Ativismo alimentar
DOI:
https://doi.org/10.51359/2317-5427.2025.264800Palavras-chave:
ativismo alimentar, ativismo político, alimentação saudável, segurança alimentar e nutricionalResumo
O foco central desta pesquisa conceitual é discutir o ativismo alimentar como um formato de ativismo político. A ideia é delinear suas intenções e ações individuais e coletivas, além de agregar, sob tal conceito, diferentes movimentos, eventos e práticas alimentares que ainda carecem de estruturação epistemológica exatamente por serem conceitualmente jovens, porosos e dinâmicos na sua complexidade e atualidade. Estudos culturais sobre diferentes tipos de ativismo e concepções de autores das Ciências Humanas e Sociais foram utilizados nessa pesquisa conceitual e analisados sob as premissas do ativismo alimentar. O estudo permitiu levantar desafios transversais ao conceito de ativismo alimentar. Para explorar a intersecção com os diferentes movimentos ativistas, foram mobilizadas noções de democracia, cidadania, justiça, ‘nutricídio’, racismo, apartheid e ética alimentar de forma a dialogar com o campo e problematizar o conceito de alimentação saudável e o reducionismo que perpassa tal conceito. Por fim, o estudo compila um resumo das tipologias e características encontradas nos diferentes formatos de ativismo alimentar e aponta a importância de produzir futuros estudos empíricos locais que se debrucem sobre as diversas práticas e o perfil dos atores envolvidos no ativismo alimentar.
Referências
AFRIKA, Llaila. O. Nutricide: The Nutritional Destruction of the Black Race. New York: Seaburn Health, 2010.
ALKON, Alison Hope; GUTHMAN Julie. The New Food Activism: Opposition, Cooperation, and Collective Action. Oakland: University of California Press, 2017.
AZEVEDO, Elaine de. Neorrurais: os imigrantes da Utopia. In: LeMonde Dilomatique Brasil, 2021. Disponível em: https://diplomatique.org.br/neorrurais-os-imigrantes-da-utopia
AZEVEDO, Elaine de. O ativismo alimentar na perspectiva do locavorismo. In: Ambiente & Sociedade, São Paulo, n.18, v.3, p. 81–98, 2015.
AZEVEDO, Elaine de. Alimentação, sociedade e cultura: temas contemporâneos. In: Sociologias, Porto Alegre, n.44, p. 276-307, 2017.
AZEVEDO, Elaine de; PELED, Yiftah. Artevismo Alimentar. In: Revista Contemporânea, São Carlos, n.5, v. 2, p.495-520, 2015.
BORNEMANN, Basil; WEILAND, Sabine. New Perspectives on Food Democracy. In: Politics and Governance, Lisboa, n.7, v.4, p. 1–7, 2019.
BOVÉ, José; DUFOUR, François. O mundo não é mercadoria: camponeses contra a comida ruim. São Paulo: Editora Unesp, 2000.
CAIRUS, Henrique F.; ALSINA, Julieta. A alimentação na dieta hipocrática. In: Classica: Revista Brasileira de Estudos Clássicos, Belo Horizonte, n. 20, v.2, p. 212-238, 2007.
COUNIHAN, Carole; SINISCALCHI, Valeria. Food Activism: Agency, Democracy and Economy. London: Bloomsbury Academic, 2014.
DORIA, Carlos A; AZEVEDO, Elaine de. Banquetaço: ativismo alimentar e a construção de novas formas de expressão política. In: LeMonde Dilomatique Brasil, 2019. Disponível em: https://diplomatique.org.br/banquetaco-ativismo-alimentar/ alimentar Acesso em: 25 Mar. 2024.
FRAN, Paula. Apartheid Alimentar e o privilégio de comer no Brasil. In: Fase – Solidariedade e Educação. Disponível em: https://fase.org.br/pt/artigos/apartheid-alimentar-e-o-privilegio-de-comer-no-brasil/#:~:text=O%20artigo%20A%20imposi%C3%A7%C3%A3o%20da,forma%20eugenista%20de%20controle%20social. Publicação: 16 maio de 2023. Acesso em: 05 Nov. 2024
GRACE COMMUNICATIONS FOUNDATION-FOOD PRINT. Food Justice. New York, 2024. Disponível em: https://foodprint.org/issues/food-justice Acesso em: 30 Mar. 2024.
