Etnógrafa recém-iniciada, entre estranhamentos e alteridades: Uma análise subjetiva de uma estudante de educação no campo da antropologia

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Resumo

A minha intenção é partilhar com estudantes de educação a experiência do projeto antropológico no campo educacional a partir da perspectiva de uma estudante de graduação em Educação que iniciou esta investigação com o intuito da execução de um estágio em uma escola pública de Ensino Médio, localizada em um bairro de camada popular no Estado do Rio de Janeiro, e desaguou em uma pesquisa com abordagem teórico-metodológica etnográfica. A disciplina de antropologia é obrigatória em diversos cursos de Pedagogia no Brasil, e o exercício de transformar o exótico em familiar e o familiar em exótico é constante nas práticas cotidianas debatidas no curso, consonante a isso está, também, o exercício de solidificar a alteridade e a relativização nas relações construídas na escola. Existe, também, o debate, dentro do curso, de que antropologia seria uma disciplina distante do projeto pedagógico por ser - pelo entendimento do senso comum - uma disciplina mais teórica, em que a prática se torna distante da ação educativa das escolas brasileiras. Entretanto, o objetivo é mostrar a importância do olhar relativizador construído em uma futura professora através da construção de um olhar antropológico para a escola. Além disso, pretende-se registrar a partir deste as “marcas” que essa fase da pesquisa pode simbolizar para quem é iniciante na área e sobre a potência das subjetividades que o campo antropológico propõe.  

Biografia do Autor

Rosilaine Pereira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduanda em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Publicado

2021-09-28

Edição

Seção

Experiências em Campo