Diálogos possíveis em campos intercambiáveis: Florestan Fernandes e os estudos de folclore no Brasil

Autores

  • Wilson Rogério Penteado Júnior UFRB

DOI:

https://doi.org/10.51359/2317-5427.2020.249314

Palavras-chave:

Florestan Fernandes, folclore, ciências sociais, interdisciplinaridade

Resumo

Neste artigo, busca-se retomar a questão fronteiriça que marca a relação entre ciências sociais e Folclore a partir das contribuições dos textos produzidos por Florestan Fernandes entre os anos de 1944 e 1962, posteriormente reunidos no livro O Folclore em Questão, publicado nos anos de 1970. Especialmente, interessa lançar um olhar sobre como, ao buscar estabelecer fronteiras, Florestan Fernandes convida cientistas sociais e folcloristas ao diálogo, dentro dos limites e especificidades de cada campo, propondo como possível caminho frutífero a interdisciplinaridade. O tema envolvendo a relação entre os campos institucionais das ciências sociais e do Folclore é profundamente complexo e abre para uma série de questões investigativas. Este artigo, especificamente, busca evidenciar os aspectos propositivos que o sociólogo paulista endereçou ao folclore, entendendo-o como disciplina humanística.

Referências

ALMEIDA, Renato. 1971. Vivência e Projeção do Folclore.Rio de Janeiro: Agir.

AYALA, Marcos; AYALA, Maria Ignez Novais.1987.Cultura Popular no Brasil.São Paulo: Ática.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues.1985.O que é folclore.São Paulo: Brasiliense.

BURKE, Peter.1978.Popular culture in early modern Europe.New York, NY: Harper and Row.

CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro; VILHENA, Luís Rodolfo. 1990.Traçando fronteiras: Florestan Fernandes e a marginalização do folclore. Estudos Históricos, v. 3. n.5, p. 75-92.

CUNHA, Paulo Anchieta Florentino. O Movimento Folclórico Brasileiro e seus desdobramentos na Paraíba: uma aproximação a partir da trajetória de Hugo Moura (1960 a 1978). Dissertação de mestrado. Antropologia Social. Universidade Federal de Pernambuco, 2011.

FERNANDES, Florestan. 1989.O Folclore em Questão.São Paul: HUCITEC.

FERNANDES, Florestan. 1994.Ciências Sociais: na ótica do intelectual militante. Estudos Avançados.V. 8, n. 22,p. 123-138.

GNACCARINI, José Cesar.1987.Folclore e consciência nacional: a visão crítica de Florestan Fernandes. Revista da Universidade de São Paulo, n. 5, p. 67-77.

JACKSON, Luiz Carlos.2007.Gerações pioneiras na sociologia paulista (1934-1969). Revista de Sociologia da USP.v. 19, n. 1. São Paulo, p. 115-130.

LIMA, Rossini Tavares de.2003.Abecê de Folclore.São Paulo: Martins Fontes.MICELI, Sérgio.1987.Condicionantes do Desenvolvimento das Ciências Sociais no Brasil (1930-1964). Revista Brasileira de Ciências Sociais, v.2, n. 5, p.72-110.São Paulo

ORTIZ, Renato.1992.Românticos e Folcloristas:cultura popular. São Paulo: Editora Olhod’água.

PEIRANO, Mariza.1992.As ciências sociais e os estudos de folclore. Seminário Folclore e Cultura Popular. Rio de Janeiro: IBAC, p. 85-88.

PENTEADO JR, Wilson Rogério.2016.Folcloristas como intérpretes da nacionalidade: notas etnográficas sobre o jongo no ”espetáculo da brasilidade”. Arquivos do CMD,v. 4, n. 1, p. 55-77.

RAMOS, Arthur.1935.O Folk-Lore Negro do Brasil.Rio de Janeiro:Civilização Brasileira.

RAPCHAN, Eliane Sebeika.2000.Negros e africanos em Minas Gerais:construções e narrativas folclóricas.Tese de Doutoramento. Universidade Estadual de Campinas. Campinas-SP.

SCHNEIDER, Alberto Luiz.2005.Silvio Romero hermeneuta do Brasil:três raças e miscigenação na formação de uma imagem da brasilidade. Tese de Doutorado em Ciências Sociais. Universidade Estadual de Campinas. Campinas-SP.

SCHWARCZ, Lilia K. Moritz.2000.Introdução:História e Antropologia: embates em região de fronteira. In: SCHWARCZ, Lilia K. Moritz;GOMES, Nilma Lino (Orgs). Antropologia e História:debate em região de fronteira. Belo Horizonte: Autêntica, p. 11-33.

SEGATO, Rita Laura. A Antropologia e a crise taxonômica da cultura popular. Trabalho apresentado no Seminário Folclore e Cultura Popular: várias faces de um debate. Rio de Janeiro, agosto de 1988. INF/FUNARTE, p. 81-94.

SILVA, Vagner Gonçalves da.2002.Construção e legitimação de um campo do saber acadêmico (1900-1960). Revista USP. São Paulo. n. 55, p 82-111.

SILVA, Cinthia Lopes da; SILVA, Rogério de Souza. A institucionalização das Ciências Sociais no Brasil: percalços e conquistas. Impulso.v.22, n.54. Piracicaba,p. 97-106.

THOMS,William John. Folk-Lore. Carta publicada em The Atheneum. Londres. 22 de agosto de 1846. Disponível em https://www.unicamp.br/folclore/carta_folk.html. Acessoem 30 de novembro de 2020.

THOMPSON, Edward Paul.1998.Costumes em Comum:estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras.

TRAVASSOS, Elizabeth.1998.Resenhas –VILHENA, LuísRodolfo. 1997. Projeto e Missão. O Movimento Folclórico Brasileiro, 1947-1964. Rio de Janeiro: Funarte; Fundação Getúlio Vargas. 332 pp. Mana. v.4,n. 1. Rio de Janeiro, p. 186-188.

VILHENA, Luís Rodolfo.1997.Projeto e Missão:o movimento folclórico brasileiro 1947-1964. Rio de Janeiro: Funarte: Fundação Getúlio Vargas.

Downloads

Publicado

14-01-2021