Um “cineminha”, algumas “birras” e muitos “causos”: uma visita à hibridez em Ondjaki
Palavras-chave:
literatura angolana, pós-colonialismo, modernidadeResumo
A literatura do escritor angolano Ondjaki traz em seu bojo as tensões entre a memória, a tradição, o hibridismo e a modernidade periférica como uma de suas matrizes de significado, sublinhando fraturas que reposicionam o sujeito pós-colonial no cerne de importantes debates nas Ciências Humanas. Neste sentido, percorrer as ruas de Luanda, por meio das linhas de seu texto, configura-se como um interessante exercício para apreensão dos meandros do contexto pós-colonial em que Angola insere-se atualmente, uma vez que é possível experimentar sensações contraditórias, oriundas das descontinuidades e desigualdades fomentadas durante o período colonial, desde a sua constituição até o seu posterior desenvolvimento. São as fronteiras híbridas dessa cidade vista e vivida a partir da literatura que me conduziram a problematizar neste artigo a entrada de Angola na modernidade, as estratégias estéticas que permitem o mergulho nestas dinâmicas modernas e, consequentemente, as relações ali estabelecidas entre a literatura e a vida social. Para tanto, procuro articular metodologicamente a profunda ligação que a prosa-poética de Ondjaki estabelece com o real extratextual, por meio da apreciação tanto de elementos estéticos quanto de processos sociais na obra.
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