Política e produção cultural no Ceará (1960-2014): a formação de um campo

Autores

  • Rachel Gadelha Instituto de Arte e Cultura do Ceará/Secretaria da Cultura do Ceará
  • Alexandre Almeida Barbalho Universidade Estadual do Ceará-UECE

DOI:

https://doi.org/10.51359/2317-5427.2017.235792

Palavras-chave:

política cultural, produção cultural, campo, mercado

Resumo

O artigo investiga como as distintas políticas culturais, especificamente aquelas relacionadas ao financiamento da cultura, influenciaram as conformações do setor da produção cultural no Ceará entre os anos 1960 e 2014. O objetivo do texto é compreender como estas políticas impactaram e ainda impactam a produção cultural, não só no aspecto do desenvolvimento da atividade e ampliação do campo, mas também na indução de discursos, valores e fazeres. Nosso recorte empírico tem como referência o trabalho de profissionais que lidam com a cultura, propondo e realizando seus projetos no Ceará. Por meio de entrevistas semiestruturadas com os produtores, buscamos perceber diferenças de atitudes e percepções, identificando quais são e como ocorrem. Como resultado, constamos que as trajetórias dos produtores culturais foram se adaptando às políticas de financiamento o que resultou em três tipos/gerações distintos: 1960-1970; 1980-1990; 2000 em diante

Biografia do Autor

Rachel Gadelha, Instituto de Arte e Cultura do Ceará/Secretaria da Cultura do Ceará

Mestre em Políticas Públicas e Sociedade na Universidade Estadual do Ceará - UECE. Possui graduação em Bacharelado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (1986). Pós-graduação em Administração e Gestão em Organização de Eventos pela Universidade Estadual do Ceará e Master en Gestión Cultural pela Universidade de Barcelona.. Cursando Pós Gradução em Gestão e Políticas Culturais pelo Itaú Cultural e Universidad de Girona. Atua na área de consultoria, educação, gestão e produção cultural. Foi coordenadora pedagógica do Laboratório de Produção Cultural - Curso Técnico em Produção de Eventos Culturais. Gestora do Cineteatro São Luiz. Diretora de Articulação Institucional do Instituto de Arte e Cultura do Ceará / Secretaria da Cultura do Ceará. Autora do livro Produção Cultural: conformações, configurações e paradoxos, editado pelo Armazém da Cultura (2015).

Alexandre Almeida Barbalho, Universidade Estadual do Ceará-UECE

Possui licenciatura em História pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), bacharelado em Ciências Sociais e mestrado em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e doutorado em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Estágio pós-doutoral em Comunicação na Universidade Nova de Lisboa. É professor adjunto do curso de História e dos PPGs em Sociologia e em Políticas Públicas da UECE e em Comunicação da UFC. Tem experiências nas áreas de Comunicação, Política e Cultura, com ênfase em políticas de cultura, de comunicação e das minorias atuando principalmente nos seguintes temas: política cultural, cultura, estado, mídia, minorias, juventude, e-democracy.

Referências

BARBALHO, Alexandre. 2005. A Modernização da cultura: políticas para o audiovisual nos governos Tasso Jereissati e Ciro Gomes – 1987 / 1988.Fortaleza: Imprensa Universitária.

BARBALHO, Alexandre. 1998. Relações entre Estado e Cultura no Brasil. Ijuí: Unijuí.

BARBALHO, Alexandre; HOLANDA, Jocastra. 2013. O “partido da cultura”: política cultural no Ceará na Era Lula. In: BARBALHO, Alexandre; BARROS, José Márcio; CALABRE, Lia (org.). Federalismo e políticas culturais no Brasil. Salvador: UFBA.

BARBALHO, Alexandre; RUBIM, Albino. (org.). 2007. Políticas culturais no Brasil. Salvador: UFBA.

BOLTANSKI, Luc; CHIAPELLO, Ève. 2009. O Novo Espírito do Capitalismo. São Paulo: Martins Fontes.

BOURDIEU, Pierre. 2008. A Produção da Crença: contribuição para uma economia dos bens simbólicos. Porto Alegre: Zouk.

CALABRE, Lia. 2009. Políticas Culturais no Brasil dos anos 1930 ao século XXI. Rio de Janeiro: FGV.

CORREIA, Inês Fernandes. 2010. Do Mecenato ao Marketing Cultural: a evolução do Patrocínio no Brasil. Organicom, ano 7, nº13.

FURTADO, Celso. 2012. Ensaios sobre Cultura e o Ministério da Cultura.Rio de Janeiro: Contraponto.

GADELHA, Sylvio. 2009. Biopolítica, governamentalidade e educação.Introdução e conexões, a partir de Michel Foucault. Belo Horizonte: Autêntica.

GORZ, André. 2005. O Imaterial: Conhecimento, valor e capital. São Paulo: Annablume.

MILLER, Toby; YÚDICE, George. 2004.Política cultural. Barcelona: Gedisa.

MOISÉS, José Álvaro. 1998. Os efeitos das leis de incentivo. In: Um Olhar Sobre a Cultura.

WEFFORT, Francisco; SOUZA, Márcio. (Org.). Brasília:Ministério da Cultura.

OLIVIERI, Cristina Garcia. 2004. Cultura Neoliberal: Leis de incentivo como política pública de cultura.São Paulo: Escrituras Editora.

REIS, Ana Carla Fonseca. 2006. Marketing Cultural e Financiamento da Cultura. São Paulo: Thomsom.

SILVA, Frederico A. Barbosa. 2007. Economia e Política Cultural: Acesso, emprego e financiamento. Coleção Cadernos Culturais. Volume 3. Brasília: Ministério da Cultura.

YÚDICE, George. 2004. A conveniência da cultura: usos da cultura na era global. Belo Horizonte, UFMG

Downloads

Publicado

22-12-2023

Edição

Seção

Artigos