ROGER BASTIDE E A PESQUISA DA UNESCO EM SÃO PAULO: introdução a uma crítica
Abstract
A pesquisa da Unesco sobre relações raciais na capital paulista, na década de 1950, coordenada por Roger Bastide e Florestan Fernandes, não foi, apesar do muito que se escreveu sobre a mesma, objeto de uma crítica metodológica melhor informada. Este artigo procura preencher essa lacuna no caso de Bastide. O uso de amostras intencionais e assistemáticas, privilegiando informações prestadas por famílias tradicionais e por estrangeiros e descendentes; o trabalho de campo baseado principalmente em conversas informais em circunstâncias aleatórias; e a análise dos dados, sem uma organização adequada dos mesmos e sem os testes necessários, levaram a amostras com vieses que põem em cheque a representatividade dos resultados referentes ao universo pesquisado. Tudo isso junto produziu um relatório de pesquisa sem uma base empírica sólida, destituído de maior confiabilidade. A razão para isso - no momento em que uma sociologia pioneira procurava firmar-se como ciência no meio intelectual brasileiro - foi o desprezo, por parte dos pesquisadores, dos métodos e técnicas existentes, já há muito adotados por vários cientistas sociais no mundo inteiro.
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