HOLT-GIMÉNEZ, Eric (ed). Food Movements, Unite! Strategies to transform our food systems. New York: Food First Books, 2011.
IKERD, John. Toward a Food Ethic. In: Journal of Agriculture, Food Systems and Community Development, n.6, v. 1, p. 3–5, 2015. http://dx.doi.org/10.5304/jafscd.2015.061.001
MACHADO FILHO, Onaldo L.B. Cozinhar é um ato político? O cozinhar doméstico como ativismo alimentar. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade). CPDA, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2023.
MARTIN, Brian. Activism, social and political. In: GARY, Anderson L.; HERR, Kathrine. (Eds.) Encyclopedia of Activism and Social Justice. Thousand Oaks, CA: Sage, 2007, p. 19-27.
McGEARY, Judith. Four Elements of Successful Activism, 2021. Disponível em: https://www.westonaprice.org/four-elements-of-successful-activism/#gsc.tab=0 Acesso em: 3 Mai. 2024.
NORRIS, Pipa. Political Activism: New Challenges, New Opportunities. In: BOIX Carles; STOKES Susan (Orgs). The Oxford Handbook of Comparative Politics. Oxford: Oxford University Press, 2007, p.628-652.
PATEl, Raj. Stuffed and Starved: The Hidden Battle for the World Food System. New Jersey: Melville House, 2012.
PENNA, Camila. Ativismo e políticas públicas durante a pandemia. Coronacrise. Instituto de Ciência Humanas da UFRGS, 2020. Disponível em: https://www.ufrgs.br/ifch/index.php/br/ativismo-e-politicas-publicas-durante-a-pandemia Acesso em: 3 Mai. 2024.
PORTILHO, Fátima. Ativismo alimentar e consumo político. Duas gerações de ativismo alimentar no Brasil. In: Redes, n. 25, v. 2, p. 411-432, 2020.
REDE PENSSAN. 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da COVID-19 no Brasil [livro eletrônico]: II VIGISAN: relatório final/Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar – PENSSAN. — São Paulo, SP: Fundação Friedrich Ebert: Rede PENSSAN, 2022. Disponível em: https://olheparaafome.com.br/wp-content/uploads/2022/06/Relatorio-II-VIGISAN-2022.pdf
RUDY, Kathy. Locavores, Feminism, and the Question of Meat. In: The Journal of American Culture, n. 35, p.26-36, 2012.
SCHUBERT, Maycon, PORTILHO, Fátima. Ativismo alimentar e consumo político alimentar – uma análise a partir da Teoria das Práticas Sociais. In: SCHUBERT, Maycon; TONIN, Jeferson; SCHNEIDER, Sérgio. (Orgs). Desafios e tendências da alimentação contemporânea consumo, mercados e ação pública. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2023, p.10-19.
SCRINIS, Gyorgy. Nutricionismo. A ciência e a política do aconselhamento nutricional. São Paulo: Editora Elefante, 2021.
SEBO, Jeff. Food Activism and the Ethics of Intersectionality, 2016. Disponível em: https://jeffsebodotnet.files.wordpress.com/2016/01/food-activism-and-the-ethics-of-intersectionality.pdf Acesso em: 5 Abr. 2024.
SHRECK, Aimee. Resistance, redistribution, and power in the Fair-Trade banana initiative. In: Agriculture and Human Values, n. 22, p. 17–29, 2005.
TANAKA, Jennifer H. Ativismos alimentares do Sul e do Norte Global: MST, Slow Food e os mundos da crítica em torno da alimentação. Tese (Doutorado em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade). CPDA, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2024.
WELSH, Jennifer; MaCRAE, John R. Food citizenship and community food security: Lessons from Toronto, Canada. In: Canadian Journal of Development Studies, n. 19, v. 4, p. 237–255, 1998.
WILKINS, Jennifer L. Eating right here: Moving from consumer to food citizen. In: Agriculture and Human Values, n. 22, v. 3, p. 269–273, 2005. https://doi.org/10.1007/ s10460-005-6042-4
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Elaine Azevedo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado