Os Documentos da Defesa Brasileira e a Dimensão de Gênero

Autor/innen

  • Natalia Diniz Schwether Escola de Comando e Estado Maior do Exército

DOI:

https://doi.org/10.51359/1808-8708.2020.248325

Schlagworte:

Defesa, Documentos, Mulheres, Brasil.

Abstract

 

A defesa, por se tratar de uma dimensão da política estatal, é condicionada por diversos fatores contextuais, os quais variam entre os Estados. Os aspectos norteadores da defesa encontram-se nos documentos basilares da área. A confecção desses documentos e suas atualizações periódicas compõem o marco democrático dos países e a consolidação das relações civis-militares. Seu conteúdo contempla objetivos gerais e específicos, logo, espera-se encontrar entre eles referência aos programas de atenção às mulheres. Incorporar essa dimensão responde tanto às demandas de ordem global, quanto ao processo de revisão institucional. Assim questiona-se: qual o espaço que a dimensão feminina da força possui nos documentos da defesa brasileira? Realiza-se um estudo exploratório dos documentos de defesa publicados desde 2012, data do primeiro Livro Branco de Defesa Nacional, até a sua última atualização, em 2020, com o objetivo de fornecer uma visão geral da condução e evolução da temática, encontrando avanços e estagnações.

Autor/innen-Biografie

Natalia Diniz Schwether, Escola de Comando e Estado Maior do Exército

Pós-Doutoranda em Ciências Militares na Escola de Comando e Estado Maior do Exército (ECEME). Doutora em Ciência Política pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mestre em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).

Literaturhinweise

ACKER, Joan. Hierarchies, Jobs, Bodies: a theory of gendered organization. Gender and Society, v. 14, n. 2, p. 139-158, 1990.

AGUIAR, Joaquim. A política de defesa como política interdepartamental. Nação e Defesa, 1987.

ALISON, Miranda. Wartime sexual violence: women’s human rights and questions of masculinity. Review of International Studies, v. 33, p. 75-90, 2007.

ALMEIDA, Carlos. Economia e orçamento para a defesa. Revista A Defesa Nacional, n.797, p. 80–93, 2003.

ALMEIDA, Paulo R. A Arte de NÃO fazer a Guerra: Novos Comentários à Estratégia Nacional de Defesa. Revista de Geopolítica, v. 1, n. 2, p. 5-20, 2010.

ALSINA JÚNIOR., João Paulo. A síntese imperfeita: articulação entre política externa e política de defesa na era Cardoso. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 46, n. 2, p. 53-86, 2003

AMORIM, Adriano. Novos Paradigmas para a Defesa e Segurança Nacionais. Revista de Informação Legislativa, n. 50, v. 200, 2013.

ARCHULETA, Brandon. Rediscovering Defense Policy: A public policy call to arms. The Policy Studies Journal, v. 44, n. S1, 2016

BATTAGLINO, Jorge. La política militar de Alfonsín: la implementación del control civil en un contexto desfavorable. In: Gargarella, Roberto, María V. Murillo y Mario Pecheny (Orgs.) Discutir Alfonsín, Buenos Aires, Siglo XXI, 2010.

BATTAGLINO, Jorge. Fundamentos Olvidados de la Política de Defensa: reflexiones a partir del caso argentino. Revista Brasileira de Estudos de Defesa, v.2, n.2, p.197-216, 2015.

BENNETT, Andrew; ELMAN, Colin. Case Study Methods in the International Relations Subfield. Comparative Political Studies, v. 40, n. 7, 2007.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil Federal, de 1988.

BRASIL. Decreto N° 5.484, de 30 de junho de 2005. Aprova a Política de Defesa Nacional, 2005.

BRASIL. Lei Complementar N° 136, de 25 de agosto de 2010. Altera a Lei Complementar n° 97, de 9 de junho de 1999. 2010.

BRASIL. Decreto n°323, de 2013. Aprova a Política Nacional de Defesa. 26 set. 2013.

BRITTON, Dana. The Epistemology of the Gendered Organization. Gender and Society, v. 14, n. 3, p. 418-434, 2000.

BUZAN, Barry. People, States and Fear: an agenda for international security studies in the post-cold war era. Boulder: CO, 1991.

CARREIRAS, Helena. Mulheres Militares em Portugal (1992-1998) Políticas, Processos e Protagonistas. Nação e Defesa, n. 88, p.81-111, 1999.

