Emergência e desafios da Sociologia no Brasil e em África: uma comparação entre as perspectivas teóricas de Florestan Fernandes e Elísio Macamo
Palavras-chave:
sociologia, Brasil, Moçambique, Florestan Fernandes, Elísio MacamoResumo
A posição não central ocupada pela América Latina e pela África nas relações intelectuais em nível global conforma certas singularidades da produção do conhecimento nessas regiões, impondo tanto limitações quanto possibilidades de desenvolvimento crítico. O presente artigo busca desenvolver tais problemáticas a partir de dois momentos. De um lado, efetua uma discussão dos condicionantes sociais do processo de emergência da sociologia no Brasil e em África, propondo, para tanto, uma retomada das análises do brasileiro Florestan Fernandes e do moçambicano Elísio Macamo, sociólogos que dedicaram linhas preciosas à questão em pauta. De outro lado, numa análise comparativa das perspectivas dos dois autores, problematiza alguns desafios que se colocam hoje à sociologia produzida nessas duas regiões. O artigo aponta, contra perspectivas que advogam um pensamento “autóctone”, que a sociologia (e a produção intelectual, em geral será frutífera se tiver em mente um diálogo aberto com as tradições particulares de cada nação e com aquilo que é produzido globalmente; e que os trabalhos de Fernandes e Macamo, nesse sentido, são expressões concretas do que a sociologia pode alcançar quando expande seus olhares para além de limites nacionais.
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