O artesão olindense nas esferas da cultura, do imaginário e da pós-modernidade: uma análise interpretativa do cotidiano como fenômeno social

Autores

  • Breno Fontes Universidade Federal de Pernambuco
  • Eduardo Portanova Barros UNISINOS

Palavras-chave:

Olinda, cotidiano, imaginário, pós-modernidade, artesanato

Resumo

Este artigo trata da questão do artesanato olindense sob uma perspectiva fenomenológica a partir do imaginário social em Maffesoli. Os artesãos são vistos, aqui, como uma forma de estruturação do cotidiano por meio de um estar-junto societal. Esta vida que se cristaliza no instante é a marca da pós-modernidade, relativizando a política de Estado, o predomínio da razão, a realidade ideológica e o metarrelato explicativo, que são características da modernidade. Na pós-modernidade, porém, o cotidiano do artesanato olindense fragmenta o indivíduo em pessoa plural para, dessa forma, reordenar o conhecimento para além de uma superação dialética em relação aos problemas naquele artesanato verificados na pesquisa empírica, sobretudo quanto à falta de uma política cultural clara. Este, finalmente, é o tripé que está em jogo: imaginário sociológico, artesanato cultural e cotidiano pós-moderno.

Biografia do Autor

Breno Fontes, Universidade Federal de Pernambuco

Breno Fontes é professor do Departamento de Sociologia e do Programa de Pós Graduação em Sociologia da UFPE; Pesquisador do CNPq; Líder do Grupo de Pesquisa sobre cidadania (NUCEM) e do Grupo de pesquisa sobre redes, sociabilidades e poder.

Eduardo Portanova Barros, UNISINOS

Eduardo Portanova Barros é pós-doutor em Sociologia pela Sorbonne (Paris V) e pela Unisinos-RS, doutor em Comunicação Social pela PUCRS e mestre em Ciências da Comunicação pela PUCRS. Pesquisador do Laboratório de Políticas Culturais no Brasil: Gestão e Inovação (Unisinos) e do Grupo em Comunicação e Imaginário - Imaginalis (UFRGS). Organizador, junto com Carlos A. Gadea, de "A questão pós nas Ciências Sociais: crítica, estética, política e cultura" (Curitiba: Appris, 2013, 346 p.) e autor de "Truffaut, o homem que amava o cinema" (Canoas: Ed. da Ulbra, 2013)

Referências

COELHO, Teixeira. Dicionário crítico de política cultural. Cultura e imaginário. São Paulo: Iluminuras, 1997.

COELHO, Teixeira. A cultura e seu contrário. Cultura, arte e política pós-2001. São Paulo: Iluminuras, 2008.

CONDEPE-FIDEM Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco. Disponível em: http://www2.transparencia.pe.gov.br/c/document_library/get_file?p_l_id=98754&folderId=278983&name=DLFE-16115.pdf acesso em 08/03/2013

DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

FERREIRA, Silvia Maria Cabrita Amaral da Silva. A talha barroca de Lisboa (1670-1720). Os artistas e as Obras. Universidade de Lisboa, Tese de Doutoramento em História, Lisboa, 2009. Disponível em http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/2007/3/ulsd058512_td_Tese_vol_1.pdf acesso em 15/02/2013.

FREITAS, Carlos (et. al.)CECI (Centro de conservação Integrada Urbana e Territorial; Curso de Gestão do Patrimônio Cultural Integrado ao Planejamento Urbano da América Latina – ITUC/AL. Cátedra Unesco. Plano de Gestão do Risco para a Conservação do Sítio Histórico de Olinda. Olinda, 2002 em http://www.magadanyasociados.com.ar/pdf/CU10.pdf Acesso em 06/03/2013

GADEA, Carlos. Paisagens da pós-modernidade. Cultura, política e sociabilidade na América Latina. Itajaí: Univali, 2007.

GADEA, Carlos. I´ll be your mirror! o el retorno de Don Quijote de La Mancha. Posmodernidad, razón y orden moderno. Temas. nº 27, p. 114-124, oct./dic. 2001.

HELLER. Agnes. O cotidiano e a história. São Paulo: Paz e Terra, 1970.

HUYSSEN, Andreas. Cartografías del postmodernismo. In: PICÓ, Josep. Modernidad y postmodernidad. Madrid: Alianza, 1992.

LASH, Scott. La genealogía y el cuerpo: Foucault, Deleuze, Nietzsche. In: Sociología del postmodernismo. Buenos Aires: Amorrortu, 1997.

LEITE, Serafim. Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil (1549-1760). Lisboa e Rio de Janeiro, Edições Brotéria e Livros de Portugal, 1953;

LYOTARD, Jean-François. A condição pós-moderna. Lisboa: Gradiva, 1989.

MAFFESOLI, Michel. Lógica da dominação. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

MAFFESOLI, Michel. A transfiguração do político. A tribalização do mundo. Porto Alegre: Sulina, 1997.

MAFFESOLI, Michel. O tempo das tribos. O declínio do individualismo nas sociedades de massa. Rio de Janeiro: Forense, 1987.

MAFFESOLI, Michel. Homo eroticus. Des communions émotionnelles. Paris: CNRS Editions. 2012.

MAFFESOLI, Michel. Elogio da razão sensível. Rio de Janeiro: Vozes, 1998.

MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Lisboa: Instituto Piaget, 1991.

MAFFESOLI, Michel. Ciência com consciência. Bertrand Brasil: Rio de Janeiro, 2001.

OLINDA. Prefeitura da Cidade. Diagnóstico Técnico. Rostos, vozes e Lugares. Olinda, 2008. Disponível Em: http://new.paho.org/bra/index2.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=249&Itemid=614 Acesso em 06/03/2013

PAZ, Octávio. O uso e a contemplação. Disponível em: http://www.casajungearte.com.br/atelier%20de%20ceramica/Microsoft%20Word%20-%20texto%20de%20Otavio%20Paz.pdf acesso em 18/03/2013.

ROCCA, Fabio. Habiter la hype city. In : MAFFESOLI, M.; PERRIER, B (Orgs.). L´homme postmoderne. Paris: François Bourin Editeur, 2012.

VATTIMO, Gianni. O fim da modernidade. Niilismo e hermenêutica na cultura pós-moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

WEBER. Max. Conceitos básicos de sociologia. São Paulo: Centauro, 2002.

WUNENBURGER, Jean-Jacques. A razão contraditória. Ciências e filosofias modernas. Lisboa: Instituto Piaget, 1995.

Downloads