CHARLESWORTH, Hilary; CHINKIN, C. M. The Boundaries of International Law: A feminist analysis, Manchester University Press: UK, 2000.

CGMD, Comissão de Gênero do Ministério da Defesa. Memória de Reunião n°4/2015/CGMD, 28 abr. 2015

CN, Congresso Nacional. Anexo ao Projeto de Decreto Legislativo N° 576, de 2012 Parecer N° 51, de 2012 – CN. 2012a.

CN, Congresso Nacional. Ata da 3ª Reunião de 2012, Mensagem n° 83, de 2012 - CN. 2012b.

DCD, Diário da Câmara dos Deputados. Osmar Leitão – Política de defesa nacional. Ano LI, n°202, 31 out. 1996a.

DCD, Diário da Câmara dos Deputados. Lançamento do documento “Política de Defesa Nacional”. Ano LI, n°208, 8 nov. 1996b.

DCD, Diário da Câmara dos Deputados. Pronunciamento Sr. Átila Lins. Ano LI, n°216, 21 nov. 1996c.

DCD, Diário da Câmara dos Deputados. Realização, na Casa, do Seminário “Política de Defesa Nacional”. Ano LI, n°220, 27 nov. 1996d.

DIAMINT, Rut. La Política de Defensa como política pública. Disponível em: https://www.argentina.gob.ar/sites/default/files/rut_diamint.pdf. Acesso em: mar. 2019

DONADIO, Marcela. El Papel del parlamento en la defensa nacional. Fuerzas Armadas y Sociedad, ano 18, n. 12, p.139-154, 2000.

EISSA, Sergio. ¿La irrelevancia de los Estados Unidos? La política de defensa argentina (1983-2010), Buenos Aires, Artnovela, 2015.

EISSA, Sergio. Outra Vuelta de Tuerca: Alfonsín y su Política de Defensa. POSTData, v.21, n.1, p.43-84, 2016.

FLEMES, Daniel. Considerações acerca do controle parlamentar das Forças Armadas na Alemanha e no Brasil. In: M. Llanos and A.M. Mustapic (eds.) Controle parlamentar na Alemanha, na Argentina e no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer, 2005. p. 151–179.

FRIEDMAN, Elisabeth. Gendering the agenda: the impact of the transnational women’s rights movement at the UN Conferences of the 1990s. Women’s Studies International Forum, v. 26, n. 4, p. 313-331, 2003.

HENDRICKS, Cheryl; HUTTON, Lauren. Defence Reform and Gender. Gender and Security Sector Reform Toolkit. Bastick, Megan, Valasek, Kristin (eds.) Geneva: DCAF, OSCE/ODIHR, UN-INSTRAW, 2008.

HOLZMANN, Guillermo. Politica de Defensa: notas para su definición teórica e implementación práctica. Seminario Redes del Center for Hemispheric Defense Studies, 2002.

KACOWICZ, Arie M. Case Study Methods in International Security Studies. In: Models, Numbers & Cases: methods for studying International Relations. Ed. Sprinz D., Wolinsky-Nahmias Y. The University of Michigan Press, 2004.

LUNN, Simon. The Democratic Control of Armed Forces in Principle and Practice. The Quarterly Journal, n. 4, p.83-102, 2002.

MATTHEWS, Ron; MAHARANI, Curie. The Defense Iron Triangle Revisited. In: BITZINGER, Richard (ed) The Modern Defense Industry: political, economic and Technological issues. Santa Barbara, CA: Praeger Security International, 2009. p. 38-59

MINISTÉRIO DA DEFESA. Poder Executivo entrega atualização da PND, END e LBDN ao Congresso Nacional, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/defesa/pt-br/assuntos/noticias/poder-executivo-entrega-atualizacoes-da-pnd-end-e-lbdn-ao-congresso-nacional. Acesso em: 03/10/2020.

MONTOYA, José. La conducción democrática de la política pública de defensa: retos de un nuevo gobierno en democracia. Instituto de Defensa Legal, San Isidro, 2006.

NASCIMENTO, André. A política de defesa como política pública no Brasil. Fórum Administrativo, ano 15, n. 177, 2015.

OLIVEIRA, Eliézer Rizzo. Considerações políticas sobre Defesa Nacional. Revista Eletrônica de Jornalismo Científico, 10 abr. 2006. Disponível em: http://www.comciencia.br/comciencia/index.php?section=8&edicao=12&id=101. Acesso em: 08 abr. 2019.

PION-BERLIN, David; TRINKUNAS, Harold. Why Politicians Ignore Defense Policy in Latin America. Latin American Research Review, v. 42, n.3, p. 77-100, 2007.

PROENÇA JÚNIOR, Domício; DINIZ, Eugênio. Política de Defesa no Brasil: uma análise crítica. Brasília: Ed. UnB, 1998. 152p.

PROENÇA JÚNIOR, Domício; LESSA, Marcus Augustus. Brazilian national defence policy and strategy as a unity. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 60, n. 2, p 1-19, 2017.

REZENDE, Flávio da Cunha. A nova metodologia qualitativa e as condições essenciais de demarcação entre desenhos de pesquisa na Ciência Política Comparada. Revista Política Hoje, v. 20, n. 1, p.218-252, 2011.

RUDZIT, Gunther; CASARÕES, Guilherme. Política de Defesa é uma Política de Governo. Revista Brasileira de Estudos de Defesa, v.2, n.1, p.33-52, 2015.

RUDZIT, Gunther; NOGAMI, Otto. Segurança e Defesa Nacionais: conceitos básicos para uma análise. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 53, n. 1, p. 5-24, 2010.

RUSSELL, Roberto. El proceso de toma de decisiones en la política exterior argentina (1976-1989). In: Russell, Roberto (ed.) Política exterior y toma de decisiones en América Latina. Buenos Aires: Grupo Editor Latinoamericano, 1990.

SAÍN, Marcelo, Barbuto, Valeria. Las Fuerzas Armadas y su espacio en la vida democrática. Buenos Aires: Centro de Estudios Legales y Sociales, 2002.

SAINT-PIERRE, Hector L. Aproximación a la política de defensa en el marco histórico latinoamericano. In: CASTRO, Gustavo F. et. al. (eds). Control Civil de las fuerzas armadas: fortaleciendo el papel de la asesoría parlamentaria. Buenos Aires: Ser, 2000. p. 36-59. 190

SAINT-PIERRE, Hector L. Política de defesa e relações internacionais no brasil: o destino das paralelas. Encontro da Associação Latinoamericana, San Juan, Porto Rico, 2006.

SANTIAGO, Escobar. La Política de defensa como política de estado. Nueva Sociedad, n. 139, p.70-79, 1995.

SILVA, Jennifer. A new generation of women? How female ROTC Cadets negotiate the tension between masculine military culture and traditional femininity. Social Forces, v. 87, n. 2, p. 937-960, 2008.

SILVEIRA, R. M. Segurança e defesa – a visão do Exército Brasileiro. In: Pinto, J. R. A.; Rocha, A. J. R.; Silva, D. P. Reflexões sobre defesa e segurança: uma estratégia para o Brasil, v. 1. Brasília Ministério da Defesa, Secretaria de Estudos e de Cooperação, 2004, p. 167-187

SJOBERG, Laura. Gender, the State, and War Redux: Feminist International Relations across the ‘Level of Analysis’. International Relations, v. 25, n. 1, p. 108-134, 2011.

STACHOWITSCH, Saskia. Military gender integration and foreing policy in the United States: a feminist international relations perspective. Security Dialogue, v. 43, n. 4, p.305-321, 2012.

SWEDBERG, Richard. Exploratory Research. In: The Production of Knowledge: Enhancing Progress in Social Science. ELMAN, Colin; GERRING, John; MAHONEY, James (Eds.), Cambridge University Press: Cambridge, 2020.

TRUE, Jacqui. Normalising gender in global governance. Gender in International Governance Conference, Graduate Institute for International and Development Studies, Geneva, 2010.

VELA, Manolo; LAZO, Aracely. Seguridad, Defensa y Política de Defensa: Alcances, límites y relaciones. Cuadernos de seguridad y defensa, FLACSO: Guatemala, 2003.

VELÁZQUEZ, Arturo. Los civiles y militares en América Latina: avancez y retrocesos em materia de control civil. Revista Mexicana de Política Exterior, 2008.

WEST, Candace; ZIMMERMAN, Don. Doing Gender. Gender and Society, v. 1, n. 2, p. 125-151, 1987.

YIN, Robert K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2015.

Veröffentlicht

2021-07-14

Ausgabe

Rubrik

Dossiês