É possível produzir geografias críticas com imersão e cooperação territorial?

Autori

DOI:

https://doi.org/10.51359/2238-6211.2023.260664

Parole chiave:

geografia crítica, práxis, revolução, cooperação territorial

Abstract

É impressionante a larga hegemonia do pensamento colonial em ciências como a geografia (humana), porém, muito se faz e se acredita na (re)produção de teorias críticas. Então, decidimos nos perguntar se estas teorias críticas, normalmente utilizadas na geografia, não são coloniais. Fizemos isto em decorrência do academicismo, universalismo, globalismo e racionalismo inerentes aos métodos norte-eurocêntricos imperantes no pensamento geográfico brasileiro, seja ele denominado “moderno”, seja “pós-moderno”. Nosso texto é resultado de algumas aprendizagens, então, ilustramos como pesquisamos e colaboramos com os sujeitos dos nossos projetos de pesquisa-ação para, no final do texto, problematizar nossas argumentações sobre o método das coexistências a partir de algumas questões que, certamente, permanecem sem uma clara resposta.

Biografia autore

Marcos Aurelio Saquet, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, PR, Brasil

Professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, onde ensina nos cursos de graduação em Geografia (Licenciatura e Bacharelado) e nos Programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural Sustentável (Mestrado e Doutorado) e Sociedade, Cultura e Fronteiras (Mestrado e Doutorado). Também é professor credenciado no Programa de Pós-Graduação em Geografia da UNICENTRO (Doutorado).

Riferimenti bibliografici

ACOSTA, Y. Filosofía latinoamericana y democracia en clave de derechos humanos. Montevideo: Editorial Nordan-Comunidad, 2008.

AIME, M. Comunità. Bologna: Il Mulino, 2019.

CANEVARI, T. Disputas de sentidos y reconfiguración de lo social a partir de la inundación de 2013 en un barrio popular de La Plata. Comunicación, ciudad y procesos de transformación. Tese (Doutorado em Comunicación),Universidad Nacional de La Plata, Facultad de Periodismo y Comunicación Social, 2021.

CASTRO-GÓMEZ, S. Crítica de larazónlatinoamericana. Barcelona: PuvvilLibros, 1996.

CÉSAIRE, A. Discurso sobre o colonialismo. São Paulo: Veneta, 2020 [1955].

COCCIA, E. Metamorfosi: siamo un’única, sola vita. Torino: Einaudi Editore, 2022.

COX, B. e FORSHAW, J. O universo quântico: tudo que pode acontecer realmente acontece. São Paulo: Editora Fundamento Educacional, 2016.

DUSSEL, E. América Latina: dependencia y liberación. Buenos Aires: Editorial las Cuarenta, 2020 [1964-1972].

FANON, F. Piel negra, máscaras blancas. Madrid: Akal, 2009 [1952].

FANON, F. Os condenados da terra. Juiz de Fora, MG: Editora UFJF, 2005 [1961].

FANON, F. Dialéctica de la liberación. Buenos Aires: Ediciones Pirata, 1974.

FRANCÉS GARCÍA, F. et. al. La investigación participativa: métodos y técnicas. Cuenca, Equador: PYDLOS Ediciones; Universidad de Cuenca, 2015.

GARCÍA ÁNGEL, M. Alimentación y territorio del municipio de Palenque, Chiapas. Estrategias Campesinas frente al régimen alimentario corporativo. Tese (Doctorado con Ciencias Desarrollo Rural Regional), Universidad Autónoma Chapingo, Dirección de Centros Regionales Universitarios, 2022.

GIUCA, S. Reinventare un futuro per i piccoli borghi facendo leva sui prodotti agroalimentari tipici e sulle filiere corte. In: DANSERO, E. et. al. (Org.). Lo spazio delle politiche locali del cibo: temi, esperienze e prospettive. Torino: CELID, 2019. p. 169-178.

GONÇALVES, C. Geografias comunitárias no Cariri Cearense: ética, capitalismo e trabalho. Vitória, ES: Cousa, 2022.

MALDONADO-TORRES, N. La descolonización y el giro des-colonial,Tabula Rasa, n. 9, 2008, p. 61-72.

MALDONADO-TORRES, N. Da colonialidade dos direitos humanos. In: SOUSA SANTOS, B.; MARTINS, B. (Org.). O pluriverso dos direitos humanos. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019, p. 87-110.

MARX, K. Miseria della filosofia: risposta alla “filosofia della miseria” del signor Proudhon. Roma: Editori Riuniti, 1998 [1847].

MARX, K. e ENGELS, F. A ideologia alemã (Feuerbach). São Paulo: Editora Hucitec, 1991 [1845-46].

MEMMI, A. The colonizer and the colonized. Boston: Beacon Press, 1991 [1957].

MEMMI, A. Retrato do colonizado precedido de retrato do colonizador. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2021 [1955-56].

MEZZADRA, S. e NEUMANN, M. Clase y diversidad sin trampas. Pamplona, Espanha: Katak Libur ak, 2019.

PORCIÚNCULA, D. et al. Da práxis territorial popular à conservação da natureza na APA bacia do rio do Cobre/São Bartolomeu, Salvador – BA (BR), Revista Observatorio de la Economia Latinoamericana, vol. 21, n. 6, 2023, p. 3582-3606.

