“Dia de los Muertos”, Oaxaca – México: educando para a tradição

Autori

  • Edwin Reesink Universidade Federal de Pernambuco
  • Mísia Lins Reesink Universidade Federal de Pernambuco

Parole chiave:

Dia de Muertos, Ritual, Jovens, México, Educação.

Abstract

O Dia de los Muertos é uma das maiores referências culturais, religiosas e identitárias do México. A tradição secular de celebrar os mortos em 02 de novembro (conhecido como Dia de Finados no Brasil), tem como um dos seus pontos culminantes os altares que homenagearam os mortos, familiares ou considerados importantes, misturando elementos caídos e autóctones, celebrando a vida e a morte . A cidade de Oaxaca, situada ao sul do México, não fica indiferente a esse período e por toda a cidade se espalham altares e símbolos da morte: ruas, casas, edifícios públicos, lojas, bares, restaurantes elevam altares e objetos que referenciam aos mortos e a morte.

Este ensaio fotográfico faz um recorte nas diversas atividades e rituais realizados pelos habitantes de Oaxaca durante o Período de Finados, voltando-se assim para a narrativa da produção de altares do Dia de Muertos por estudantes do Ensino Médio da cidade de Oaxaca – México. Trata-se de um Festival em que grupos de estudantes competem entre si para obter o prémio de “Melhor Altar”. Realizado em uma importante praça da cidade, o objetivo principal dos organizadores é manter viva, entre os jovens, a tradição mexicana de produção de altares que homenageou os defuntos no “Dia de Muertos”. Em 2013, o Festival ocorreu no dia 30 de outubro.

A preparação da confecção dos altares inicia-se pela manhã em que os diferentes grupos de estudantes ocupam os seus lugares, anteriormente demarcados. Utilizam-se de diferentes elementos para a produção dos altares: fotografias, pinturas ou desenhos de pessoas mortas (muitas vezes de areia); frutas e alimentos diversos; garrafas de diferntes bebidas; flores; velas e, especialmente, imagens e esculturas de caveiras e esqueletos que representam a morte. O ritual se divide em três momentos: produção dos altares; exposição; “destruição” festiva dos altares.

A maior parte do dia é ocupado pela primeira etapa que é a montagem dos altares. Ao mesmo tempo, os jovens passam a transformarem seus próprios corpos – especialmente rostos através de máscaras pintadas de caveiras mas também todo tipo de roupa apropriada – também em elementos que ajudam a completar a cena. A segunda etapa, é o momento em que o público e a comissão julgadora peregrina entre os diversos altares expostos; ao final dessa etapa, a comissão julgadora anuncia os vencedores do prêmio de melhor altar. A terceira e última etapa compreende a ação iconoclasta, em que os estudantes festivamente “destroem” , senão já iniciaram essa fase antes do veredito, os altares caoticamente distribuindo ou se apropriando das comidas e bebidas que fizeram parte dos altares. Momento de iconoclastia, mas sobretudo de compartilhamento.

O Festival de Altares produzido por adolescentes é ocasião de, na prática, educar esses jovens na reprodução criativa dessa tradição.

  

Ficha técnica:

Autores: Edwin Reesink (UFPE) e Mísia Lins Reesink (UFPE)

Fotografias: Edwin Reesink (UFPE)

Direção, Edição de Imagem e Texto: Mísia Lins Reesink (UFPE)

 

 

"Dia de los Muertos" Oaxaca - México: educando para a tradição

Pubblicato

2015-06-13

Fascicolo

Sezione

Ensaios Fotográfico