Práticas culturais e processos de patrimonialização: a ação das políticas culturais e o jongo do Sudeste como um possível estudo de caso
Palavras-chave:
políticas culturais, patrimônio, patrimônio imaterial, JongoResumo
Os instrumentos de salvaguarda do patrimônio imaterial, no Brasil, datam do ano 2000 e cumpriram um papel fundamental no deslocamento das discussões acerca da significação e das ressignificações das manifestações culturais tradicionais. No caso da região Sudeste, práticas culturais identitárias importantes, como o jongo, quase desapareceram ou se viram relegadas ao campo do folclore. Muitas vezes olhadas pelos jovens como algo ultrapassado, como atividade cultural fora de moda ou simplesmente coisa de velhos, tais práticas recuperaram, gradativamente, ao longo da última década, um importante papel dentro (e mesmo fora) das comunidades remanescentes quilombolas. Parte desse processo teve como elemento fundamental um conjunto de políticas culturais implementado a partir de 2002. O presente artigo pretende discutir o papel e a contribuição de algumas políticas culturais levadas a cabo na última década, tendo como principal campo de observação o das culturas tradicionais populares a partir de estudos de pesquisadores diversos sobre o jongo no Sudeste, partindo de uma reflexão histórica que localiza, na década de 1930, a origem das ações do estado no campo do patrimônio imaterial.
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