RAPPAPORT, J. Cowards Don't Make History: Orlando Fals Borda and the origins of participatory action research. Durham: Duke University Press, 2020.

RAFFESTIN, C. Dalla nostalgia del territorio al desiderio di paesaggio. Elementi per una teoria del paesaggio. Firenze: Alinea, 2005.

SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988.

SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo. Globalização e meio técnico científico informacional.São Paulo: Hucitec, 1994.

SANTOS, M. A natureza do espaço. Técnica e tempo. Razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.

SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2008 [2000].

SAQUET, M. Participação social em territórios de identidade e desenvolvimento numa práxis dialógica e cooperada. In: SILVA, O.; SANTOS, E.; COELHO Neto, A. (Org.). Identidade, território e resistência. Rio de Janeiro: Consequência, 2014. p. 11-36.

SAQUET, M. Territorio, clase social y lugar:premisasfundamentalesdeldesarrollo territorial de base local, ecológica y cultural, Pereira - Colômbia. Arquetipo, v. 15, p 39-69, 2017a.

SAQUET, M. Consciência de classe e de lugar, práxis e desenvolvimento territorial. Rio de Janeiro: Consequência, 2017b.

SAQUET, M. Por un abordaje territorial: reflexiones por la construcción de un paradigma contrahegemónico para América Latina. In: LÉON HERNÁNDEZ, E. (Org.). Praxis espacial en América Latina. Ciudad de México: UNAM/Editorial ITACA, 2017c. p. 209-246.

SAQUET, M.A perspective of counter-hegemonic analysis and territorial transformation. Geographica Helvetica, v. 73, p. 347-355, 2018a.

SAQUET, M.A descoberta do território e outras premissas do desenvolvimento territorial. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 20, n. 3, p. 479-505, 2018b.

SAQUET, M. Ciência popular e contra-hegemonia no desenvolvimento. In: CURY, M.; MAGNANI, E.; CARVALHO, R. (Org.). Ambiente e território: abordagens e transformações sociais. Londrina: Madrepérola, 2019a. p. 33-49.

SAQUET, M. Saber popular, práxis territorial e contra-hegemonia. Rio de Janeiro: Editora Consequência, 2019b.

SAQUET, M. Uma Geografia (i)material voltada para a práxis territorial popular e descolonial, Revista NERA, vol. 24, n. 57, 2021a, p. 54-78.

SAQUET, M. O território numa perspectiva popular. In: MEURER, A.et al. (Org.). As categorias e as geografias do século XXI. São Paulo: FFLCH, 2021b. p. 152-196.

SAQUET, M.Singularidades: um manifesto a favor da ciência territorial popular feita na práxisdescolonial e contra-hegemônica. Rio de Janeiro. Editora Consequência, 2022a.

SAQUET, M. ¿Territoriologíaen/de lapraxis? Mercator, v.21, e21031, 2022b, p. 1-13.

SAQUET, M. Por una praxis territorial popular: una perspectiva metodológica in(sub)versiva y decolonial.In: ROCHA, A.; SAQUET, M.; GRIGNOLI, D. (Org.). Novos paradigmas e novos modelos de ação: do global ao local ou do local ao global? Rio de Janeiro: Letra Capital, 2022c. p. 14-42.

SAQUET, M. e CICHOSKI, P. Territorios y (des)arrolloraíz: contribuciones parauna perspectiva de investigación y cooperación popular, decolonial y contrahegemonía. In: MORALES, D.; SARIEGO-KLUGE, L.; TEIXEIRA, T. (Org.). Territorios y desarrollo: teorias, debates y casos desde América Latina. San José, Costa Rica: Universidad de Costa Rica, Vicerrectoría de Investigación, CICAP, 2022. p. 111-135.

SAQUET, M; MEIRA, R. Redes curtas de comercialização: a proximidade política, pessoal e espacial na articulação entre o rural e o urbano,Revista Movimentos Sociais e Dinâmicas Espaciais, v. 6, n. 2, p. 118-141, 2017.

SAQUET, M.; MEIRA, R.; PANHO, L. Uma contribuição à análise das comunidades rurais do Sudoeste do Paraná,Revista Faz Ciência, v. 17, n. 25, p. 60-92, 2015.

SHIVA, V. Il bene comune dela Terra. Milano: Feltrinelli, 2006.

SILVA,L. Práxis territorial e contra-hegemônica: uma experiência em investigação-ação-participativa no Quilombo Bom Sucesso – Mata Roma-MA. Tese (Doutorado em Geografia), Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná, Programa de Pós-Graduação em Geografia, 2022.

TOLEDO, V. e BARRERA-BASSOLS, N. La memoria biocultural: la importancia ecológica delas sabidurías tradicionales. Barcelona: Icaria Editorial, 2008.

THOMPSON, E. A miséria da teoria ou um planetário de erros. Rio de Janeiro: Zahar, 1981 [1978].

WALSH, C. ?Son posibles unas ciencias sociales/culturales otras? Reflexiones en torno a las epistemologías decoloniales, Nómadas, n. 26, 2007, p. 102-113.

Pubblicato

2023-12-27

Come citare

Saquet, M. A. (2023). É possível produzir geografias críticas com imersão e cooperação territorial?. Revista De Geografia, 40(4 (Especial), 4–30. https://doi.org/10.51359/2238-6211.2023.260664