Recolocar-se na memória, reinscrever-se na temporalidade: identificação de si enquanto negra como eventualidade

Autor/innen

DOI:

https://doi.org/10.51359/2525-5223.2021.247514

Schlagworte:

Identificação, Relações Raciais, Memória, Temporalidade, Evento

Abstract

Ser negra enquanto afirmação política de um corpo não é algo inato para quem vive a experiência de ser vista como tal, mas parte de um processo de identificação revestido de intencionalidade que objetiva uma existência não subordinada. Nosso objetivo nesse artigo é compreender de que forma a tipificação de si enquanto negra, a partir do evento de se atribuir esta identificação, instaura uma nova temporalidade na experiência vivida de mulheres negras, implicando em diferentes formas de tipificar o mundo da vida nas temporalidades anterior e posterior ao evento. Recorremos à metodologia etnográfica de abordagem fenomenológica para alcançar as estruturas presentes na consciência das mulheres negras interlocutoras desta pesquisa, uma vez que consciência compreende aspectos sensoriais e não sensoriais, como emoção, pensamento e memória.

Autor/innen-Biografien

Tainara Lúcia Pinheiro, Universidade Federal do Pará

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Pará. Bacharela em Ciências Sociais - UFPA. Licenciada em Ciências Sociais - UFPA. Integra o Grupo de Estudos Afro-Amazônico - UFPA. Pesquisadora no gurpo de estudos e pesquisas NosMulheres - Pela Equidade de Gênero e Etnicorracial - UFPA.

Carmem Izabel Rodrigues, Universidade Federal do Pará

Doutora em Antropologia (Universidade Federal de Pernambuco)Professora do Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) da Universidade Federal do Pará. Participa dos Grupos de Pesquisa: GEMP - Grupo de Estudos sobre Mercados Populares-UFPA e TAMBOR - Grupo de Estudos sobre Carnaval e Etnocenologia-ETDUFPA.

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Veröffentlicht

2021-06-29

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Artigos