Procurando o Sono
Schlagworte:
Baniwa, Kuripako, Etnoficção, Antropologia-Visual, Cinema-Indígena, Filme-EtnográficoAbstract
Esta etnoficção apresenta o mito Kuripaco/Baniwa da criação da noite, através da encenação realizada pelos Baniwa/Kuripako durante o Curso de Licenciatura Intercultural da UFAM. O roteiro filme foi discutido e organizado entre os alunos do curso que roteirizaram e criaram os figurinos utilizados pelos personagens para a encenação realizada em fevereiro de 2011 nas pedras do Rio Içana nas proximidades de Tunuí.
O filme “Procurando o Sono” é a representação do entendimento dos Baniwa e Kuripako sobre o aparecimento da noite no mundo atual. Essas histórias possuem várias versões. E cada um dos clãs tem suas versões e suas proporias interpretações. Não existe uma versão “canônica” desse mito que é de conhecimento geral e ultrapassa as gerações. Cada grupo procura difundir, contar, narrar com elementos que fortalecem o clã daquele que está narrando. Para realizar o filme os alunos Kuripako e Baniwa,que participaram da produção desse filme passaram muitas horas reunidos procurando essa versão comum que iria ser representada, e que depois seria filmada. Na versão filmada percebe-se principalmente os elementos comuns as diversas narrativas. E sobre esse processo de negociação das versões que pode-se perceber as identidades diferenciadas dos Kuripako e Baniwa. A dimensão da performance tem um ressonância marcante, pois acredita-se que a imagem em movimento, torna-se um instrumento, mais aproximada da narração oral e dar conta de uma discussão e provocando reações diversas nas pessoas que o assistem. E a narrativa dramática do tema do filme permite colocar os observadores, a audiência em uma posição de compreender o que se está propondo na narrativa negociada, nesse caso, da história mitológica da separação do dia da noite. Após assistir várias vezes o filme percebe-se que a narrativa imagética, construída pelos Baniwa e Kuripako permite registrar e sobretudo reconstituir uma delimitação de espaço temporal de um continuum onde as manifestações se dão, através dos gestos, das palavras, do cenário, criando um diálogo com que Clifford Geertz, em "O Saber Local" chama de “entendimento do entendimento cultural”. E esse aspecto de entendimento se percebe nas imagens postas no “procurando o sono”. A descrição, a imagem daquilo que é filmado adquire uma interlocução e coloca em evidência aspectos simbólicos presentes nas sequências fílmicas. O importante, diria Geertz “é descobrir junto com eles, que diabo eles estão fazendo” (1997:89).
Ficha técnica:
Direção: Renato Athias
Edição: Charles Martins
Legendas: Mônica Apolinário
Imagens captadas em mini DV
Realização Laboratório de Antropologia Visual (UFPE)
33:06 minutos

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