Insegurança e estigmatização sócio-espacial na cidade de araguaína-to: um estudo sobre o papel da mídia
DOI :
https://doi.org/10.51359/2238-6211.2020.243542Mots-clés :
insegurança, mídia, Araguaína.Résumé
A insegurança urbana e a violência, que têm marcado a apropriação e uso das cidades brasileiras, não se faz sem a manipulação midiática, que contribui para a estigmatização de setores da cidade e seus habitantes. Além disso, interdita um debate consequente sobre segurança pública e direito a cidade, ambos indissociavelmente ligados. Nesse trabalho, investigamos as maneiras pelas quais a mídia construí os lugares inseguros e estigmatizados em Araguaína-TO. A pesquisa se realizou por meio do estudo de um programa policial, um webjornal e entrevista com os citadinos sobre suas percepções da insegurança urbana. Constatou-se que a mídia digital e televisiva tem um papel decisivo na percepção dos moradores em relação aos lugares da cidade que devem ser evitados e horários que outros podem ser apropriados. A principal reação dos entrevistados ao nomear os lugares de insegurança na cidade é se referendar no noticiário local. Os espaços de insegurança estão localizados principalmente nos setores das regiões periféricas e nos bares populares. Dessa forma, a mídia opera um recorte dos lugares na cidade pelos tipos de crimes e locais dos criminosos, sendo a periferia, depositária de criminosos e de objetos roubados, como solução se receitua mais repreção policial.
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© Reges Sodré, João Batista de Deus 2021

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