De carona na pesquisa: revisão de literatura e algumas direções a partir de uma etnografia em caronas por Florianópolis
Resumo
Partindo da escassez de trabalhos discutindo a prática de carona nas ciências humanas, este artigo apresenta uma revisão de algumas referências internacionais e nacionais sobre o tema. A carona mobiliza diferentes questões, desde perspectivas que focam o caráter político de contestação, a relação com estilos de vida específicos e diferentes configurações históricas que dão forma ao engajamento neste tipo de deslocamento, até reflexões metodológicas e análises mais focadas nas dinâmicas de interação e negociação do realizar da prática. Ao fim, proponho estabelecer algumas articulações de questões levantadas na revisão com minha pesquisa em Florianópolis-SC, um contexto urbano onde a carona é uma possibilidade no deslocamento.
Palavras-chave: Revisão Bibliográfica; Carona; Mobilidade; Etnografia
Referências
ABU-LUGHOD, Lila. Writing against Culture. 1991. In: FOX, R. (ed.) Recapturing Anthropology. Santa Fe: School of American Research,, p.137-162.
APPADURAI, Arjun. Disjuncture and Difference in the Global Cultural Economy, 1990.
AUGÈ, Marc. 2010. Por uma antropologia da mobilidade. Campinas:EDLTFAL, UNESP.
BARROS, Tatiane Vieira; GOMES, Larisse Louise Ponte; CAMARGO, Marcelo Giacomazzi. 2016. Etnografia da carona. Uma perspectiva sobre mobilidade e sociabilidade. Ponto Urbe [Online], v. 19. Acesso: http://pontourbe.revues.org/3266.
BOURDIEU, Pierre. 1991. The Logic of Practice. Stanford: University Press:1-142.
CARVALHO, José Jorge de. 2001. O olhar etnográfico e a voz subalterna. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 7(15):107-147.
CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. 2009. Cultura e "cultura": conhecimentos tradicionais e direitos
intelectuais. In: Cultura com aspas. pp. 311-373. 2001.
CARLSON, Donna. 1972. Thumbs out: Ethnography of Hitchhiking. In: The Cultural Experience: Ethnography in Complex Society.: SRA. Edited by J.P. Spradley & D.W. McCurdy, pp. 137-146 Chicago Press .Acesso em https://archive.org/stream/culturalexperien00spra#page/146/mode/2up.
CORDEIRO, Alexandre de Albuquerque. 2017. Carona solidária : uma opção de mobilidade no município de Florianópolis – SC. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas.
DALAKOGLOU, Dimitris. 2010. The road: An ethnography of the Albanian–Greek cross-border
motorway. American Ethnologist, Vol. 37(1): pp. 132–149.
DALAKOGLOU, Dimitris & HARVEY, Penny. 2012. Roads and Anthropology: Ethnogaphic Perspectives on Space, Time and (Im)Mobility. Mobilities, Routledge. Vol. 7(4) November 2012:459-465.
FIGUEIRA, Gabriel Mendes. 2015 Mobilidade Colaborativa no Brasil: um estudo de caso sobre iniciativas de carona economia colaborativa. Anais do Congresso Nacional em Excelência de Gestão.
HANNERZ, Ulf. 1997. Fluxos, Fronteiras e Híbridos: palavras chave da antropologia transnacional.
Mana, 3(1):7-39.
HARAWAY, Donna. 1995. Saberes Localizados: a questão da ciência para o feminismo e o
privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, (5):07-41.
HIUZINGA, Johan. 1971 [1938]. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. Perspectiva, São Paulo:Editora da USP.
KENDALL, Blake Paul. 2016. Sharing the Road: The Post-Internet Hitchhiker. Journal of Visual and Media Anthropology, v. 2 No.1: 40-55.
KEROUAC, Jack. 2006. On the Road – Pé na Estrada. Porto Alegre: Editora L&PM Pocket.
LATOUR, Bruno. 2012. Reagregando o social: uma introdução à teoria do Ator-Rede. Salvador: Edufba; Bauru: Edusc.
LAVIOLETTE, Patrick. 2014. Why did the Anthropologist Cross the Road? Hitch-Hiking as a Stochastic Modality of Travel, Ethnos: Journal of Anthropology:1-23.
MAHOOD, Linda. 2014. Hitchin’ a Ride in the 1970s: Canadian Youth Culture and the Romance with
Mobility. Histoire sociale / Social History, vol. XLVII, no 93:205 – 227.
MUNN, Nancy. 1992. The cultural anthropology of time: a critical essay. Annual
Anthropological Review, v. 21:93-123.
MUKERJI, Chandra. 1978. "Bullshitting: Road Lore among Hitchhikers." Social Problems, V. 25,
no. 3:241-52.
PAULA, Bruno Lucas Saliba de; FERREIRA, Eduardo Henrique Carvalho. 2016. Um carro a menos, um amigo a mais: A carona como exemplo de sociabilidade. Revista Três Pontos, v. 7, n.2:23- 31.
PORTIS, Julian A. Compagni. Thumbs Down- America and the Decline of Hitchhiking. Tese de
Doutorado, Connecticut:Wesleyan University, Middletown.
PURKINS, Jonathan. 2012. The Hitchhiker as Theorist: Rethinking Sociology and Anthropology from an Anarchist Perspective. In: The Continuum Companion to Anarchism, Ruth Kinna and Contributors Continuum (eds.):140-161.
RIAL, Carmen. 1988. O mar-de-dentro: A transformação do espaço social na Lagoa da Conceição,
Dissertação de Mestrado. Departamento de Antropologia:Repositório UFSC.
RIVOLUCRI, Mario. 1974; Hitch-Hiking. Sem número de páginas. Publicação Independente. Acesso: http://hitchwiki.org/en/Hitch-Hiking_by_Mario_Rinvolucri.
SIMMEL, Geroge. 1983 George Simmel: Sociologia. Org. Evarista de Moraes Filho. Editora Ática:
-58; 122-134;162-181.
STRATHERN, Ann Merilyn. 2014. O conceito de sociedade está teoricamente obsoleto? In: O efeito etnográfico e outros ensaios, pp 231-240. São Paulo:Cosac Naify.
__________. 2005[1903] As grandes cidades e a vida do espírito. In: Mana – Estudos de Antropologia Social. v.11 (2):577-591.
VELHO, Gilberto. 1987 Individualismo e cultura: notas para uma antropologia da sociedade
contemporânea.
_____________. Projeto e Metamorfose. 1997. Rio de Janeiro:Zahar.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais para textos publicados na Revista de Estudos e Investigações Antropológicas são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. No caso de submissão paralela a outro periódico, o texto em questão será excluído imediatamente do processo de avaliação e não será publicado na Revista de Estudos e Investigações Antropológicas.