Reza Negarestani: do inumanismo e da colonialidade do pensamento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.249982

Palavras-chave:

inumanismo, neorracionalismo, Inteligência Artificial Geral (IAG), colonialidade, Reza Negarestani

Resumo

O objetivo do artigo é apresentar as formulações neorracionalistas do filósofo iraniano Reza Negarestani. A partir do seu inumanismo é possível vislumbrar a reedição do projeto emancipatório por meio da tese da maior autonomia cognitiva (teórica e prática) inscrita na sociabilidade semântica e linguística de uma comunidade racional (seja a de humanos ou máquinas). O fim último da emancipação segue para o contínuo exercício da liberação da inteligência por meio da expansão da inteligibilidade. Quer dizer, em direção a uma inteligência inumana e que, portanto, pode ser artificializada. A partir de uma inversão, inicio o artigo com um texto sobre o estado da arte des-colonial a fim de tentar compreender qual é a des-colonização do pensamento a que se refere Reza Negarestani em seu programa de expansão da inteligência. A segunda parte dirige-se propriamente à tentativa de compreender o referido programa e oferece, brevemente, algumas considerações da adoção negarestaniana das prerrogativas principiológicas do solo epistêmico iluminista, com o intuito de referendar a tese sobre um programa permanente de colonialidade do pensamento.

Biografia do Autor

Elzahrã Mohamed Radwan Omar Osman, Universidade de Brasília (UnB)

Pesquisadora-Tecnologista do Inep-Mec e doutoranda em Filosofia pela Universidade de Brasília

Referências

BENSUSAN, Hilan. “zwischen Strom und Gestein”. Os humanos e a pan-política dos vírus (2020a).

BENSUSAN, Hilan. Geist and Ge-Stell. Beyond cybernetic convergence of intelligence and the unity of normativity (2020b).

BRAIDOTTI, Rosi. The Posthuman. Cambridge, Polity Press, 2013.

CASTRO-GÓMEZ, Santiago; Grosfoguel, Ramon, editores. El girodecolonial: Reflexiones para uma diversidad epistémica más Allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre. Universidad Central; Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos; Instituto Pensar, 2007.

DUSSEL, Enrique. Europa, modernidade e eurocentrismo. In: LANDER E, organizador. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p. 55-70.

FEDERICI, Silvia. O Calibã e a Bruxa: Mulheres, Corpo e Acumulação Primitiva. São Paulo: Elefante, 2017.

FIRESTONE, Shulamith. A Dialética do sexo. Coleção Bolso.

LE, Vincent. Spirit in the Crypt Negarestani Vs Land. Cosmos and History: The Journal of Natural and Social Philosophy, vol. 15, no. 1, 2019.

MBEMBE, Achille. A universalidade de Frantz Fanon. Disponível em: https://profedmarcb.files.wordpress.com/2018/06/mbembe-achille-a-universalidade-de-frantz-fanon.pdf

MIGNOLO, Walter. Histórias locais/projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2003.

MIGNOLO, Walter. Introducción. In: Henry, Paget. El color de la razón. Henry Paget; Santiago Castro Gómez; Eze Chukudi; Compilado por Walter Mignolo – 1ª Ed. – Buenos Aires: Del Signo, 2008.

NEGARESTANI, Reza. Intelligence and Spirit. Urbanomic, 2018.

RIVERA, Cusicanqui Silvia. Ch’ixinakaxutxiwa. Una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores. Buenos Aires: Tinta Limón, 2010. Pinturas. 80 pp.

SOUSA SANTOS, Boaventura de. O fim do império cognitivo: as afirmações das epistemologias do Sul. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

VALENTIM, Marco Antonio. Extramundaneidade e sobrenatureza: ensaios de ontologia infundamental. Cultura e Bárbarie, 2018.

VATTIMO, Gianni. O fim da modernidade; niilismo e hermenêutica na cultura pós-moderna. São Paulo: Matins Fontes: 1996.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísicas canibais: Elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: Cosac Naifiy, 2015.

Downloads

Publicado

2022-08-11

Edição

Seção

Dossiê temático A physis em uma filosofia da técnica pós-heideggeriana