard; LANG, Miriam; FILHO, Jorge Pereira. (orgs.) Descolonizar o imaginário: debates sobre pós-extrativismo e alternativas ao desenvolvimento. Trad. Igor Ojeda. São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo, 2016.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Tradução Coletivo Sycorax. 2. ed. São Paulo: Elefante, 2023.
FERDINAND, Malcom. Uma ecologia Decolonial: pensar a partir do mundo caribenho. Trad. Letícia Mei. São Paulo: Ubu Editora, 2022.
GIDDENS, Anthony. A política da mudança climática. Trad. Vera Ribeiro. Revisão Técnica: André Piani. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
HARAWAY, Donna. Ficar com o problema: fazer parentes no Chthuluceno. Trad. Ana Luiza Braga. São Paulo: n-1 edições, 2023a.
HARAWAY, Donna. A reinvenção da natureza: símios, ciborgues e mulheres. Trad. Rodrigo Gonçalves. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2023b.
KOPENWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
ENGELS, Friedrich. A dialética da natureza. Trad. Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo, 2020.
LIPOVETSKY, Gilles; SERROY, Jean. A estetização do mundo: viver na era do capitalismo artista. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo: n-1 edições, 2018.
MERLEAU-PONTY, Maurice. A natureza: curso do Collège de France. texto estabelecido e anotado por Dominique Séglard. Trad. Álvaro Cabral. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
SANTOS, Antônio Bispo dos. Somos da terra. In: CARNEVALLI, Felipe; et al. (orgs.) Antologia afro-indígena. São Paulo/Belo Horizonte: Ubu Editora/PISEAGRAMA, 2023.
SIAL NETO, Albérico Araújo; NEGREIROS, Emílio de Britto. Sobre o aspecto ontológico da precariedade na obra Quadros de Guerra. Recife, PE: Perspectiva Filosófica, vol. 49, n. 2, p.604-630, 2022.
SIAL NETO, Albérico Araújo; NEGREIROS, Emílio de Britto. É a precariedade o fundamento das relações agonísticas? Estudos de Sociologia, Recife, PE: vol. 1, n. 28, p. 18-37, 2022.
SIAL NETO, Albérico Araújo; NEGREIROS, Emílio de Britto. O Populismo e os Atos de Fala. Conjecturas, vol. 22, n.12, p. 430-433, 2022.
STENGERS, Isabelle. No tempo das catástrofes: resistir à barbárie que se aproxima. Trad. Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo: Cosac & Naify, 2015.
STENGERS, Isabelle. Uma outra ciência é possível: manifesto por uma desaceleração das ciências. Trad. Fernando Silva e Silva. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2023.
TSING, Anna Lowenhaupt. O cogumelo no fim do mundo: sobre as possibilidades de vida nas ruínas do capitalismo. Trad. Jorgge Menna Barreto e Yudi Rafael. São Paulo: n-1 edições, 2022.
VEIGA, José Eli da. (orgs.). Gaia: de mito à ciência. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2012.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Emílio de Britto Negreiros

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
A Revista Perspectiva Filosófica orienta seus procedimentos de gestão de artigos conforme as diretrizes básicas formuladas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). http://www.cnpq.br/web/guest/diretrizesAutores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista (Consultar http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html).

Esta revista está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.