Avaliação da Condição da Cobertura Vegetal no Rio Grande do Sul Após Eventos Extremos de Estiagem
DOI:
https://doi.org/10.26848/rbgf.v18.05.p3843-3858Palavras-chave:
Eventos Extremos, Estiagem, Sensoriamento Remoto, NDVIResumo
O fenômeno La Niña exerce forte influência nos períodos de estiagem no Rio Grande do Sul, sendo um dos principais fatores o predomínio de chuvas abaixo da média. Quando combinado às mudanças climáticas, intensifica-se, gerando eventos extremos mais frequentes. A anomalia pluviométrica negativa resulta em estresse hídrico, prejudicando o desenvolvimento vegetal. Este estudo buscou avaliar os efeitos da estiagem na cobertura vegetal gaúcha nos meses de Janeiro e Julho do ano de 2022, usando o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), obtido através do sensor MODIS do satélite TERRA, adquirido por meio da plataforma LAADS DAAC da NASA. No QGIS foram processadas as imagens, gerando representações cartográficas, associando cores aos valores do NDVI (-1 a 1), indicando o estado de saúde da vegetação. Os resultados mostram valores negativos de NDVI no oeste do estado em Janeiro de 2022. Em Julho, após seis meses, os índices se estabilizaram, indicando impacto generalizado na vegetação. A estiagem intensa revelou áreas de solos expostos, principalmente no oeste do estado. Em comparação com Janeiro de 2016 (El Niño) e 2012 (neutro), destaca-se a grave situação vegetal em anos de estiagem, sugerindo impactos também durante El Niño, ocasionados por eventos extremos de chuva. A avaliação conjunta com o MapBiomas revelou danos significativos em matas nativas e áreas agrícolas. Este estudo ressalta a importância do monitoramento ambiental para planejar ações em regiões vulneráveis frente a fenômenos extremos.
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