“Ser homem em Cristo”: Reformismo Cristão e masculinidade entre jovens presbiterianos
Resumo
A partir de uma análise etnográfica, este artigo busca discutir de que maneira,para um grupo de jovens rapazes de uma comunidade presbiteriana da cidade de Olinda - PE, suas percepções sobre o que é ser um “cristão reformado” estão diretamente ligadas ao modelo de masculinidade por eles desenvolvido. Enquanto uma parcela de uma comunidade religiosa mais ampla, estes rapazes possuem uma organização própria, o chamado “PG dos Rochedos”, que atua como um espaço de discussão de ideias e temáticas muito variadas, mas que sempre tem como ponto de partida, a perspectiva religiosa da doutrina reformada, adotada pela Igreja. Por isso, aqui buscaremos discutir como alguns elementos propagados desde a Reforma do século XVI – como a centralidade da palavra, a racionalização, a disciplina, entre outros aspectos – embasam a cosmovisão do grupo e, consequentemente, a maneira como eles concebem o “aprender e ser homem”.
Palavras-chave: Masculinidade; Juventude; Cristianismo
Referências
AMARAL BRAZ, Polyanny Lílian do. 2015. O corpo santo: construção e
performance do corpo religioso das mulheres da congregação cristã no Brasil.Universidade Federal de Pernambuco. [Dissertação de Mestrado] Programa de Pós Graduação em Antropologia. Recife.
ASAD, Talal. 1990. Formations of the secular modern: Christianity, Islam,
Modernity. Stanford, Califórnia: Stanford University Press, 2003.
AUSTIN, J. Quando dizer é fazer. Trad. Danilo Marcondes de Souza Filho. Porto Alegre: Artes Médicas.
BERGER, Peter. 2013. A Dessecularização do Mundo: uma visão global. In:
Religião e Sociedade, v. 21, n. 1, p. 9-23, 2000. Disponível em:
http://www.uel.br/laboratorios/religiosidade/pages/arquivos/dessecularizacaoLERR.pdf >. Acessado em: 07 ago.
BÍBLIA. Português. 2009. Bíblia de Estudo de Genebra. Tradução de João
Ferreira de Almeida. 2a ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã; Sociedade Bíblica do Brasil.
BLANES, Ruy Llera. 2015. Contacto, conhecimento e conflito: dinâmicas
cultuais e sociais num movimento evangélico cigano na Península Ibérica. In: Etnográfica. vol. 11, n. 1, 2007. Disponível em: <https://etnografica.revues.org/1863>. Acessado em: 11 mai.
CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER. 2009. In: Bíblia de Estudo de
Genebra. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2a ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã; Sociedade Bíblica do Brasil.
DAWKINS, Richard. 2007. Deus um delírio. São Paulo: Companhia das Letras.
DOUGLAS, Mary. 2012. Pureza e perigo: Ensaio sobre as noções de poluição e tabu. São Paulo: Perspectiva.
DURKHEIM, Émile. 1996. As Formas Elementares da Vida Religiosa. São Paulo: Martins Fontes.
ELIADE, Mircea. 2013. O Sagrado e o Profano. São Paulo: Martins Fontes.
KEANE, Webb. 2016. Religious language. In: Annual Review of Anthropology, n. 26, p. 47-71, 1997. Disponível em: <http://sites.lsa.umich.edu/webbkeane/wp-content/uploads/s ites/128/2014/07/religious_language.pdf>. Acessado em: 14 mar.
MARQUES, Ana Claudia D. R. 2016. Algumas faces de outros eus. Honra e
patronagem na antropologia do Mediterrâneo. Mana, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 131- 147, abr. 1999. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93131999000100006&lng=en&nrm=iso> Acessado em: 10 fev.
MELLOR, Phillip; SHILLING, Chris. 1997. Re-forming the Body: Religion,
Community and Modernity. Londres: SAGE Publications.
PERISTIANY, Jean. 1968. El concepto del honor en la sociedad mediterranea. Barcelona: Labor.
REESINK, Mísia Lins. 2003. Les Passages Obligatoires: cosmologie catholique et mort dans le quartier de Casa Amarela, à Recife (Pernambuco-Brésil). École des Hautes Études en Sciences Sociales [Tese de Doutorado]. Paris.
ROHDEN, Fabíola. 2015. Para que Serve o Conceito de Honra, ainda hoje? . In: Campos, V. 7, no 2, pp. 101-120, 2006. Disponível em:<http://revistas.ufpr.br/campos/article/vie w/7436/5330>. Acessado em: 06 dez.
SINGER, Paul. 2005. A juventude como coorte: uma geração em tempos de crise social. In: ABRAMO, Helena W.; BRANCO, Pedro Paulo Martoni (Orgs.). Retratos da Juventude Brasileira: análises de uma pesquisa nacional. São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo e Instituto Cidadania, p. 27-36.
TAYLOR, Charles. 2007. A Secular Age. Cambridge, Massachusetts and London: The Belknap, Press of Harvard University Press.
TAYLOR, Charles. 2012. O que significa secularismo?. In: ARAÚJO, L.;
MARTINEZ, M.; PEREIRA, T. (orgs). Esfera pública e secularismo: desafios de filosofia política. Rio de Janeiro: EdUERJ.
WEBER, Max. 2013. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo: Martin Claret.
WILSON, Douglas. 2013. Futuros Homens: criando meninos para enfrentar
gigantes. Recife: Clire.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais para textos publicados na Revista de Estudos e Investigações Antropológicas são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. No caso de submissão paralela a outro periódico, o texto em questão será excluído imediatamente do processo de avaliação e não será publicado na Revista de Estudos e Investigações Antropológicas.