O capital no espaço urbano e suas incongruências: os casos da avenida Berrini e do Porto Maravilha
DOI:
https://doi.org/10.51359/2238-6211.2023.254210Palavras-chave:
Urbanização, desigualdades intraurbanas, capitalismoResumo
As metrópoles brasileiras concentram os principais investimentos do país nos mercados imobiliário e de escritórios. Tal condição se estabelece no espaço urbano, tornando-o palco de disputas que envolvem o interesse de mercado financeiro e as pautas sociais e históricas pela ocupação do território. As metrópoles brasileiras como São Paulo e o Rio de Janeiro possuem contextos interessantes ao tema – a Avenida Berrini e o Porto Maravilha são regiões intraurbanas com consideráveis transformações recentes, oriundas da “dicotomia” entre o capital imobiliário e os movimentos sociais que autenticam a democratização de ocupação do espaço. Este trabalho tem como objetivo principal a exposição dos elementos que desencadearam a escalada dos conflitos locais, bem como a atualização do cenário das reivindicações decorrentes dos processos econômicos e políticos que se inserem na discussão. Desse modo, o artigo sintetiza como se constituíram a Avenida Berrini e Porto Maravilha; o histórico do conflito pela finalidade de uso dessas regiões; e por fim, as respectivas configurações urbanas atualizadas. Os resultados da pesquisa em questão, mostram que o capitalista investidor busca o rápido retorno aos seus investimentos. Sendo assim, algumas condicionantes servem aos propósitos desse agente imobiliário. Dentre elas, está a submissão de comunidades precárias às intenções das elites – estrato social que detém os meios de produção.
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