A Luta das Pescadoras Artesanais da Ilha de Maré em Defesa do seu Território

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.51359/2525-5223.2021.248415

Palabras clave:

Decolonialidade, Direitos, Lutas sociais, Mulheres das águas

Resumen

O objetivo deste estudo foi refletir sobre o protagonismo das pescadoras artesanais da Ilha de Maré, localizada na Baia de Todos-os-Santos, pertencente ao município de Salvador – BA. A luta em defesa do seu território e dos direitos a um ambiente saudável, condições de trabalho e qualidade de vida se passa num cenário hostil, em decorrência da exposição ao complexo portuário e industrial de Aratu. Isso nos remeteu a uma abordagem a luz da decolonialização da população das águas, utilizando-nos de uma metodologia baseada na pesquisa-ação, no levantamento bibliográfico e nos diálogos com as mulheres das águas.

Biografía del autor/a

Fátima Cristina Cunha Maia Silva, Fiocruz - Brasília

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (2019). Possui Mestrado Profissional em Saúde Pública, linha de pesquisa em vigilância em saúde, trabalho, ambiente e movimentos sociais pela Fundação Osvaldo Cruz (2016). Especialização em Psicopedagogia, Universidade Católica de Brasília (2005). Especialização em Gestão Compartilhada e Valores Humanos - Universidade de Uberaba (UNIUBE) (2002). Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Católica de Brasília (1988). Possui experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em saúde do campo, floresta e águas; ambiente e trabalho, atuando principalmente no diálogo entre os saberes populares e cientifico para melhoria da qualidade de vida das populações do campo, da floresta e das águas. Foi consultora da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, do Ministério da Saúde, com ênfase em Políticas Públicas de Promoção de Equidade em Saúde, em especial, as populações do campo, da floresta e das águas. Consultora da Organização Pan-Americana da Saúde, com foco na saúde das populações do campo, da floresta e das águas. Atualmente é pesquisadora da Fiocruz - Brasília, Programa Promoção da Saúde, Ambiente e Trabalho, com foco nas populações das águas, pesquisa-ação para promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis em Comunidades Tradicionais - CAAE 01857318.7.0000.8027. Colaboradora da Residência Multiprofissional em Saúde da Família com ênfase em Saúde da População do Campo, Fiocruz - Brasília. (2019-2021). Possui experiência na área de Educação, atuando principalmente no seguinte tema: educação e promoção de equidade em saúde no campo, da floresta e das águas.

Júlia Figueredo Benzaquen, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (2003), mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (2006) e doutorado em Pós-colonialismos e cidadania global pela Universidade de Coimbra (2012). Pós-doutora no Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea do Centro Acadêmico do Agreste em Caruaru da Universidade Federal de Pernambuco (2020). Como parte do pós-doutorado foi Pesquisadora Visitante da Universidade de Duke nos Estados Unidos. Desde agosto de 2013 é professora adjunta da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: movimentos sociais, cooperação, educação não-formal e socialização.

Ana Maria Dubeux Gervais, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Possui Licenciatura Plena Em Pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco (1988), mestrado em Educação pela Universidade de São Paulo (1998), doutorado em Sociologia - Universite de Paris I (Pantheon-Sorbonne) (2004) e realizou estagio pos- doutoral no CIRAD Montpellier, França, UMR Innovation (2009). Atualmente é professora associada do Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco e membro do Nucleo de Agroecologia e Campesinato (NAC) e vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial - PPGADT / Polo UFRPE. Fundadora da Incubadora Tecnologica de Cooperativas Populares da UFRPE, atua no acompanhamento de grupos urbanos e rurais na promoção da agroecologia e da economia solidaria. Assumindo uma perspectiva de pesquisa-ação junto, busca articular em suas tematicas de pesquisa a sociologia e a educação, numa perspectiva de resignificação do paradigma de produção de ciência na universidade a partir da logica das epistemologias do sul e da interface possivel e necessaria com a sociedade. Dentre as principais tematicas destacam-se a economia solidaria, a extensão rural e a agroecologia.

Jorge Luiz Schirmer de Mattos, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Coordenador do Doutorado Profissional em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial - UFRPE. Graduado em Agronomia pela Universidade de Passo Fundo (1993). Mestre em Zootecnia pela Universidade Federal de Larvas (1995). Doutor em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa (2001). Realizou estágio pós-doutoral na Universidad Pablo de Olavide, Sevilha - Espanha (2014). É professor Associado II da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Coordenou o Núcleo de Agroecologia e Campesinato/UFRPE. Membro da CPOrg-PE. Lider do Grupo de Pesquisa Agroecologia. Tem experiência em Agroecologia, atuando principalmente nos seguintes temas: transição agroecológica, manejo de agroecossistemas, sistemas de produção de base ecológica, metabolismo social agrário, assentamentos de reforma agrária, extensão rural agroecológica e educação agroecológica.

Citas

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Publicado

2021-06-29

Número

Sección

Artigos