Reflexões a respeito da ideia de (r)existências do Sul

Autores

  • Júlia Figueredo Benzaquen Universidade Federal Rural de Pernambuco

Palavras-chave:

(r)existências resistentes, movimentos sociais, Sul

Resumo

O artigo tem como objetivo propor e destrinchar o conceito de (r)existências resistentes como uma forma de repensar a ideia de movimentos sociais, uma vez que esta parece inadequada para abarcar a pluralidade de resistências. Para tanto, parto da inspiração teórica dos estudos de Boaventura de Sousa Santos, que afirmam a necessidade de evitar o desperdício das experiências. Analiso ainda o adjetivo “do sul”, como uma forma de caracterizar e fortalecer as ações de resistência que afrontam a lógica ocidental hegemônica de homogeneização do globo. Dessa forma, a defesa aqui feita do conceito de (r)existências, em detrimento do conceito de movimentos sociais, vai no sentido de questionar uma gramática colonial da Sociologia, abarcar a pluralidade de resistências e se posicionar politicamente.

Biografia do Autor

Júlia Figueredo Benzaquen, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Júlia Figueredo Benzaquen é professora Adjunta I do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Doutora em Sociologia no Programa de Pós-colonialismos e cidadania global do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, com Pós-Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: juliafb82@yahoo.com.br

Referências

ÁGUAS, Carla Ladeira Pimentel. 2013. Quilombo em festa: pós-colonialismos e os caminhos da emancipação social. Tese (Doutorado em Pós-colonialismos e Cidadania Global) – Centro de Estudos Sociais e Faculdade de Economia, Universidade de Coimbra, Coimbra.

BARRETO, Francisco de Sá; BENZAQUEN, Júlia Figueredo. 2014. A mão dupla da rua: A ambivalência da “nova resistência” ou elementos para uma outra gramática da mobilização. Revista Estudos de Sociologia. Recife. No prelo.

BAUMAN, Zigmunt. 1992. Thinking sociologically. In GIDDENS, Anthony. (edit). Human society: a reader. Cambridge: Polity Press. p. 7-12.

BHABHA, Homi K. 1994. The Location of Culture. London and New York: Routledge.

CAILLÉ, Alain. 1997. A demissão dos intelectuais: a crise das ciências sociais e o esquecimento do fator político. Lisboa: Instituto Piaget.

CECEÑA, Ana Esther. 2005. Movimiento mundial de rebeldias. In CADENA-ROA, Jorge; MILLÁN, Márgara; SALCIDO Patricia (coords). Nación y movimiento en América Latina. Ciudad del México: UNAM. p. 84 – 94.

CORONIL, Fernando. 1989. Discovering America again: the politics of selfhood in the age of post-colonial empires. In: ADORNO, Rolena; MIGNOLO Walter (orgs.). Discourses on Colonialism. Dispositio, Michigan, v. XIV, n.36-38, p.315-331.

DUSSEL, Enrique. 2001. Eurocentrismo y modernidad (Introducción a las lecturas de Frankfurt). In MIGNOLO Walter (org.), Capitalismo y geopolítica del conocimiento: El eurocentrismo y la filosofía de la liberación en el debate intelectual contemporáneo. Buenos Aires: Ediciones del signo. p. 57-70.

FLÓREZ, Juliana. 2007. Lectura no eurocéntrica de los movimientos sociales latinoamericanos – Las claves analíticas del proyecto modernidad/colonialidad. In CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (orgs.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar. p. 243 – 266.

LACLAU, Ernesto; MOUFFE, Chantal 1985. Hegemonía y estrategia socialista: hacia una radicalización de la democracia. Madrid: Siglo XXI.

MIGNOLO, Walter. 2003. “Un paradigma otro”: colonialidad global, pensamiento fronterizo y cosmopolitismo crítico”. In MIGNOLO, Walter. Historias locales-diseños globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronterizo. Madrid: Akal. p. 19-60.

MOUFFE, Chantal. 2005. On the political. New York: Routledge.

QUIJANO, Aníbal. 2002. Coloniality of power, Eurocentrism and Latin Amarica. Neplanta: Views from South, Duke, v.1, n. 3, p. 533-580.

SANTOS, Boaventura de Sousa. 2002. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. Porto: Afrontamento.

SANTOS, Boaventura de Sousa. 2005. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. 10ª ed., São Paulo: Cortez.

SANTOS, Boaventura de Sousa.2006. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez.

SANTOS, Boaventura de Sousa. 2007. Para além do Pensamento Abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. Revista Crítica de Ciências Sociais, 78. In <http://www.ces.uc.pt/bss/documentos/Para_alem_do_pensamento_abissal_RCCS78.PDF>. Acessado em: outubro de 2009.

SANTOS, Boaventura de Sousa. 2010. La refundación del estado en América Latina: perspectivas desde una epistemología del sur. Lima: Instituto Internacional de Derecho y Sociedad. Programa Democracia e transformación global. Red latinoamericana de Antropología Jurídica (RELAJU).

TOURAINE, Alain. 1998. Os movimentos sociais. In TOURAINE, Alain, Iguais e diferentes : poderemos viver juntos ? Lisboa: Instituto Piaget. p 127-172.

Downloads