Narrativas do corpo e alianças políticas nos espaços públicos: escuta de vozes silenciadas
DOI:
https://doi.org/10.51359/2357-9986.2021.249301Palavras-chave:
Judith Butler, ação política, performance, lugar de falaResumo
O corpo e sua ação é o lugar primordial da filosofia, é nele que a força política resiste hoje por meio das assembleias, reuniões e performances realizadas por mulheres e corpos dissidentes. Diferentes narrativas são capazes de construir alianças políticas afetivas poderosas com o propósito de reverter aos diferentes tipos de silenciamentos que somos sumetidas. Butler propõe compreender não apenas o discurso como performatividade, mas incluir a ação que emerge entre os corpos. Ações que se apresentam como gestos, movimentos, persistência e também contempla possíveis violências que são capazes de reconfigurar o espaço da política e o que podemos considerar público nele. Sendo assim, o objetivo é trazer as anotações de Butler para pensar a potência deste corpo que pensa e fala, quais são as narrativas que ele constrói e estratégias de luta se criam pelo seu uso. Sendo assim, o objetivo é trazer as anotações de Butler para pensar a potência deste corpo que pensa e fala, quais são as narrativas que ele constrói e estratégias de luta se criam pelo seu uso. O artigo está dividido em três partes. Primeiro, atualização do conceito de ação política de Arendt como performance, por Butler. Segundo, performatividade não é apenas discurso, seja escrito ou falado, mas também se atualiza em ações corporais, em assembleias e nas ruas. Terceiro, as estratégias de luta pela palavra, o reconhecimento de outras vozes e escritas do corpo.
Referências
AHMED, Sara. The Cultural Politics of Emotion. Edinburgh and London: Edinburgh University Press and Routledge Press, 2004.
AHMED. Living a Feminist Life. Durham, North Carolina: Duke University Press, 2017.
ANZALDÚA, Gloria. Bordelands: the new mestiza/La Frontera. San Francisco: SPinters-Aunt Lute, 1987.
ANZALDÚA. “Hablar en lenguas”. In: MORAGA, C. y CASTILHO (eds.) Esta puente, mi espalda. San Francisco: Ism Press, 1988.
ARENDT, Hannah. A Condição Humana. São Paulo: Forense Editora, 2016.
AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. Tradução: Danilo Marcondes de Souza Filho. Porto Alegre: Editora Artes Médicas, 1990.
BACH, Ana Maria. Las voces de la experiência. Editorial Biblos, 2010.
BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia. Tradução: Fernanda Siqueira Miguens. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
FELMAN, Shoshana. The Scandal of the Speaking Body: Don Juan with J. L. Austin, or Seduction in Two Languages. Translated by Catherine Porter; with a new foreword by Stanely Cavell and afterword by Judith Butler. Meridian: Crossing Aesthetics. Stanford University Press, 2002.
JELIN, Elisabeth. “¿De qué hablamos cuando hablamos de memorias?”. In: JELIN, Elisabeth. Los trabajos de la memoria. Madrid: Siglo XXI, 2001. p. 17-38.
KAUR, Rupi. Outros jeitos de usar a boca. São Paulo: Editora Planeta Brasil, 2017.
LUGONES, M. “Playfulness, ‘World’-Traveling, and Loving Perception”. In: GARRY, A. y PEARSALL, M. (eds.). Women, Knowledge and Reality. Nueva York: Routledge, 1996.
MÁRCIA X- ARQUIVO X. Rio de Janeiro: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2013.
MARIM, Caroline. “Filosofia como performance – conceitos em movimento”. In: O que não é performance. Organizado pelo Coletivo Sem Título, 2016. Disponível em: https://www.academia.edu/30184929/Filosofia_como_Performance_conceitos_em_movimento. Acesso em: 12 jan. 2021.
MORAGA, C. y ANZALDÚA, G. This bridge called my back: Writings by radical women of color. Nueva York, Kitchen Table: Women of Color Press, 1983.
ORLANDI, Eni P. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. Campinas: Ed. da Unicamp, 2002.
PRENSA LATINA. “Muro de três milhões de mulheres pede justiça de gênero na Índia.” Nova Deli, 04/01/2019. Disponível em: https://www.pressenza.com/pt-pt/2019/01/muro-de-tres-milhoes-de-mulheres-pede-justicade-genero-na-india/. Acesso em: 12 jan. 2021.
PUIG DE LA BELLACASA, María. Matters of Care: Speculative Ethics in More than Human Worlds. Posthumanties 41. Minneapolis, London: University of Minnesota Press, 2017.
RICART, Paola M M. Transarquivo: uma escrita revolucionária de relatos da história da arte. Curitiba: Editora CRV, 2018.
SCHECHNER, R. “O que é performance?”. In: Percevejo, ano 11, 2003, n. 12: p. 25-50.
SERAFIM, Estefania Lima e Gustavo. Caderno Urdume. Instituto Urdume, 2020. Disponível em: www.urdume.com.br.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? 1. ed. Tradução: Sandra Regina Goulart Almeida; Marcos Pereira Feitosa; André Pereira. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.
Galindo, Regina José. Lo voy a gritar al viento (1999). Disponível em: http://www.reginajosegalindo.com/en/home-en/. Acesso em: 12 jan. 2021.
Guerrilla Girls. Do Women have to be naked to get into the Met. Museum? (1989). Disponível em: https://www.guerrillagirls.com/. Acesso em: 12 jan. 2021.
Guerrilla Girls. How many women had one-person exhibitions at NYC Museums last year? (1985/1986). Disponível em: https://www.guerrillagirls.-com/. Acesso em: 12 jan. 2021.
Guerrilla Girls. Only 4 commercial galleries in N.Y. show black women. (1985/1986). Disponível em: https://www.guerrillagirls.com/. Acesso em: 12 jan. 2021.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
A Revista Perspectiva Filosófica orienta seus procedimentos de gestão de artigos conforme as diretrizes básicas formuladas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). http://www.cnpq.br/web/guest/diretrizesAutores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista (Consultar http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html).

Esta revista está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.